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Israelense é recrutado pelo Irã para matar Netanyahu

Um cidadão israelense, identificado como Motti Maman, de 73 anos, de Ashkelon, foi recrutado por agências de inteligência iranianas para assassinar líderes israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, de acordo com uma declaração conjunta da agência de segurança Shin Bet e da Polícia de Israel.

Além de Netanyahu, a conspiração visava matar o ministro da Defesa Yoav Gallant e o chefe do Shin Bet Ronen Bar e o ex-primeiro-ministro Naftali Bennett.

O israelense foi duas vezes para o território iraniano e recebeu pagamento para realizar missões.

Maman foi preso em agosto durante uma operação conjunta de contrainteligência do Shin Bet, da Unidade de Investigações de Crimes Internacionais e da Unidade de Crimes Graves Lahav 433. O suspeito recebeu acusações de crimes de segurança relacionados a supostas conexões com agentes de inteligência iranianos.

A investigação, recentemente liberada para publicação, revelou que o acusado, um empresário judeu-israelense, viveu na Turquia por um longo período, cultivando laços comerciais e sociais com cidadãos turcos e iranianos.

Em abril, por meio dos intermediários turcos Andrei Farouk Aslan e Guneid Aslan, o suspeito concordou em se encontrar com um rico empresário iraniano chamado Wadi para discutir potenciais oportunidades de negócios. Isso levou a uma reunião em Samandag, Turquia, onde o suspeito se encontrou com dois representantes de Wadi e falou com Wadi por telefone, já que este último não conseguiu deixar o Irã.

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A investigação revelou ainda que, em maio, o suspeito viajou para a Turquia novamente, encontrando-se com Guneid e os dois representantes de Wadi. Como Wadi, mais uma vez, não conseguiu deixar o Irã, o cidadão israelense teria sido levado de carro pela fronteira turca perto de Van, no leste da Turquia, para o Irã. Lá, ele conheceu Wadi e outro indivíduo chamado Haj, apresentado como integrante das agências de segurança iranianas.

Na casa de Wadi no Irã, o suspeito foi apresentado como um cidadão israelense. Durante esta reunião, Wadi  teria oferecido a ele várias missões de segurança dentro de Israel para o regime iraniano. Estas incluíam transferir dinheiro ou armas de fogo para locais pré-determinados, fotografar áreas lotadas em Israel e enviar as imagens para autoridades iranianas, e ameaçar outros cidadãos israelenses que trabalharam para o Irã e que não conseguiram completar as tarefas atribuídas. O empresário israelense supostamente pediu tempo para considerar a proposta.

A investigação também revelou que, em agosto, o suspeito entrou no Irã pela segunda vez, supostamente passando a fronteira escondido na cabine de um caminhão. Na residência iraniana de Wadi, ele teria se encontrado com oficiais de inteligência iranianos que solicitaram que ele realizasse atividades terroristas em Israel. Isso supostamente incluía planos para assassinar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa Yoav Gallant ou o chefe do Shin Bet, Ronen Bar.

Agentes de inteligência iranianos também teriam explorado a possibilidade de assassinar outras figuras proeminentes, como o ex-primeiro-ministro Naftali Bennett e outras autoridades. Isso foi supostamente em retaliação ao assassinato de Ismail Haniyeh em solo iraniano em julho, que as autoridades iranianas atribuíram a Israel. O suspeito exigiu um adiantamento de US$ 1 milhão antes de concordar com qualquer ação.

No dia seguinte, teria ocorrido outra reunião com oficiais de inteligência iranianos. Eles reiteraram suas propostas de assassinato e discutiram a possibilidade de o suspeito levar dinheiro em Israel para outros, localizar alvos russos e americanos para assassinatos de oponentes do regime iraniano na Europa e nos EUA, e recrutar um agente do Mossad para se tornar um agente duplo.

Durante esta reunião, o israelense novamente teria exigido um adiantamento de US$ 1 milhão, mas os agentes iranianos se recusaram, afirmando que o contatariam mais tarde. Antes de deixar o Irã, ele teria recebido 5.000 euros de Wadi e do representante da inteligência iraniana por participar das reuniões.

Um alto funcionário do Shin Bet declarou que “este caso extremamente sério exemplifica os grandes esforços das agências de inteligência iranianas para recrutar cidadãos israelenses para atividades terroristas em Israel. As agências de segurança avaliam que o Irã continuará tentando recrutar agentes em Israel para coleta de inteligência e missões terroristas, incluindo abordar indivíduos com antecedentes criminais para executar essas tarefas”.

“Enquanto Israel enfrenta conflitos em várias frentes, um cidadão israelense visitou duas vezes um estado inimigo, se encontrou com agentes de inteligência iranianos e supostamente expressou disposição em cometer atos sérios de terrorismo em solo israelense. Suas ações ajudaram o Irã e suas agências de inteligência em sua campanha contra Israel”, acrescentou o oficial.

Autoridades de segurança e judiciárias enfatizam que a cooperação entre agentes israelenses e iranianos durante a guerra constitui uma grave infração à segurança, mesmo quando o contato inicial é motivado por interesses criminosos ou comerciais.

Fonte: Revista Bras.il a partir de Israel Hayom
Fotos: Wikipedia Commons

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