Israel rejeita proposta do Hamas para cessar-fogo
Autoridades israelenses declararam firmemente, nesta quarta-feira, aos principais meios de comunicação americanos, incluindo a NBC e a CNN, que não aceitarão a proposta de cessar-fogo apresentada pelo Hamas.
Em declarações à CNN , um funcionário israelense disse que o gabinete de guerra rejeitou categoricamente a proposta do Hamas, afirmando que “não há forma” de Israel a aceitar.
As exigências do Hamas, que incluem um cessar-fogo de quatro meses e meio e a eventual cessação das hostilidades, foram rapidamente rejeitadas pelas autoridades israelenses.
O Hamas propôs um plano de cessar-fogo que incluiria uma trégua de quatro meses e meio, durante a qual os reféns seriam libertados em três etapas, e que levaria ao fim da guerra, em resposta a um esboço que foi enviado na semana passada por mediadores do Catar e Egito e apoiado pelos Estados Unidos e Israel.
Uma fonte próxima das negociações disse à Reuters que a contraproposta do Hamas não exigia uma garantia de um cessar-fogo permanente no início, mas que o fim da guerra teria de ser acordado durante a trégua, antes que os últimos reféns fossem libertados.
De acordo com um documento preliminar visto pela Reuters, a contraproposta do Hamas prevê três fases, cada uma com duração de 45 dias.
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Durante a primeira fase de 45 dias, todas as mulheres israelenses reféns, os homens com menos de 19 anos e os idosos e doentes seriam libertados, em troca de mulheres e menores de idade presos de segurança palestinos nas prisões israelenses. Israel retiraria as tropas das áreas povoadas.
A implementação da segunda fase não começaria até que as partes concluíssem “conversações indiretas sobre os requisitos necessários para pôr fim às operações militares mútuas e regressar à calma completa”.
A segunda fase incluiria a libertação dos restantes reféns do sexo masculino e a retirada total de Israel de toda Gaza. Corpos e restos mortais seriam trocados durante a terceira fase.
No final da terceira fase, o Hamas esperaria que os lados tivessem chegado a um acordo sobre o fim da guerra.
O grupo terrorista, que governa Gaza, disse num adendo à proposta que buscava a libertação de 1.500 prisioneiros das prisões israelenses, um terço dos quais queria selecionar de uma lista de palestinos que cumprem penas de prisão perpétua.
A trégua também aumentaria o fluxo de alimentos e ajuda humanitária para Gaza, com um número não inferior a 500 caminhões por dia.
O jornal libanês al-Akhbar, também disse ter visto a contraproposta do Hamas, aparentemente incluindo um adendo com muito mais detalhes sobre a primeira fase da proposta.
De acordo com a reportagem do al-Akhbar, na primeira as forças israelenses se retirariam das áreas povoadas e as Nações Unidas seriam autorizadas a montar acampamentos de tendas. Esta fase também teria a cessação de todas as formas de atividade aérea, incluindo o reconhecimento, durante o período.
A lista do Hamas também prevê que entre os prisioneiros libertados das prisões israelenses seriam incluídos árabes israelenses.
Os habitantes de Gaza teriam liberdade de movimento, incluindo doentes e feridos, através de Rafah para o Egito; equipamentos pesados entrariam na Faixa para retirada de entulhos; os equipamentos do ministério da saúde e da defesa civil seriam substituídos; os hospitais seriam reconstruídos; seriam montadas cidades-tendas para abrigar a população; seriam fornecidas pelo menos 60.000 casas temporárias, bem como 200.000 tendas a uma taxa de 50.000 por semana; seria iniciada a reconstrução das redes de água, eletricidade e comunicações; seria feito um plano para a reconstrução de casas, estabelecimentos econômicos e instalações públicas que não levaria mais de três anos; o fornecimento de combustível para Gaza para a reconfiguração das centrais eléctricas seria retomado; Israel comprometer-se-ia com o fornecimento de eletricidade e água; haveria discussões indiretas para um cessar-fogo contínuo; e os serviços humanitários por organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas, especialmente a UNRWA, seriam retomados.
A inclusão específica da UNRWA é significativa, uma vez que Israel disse que não permitiria que a agência palestina para os refugiados operasse na Faixa no final da guerra, depois de alegar que 12 dos funcionários da organização participaram no ataque terrorista de 7 de outubro liderado pelo Hamas.
A reportagem do al-Akbar também afirma que o Hamas exige que a situação no ponto crítico do Monte do Templo em Jerusalém regresse ao seu estado anterior a 2002. Não está claro a qual evento estava sendo referido naquele ano.
Segundo o Al-Akbar, a listagem de exigências tem a Rússia e a Turquia como fiadores, além do Egito, do Catar e da ONU.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deve falar ao público israelense sobre as negociações na noite desta quarta-feira.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel, Ynet e i24NEWS
Foto: FDI