Israel rejeita criação unilateral de Estado palestino

O governo de Israel emitiu uma declaração repudiando a criação unilateral de um Estado palestino, que a Knesset deverá ratificar na segunda-feira, endurecendo sua posição contra as tentativas dos países ocidentais de emitir tal reconhecimento.

“Uma coisa com que Israel não pode concordar é com um ditame internacional que procuraria reconhecer unilateralmente um Estado palestino, basicamente forçar um Estado palestino a Israel após o horror de 7 de outubro”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na Conferência de Presidentes em Jerusalém, no domingo à noite.

O embaixador dos EUA em Israel, Jack Lew, estava na sala enquanto Netanyahu descrevia aos líderes judaicos americanos como o governo, na sua reunião semanal daquela tarde, tinha aprovado por unanimidade uma declaração detalhando a sua posição sobre o unilateralismo.

“Israel rejeita totalmente os ditames internacionais relativos a um acordo permanente com os palestinos. Um acordo, se for alcançado, ocorrerá exclusivamente através de negociações diretas entre as partes, sem condições prévias”, disse Netanyahu enquanto lia palavra por palavra o texto da proclamação do governo.

“Israel continuará a opor-se ao reconhecimento unilateral de um Estado palestino. Tal reconhecimento, na sequência do massacre de 7 de outubro, seria uma recompensa enorme e sem precedentes ao terrorismo e impediria qualquer acordo de paz futuro”, afirmou Netanyahu, aplaudido pelo público.

“Vocês deveriam saber que o povo de Israel está realmente unido nisso”, disse ele, ao pedir à Conferência dos Presidentes que também confirmasse a declaração.

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A declaração de Netanyahu e a votação do governo representam a terceira vez em poucos dias que o primeiro-ministro se pronuncia sobre esta questão, que também foi discutida pelo gabinete de segurança na noite de quinta-feira.

O Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich (Partido Religioso Sionista), exigiu que o gabinete de segurança ou o governo tomassem tal medida, uma vez que os países europeus discutiram  as declarações unilaterais de criação de um Estado, e os EUA pressionaram por uma resolução de dois estados para o conflito como parte da renovação de seu apoio a um acordo de normalização israelense-saudita.

Na Conferência de Presidentes, que se reuniu no Museu da Tolerância, Lew foi questionado se a Administração Biden planejava reconhecer unilateralmente o Estado palestino.

Lew negou os relatos sobre o potencial reconhecimento unilateral dos EUA do Estado palestino, ao sublinhar que tal futuro Estado seria desmilitarizado. “Nunca dissemos que essa era a nossa política”, disse Lew . “A nossa política é que deve haver um processo além do horizonte” rumo à criação de um Estado palestino que envolva Israel, disse Lew, que assumiu o cargo em Outubro e raramente faz discursos públicos.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post
Foto: Koby Gideon (GPO)