Israel poderá examinar bala que matou jornalista
Israel poderá examinar a bala que matou a jornalista da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, para determinar se o atirador era um soldado das Forças de Defesa de Israel ou um atirador palestino, disse o porta-voz militar, brigadeiro-general Ran Kochav, à Rádio do Exército, no domingo.
Ontem, o procurador-geral da Autoridade Palestina (AP), Akram Khatib, disse à mídia que a bala havia sido entregue a uma equipe de especialistas dos EUA que veio à região especificamente para esse fim.
Kochav, no entanto, disse que “o exame não será americano, o exame será israelense com presença americana”.
A jornalista Abu Akleh, moradora de Jerusalém Oriental que tinha cidadania americana, foi morta em 11 de maio quando cobria um conflito em Jenin. A AP culpou as FDI por sua morte. Por motivos de desconfiança, a AP não quis transferir a bala para Israel para que se pudesse realizar testes balísticos para ver se a bala combinava com um dos fuzis usados pelos soldados no local.
No sábado, menos de duas semanas antes da chegada do presidente dos EUA, Joe Biden, a Israel, a Autoridade Palestina cedeu e concordou em entregar para uma equipe dos EUA.
O vice-ministro do Interior, Yoav Segalovitz, disse à Rádio do Exército que pode levar vários dias para realizar os testes necessários. Ele disse que o primeiro-ministro, Yair Lapid, esteve envolvido na obtenção de um acordo para transferir a bala.
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As FDI disseram que Abu Akleh foi morta durante uma troca de tiros entre as FDI e homens armados palestinos e que não foi possível determinar conclusivamente qual das duas forças foi responsável por sua morte sem a bala.
Kochav disse no domingo que “estamos aguardando os resultados [dos testes]”. Se eles mostrarem que “nós a matamos, então assumiremos a responsabilidade”. Se a bala “pode ser atribuída, ela será atribuída”, disse Kochav. “Se não pudermos fazer uma determinação, então não haverá uma determinação. Se puder ser determinado que ela foi morta por palestinos armados, então os palestinos serão os responsáveis”.
Em qualquer cenário, disse Kochav, Israel lamenta a morte de Abu Akleh.
Em entrevista à rádio Voz da Palestina no domingo, Khatib insistiu que Israel não realizaria os testes balísticos da bala, explicando que o exame seria realizado na Embaixada dos EUA em Jerusalém.
“Temos garantias do coordenador americano de que o exame será realizado por eles e que o lado israelense não participará”, disse Al-Khatib à rádio Voz da Palestina, acrescentando que espera que a bala seja devolvida no domingo.
Fonte: The Jerusalem Post
Foto: שי קנדלר, CC BY-SA 4.0 (Wikimedia Commons)
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