Israel oferece presos em troca de 4 corpos ainda hoje
Israel ofereceu libertar prisioneiros se o Hamas devolver quatro corpos, ainda nesta segunda-feira, sem cerimônia.
Em meio ao impasse que impede a continuação do acordo de reféns, Israel teria exigido uma concessão em troca da libertação de 602 presos palestinos que deveriam ser soltos no sábado.
Segundo relatos, Israel disse aos países mediadores na segunda-feira que estava disposto a libertar os 602 prisioneiros que deveriam ter sido soltos dois dias antes se o Hamas devolvesse imediatamente os corpos de quatro reféns que deveriam ser libertados no próximo final da semana, informou o site de notícias Ynet, citando uma autoridade israelense.
Israel exigiu que o Hamas devolvesse os cativos mortos sem realizar uma cerimônia com os caixões, como fez na semana passada com os corpos da família Bibas e de Oded Lifshitz, todos assassinados em cativeiro.
No frágil e complexo acordo de cessar-fogo entre os dois lados, o Hamas liberta grupos de reféns, vivos e mortos, em troca de Israel libertar centenas de prisioneiros de segurança, muitos dos quais estão cumprindo penas perpétuas por crimes de terrorismo.
No entanto, o processo, que estava se aproximando do fim da primeira das três fases, encontrou um obstáculo depois que Israel disse no domingo de manhã que não libertaria os 602 prisioneiros de segurança se o grupo terrorista palestino não garantisse a libertação de mais reféns, e sem fazer disso um espetáculo de propaganda, como tem feito até agora.
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Os prisioneiros deveriam ter sido soltos no sábado, mas os israelenses ficaram indignados com o espetáculo da transferência dos corpos da mãe Shiri Bibas e seus dois filhos pequenos Ariel e Kfir que foram assassinados em cativeiro. Um novo momento de raiva e indignação foi desencadeado por um vídeo de propaganda que mostrava reféns sendo trazidos para assistir a uma cerimônia onde outros estavam sendo libertados.
Dada esta situação, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel exigiria o fim do “espetáculo” antes de retomar a libertação de prisioneiros.
Um funcionário do Hamas foi citado pela Ynet dizendo que o grupo só entregaria os quatro reféns mortos que ainda deveriam ser devolvidos na primeira fase do acordo de trégua se Israel primeiro libertasse os prisioneiros de segurança.
No domingo, o porta-voz do Hamas, Mahmoud Mardawi, disse que o grupo terrorista adiaria as negociações com Israel por meio de mediadores até que Jerusalém libertasse os presos.
Após relatos não confirmados, na segunda-feira, sobre supostos progressos nas negociações, Mardawi reforçou, enfatizando que a posição do Hamas não havia mudado, e vários meios de comunicação israelenses citaram fontes locais não identificadas negando que tenha havido progresso em direção à iminente liberação dos corpos dos reféns.
O acordo exige que o Hamas liberte gradualmente todos os seus reféns, que Israel liberte milhares de prisioneiros de segurança palestinos em troca, e que ambos os lados parem de lutar na Faixa, enquanto os lados negociam por uma “calma sustentável” e as FDI se retiram gradualmente do enclave. Com o fim da primeira fase do acordo no próximo sábado, as negociações estão em andamento para a segunda fase,
A autoridade israelense que falou com a Ynet, na segunda-feira, disse que não importa o que aconteça, Israel continuará a buscar seus objetivos de guerra, que que incluem oficialmente a eliminação do Hamas como um órgão militar ou governamental.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: FDI