Israel libera pagamentos do Catar para Gaza

Israel anunciou nesta quinta-feira que chegou a um acordo com o Catar para que o país do Golfo retome o pagamento de ajuda a milhares de famílias na Faixa de Gaza, uma medida que visa aliviar as tensões com o território palestino governado pelo Hamas.

O Catar enviou centenas de milhões de dólares às famílias mais pobres de Gaza, nos últimos anos. Os fundos têm sido uma das principais fontes de estabilidade para o território, onde o desemprego ronda os 50%.

Mas desde a guerra de maio, Israel bloqueou os pagamentos, insistindo em salvaguardas de que nenhum dinheiro chegue ao Hamas. Sob o sistema anterior à guerra, cerca de US$ 30 milhões em dinheiro eram entregues em malas em Gaza, a cada mês, por meio de uma passagem controlada por Israel.

O ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, disse que, segundo o novo acordo, os fundos seriam transferidos pelas Nações Unidas diretamente para as contas bancárias das famílias de Gaza. “Israel manterá a supervisão sobre a lista de destinatários. Os pagamentos devem começar nas próximas semanas”, disse ele.

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“Tenho estado em contato com autoridades do Catar para estabelecer um mecanismo que garanta que o dinheiro chegue aos necessitados, ao mesmo tempo que mantém as garantias de segurança de Israel”, disse Gantz. Ele disse que Israel também está em contato com o rival do Hamas, a Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente, para examinar possíveis alternativas para a transferência dos fundos sob sua supervisão.

O Hamas reclamou dos atrasos dos pagamentos e ameaçou retomar os combates se os fundos não voltassem a fluir. No início desta semana, militantes palestinos dispararam um foguete contra Israel pela primeira vez desde a guerra.

Israel não respondeu ao ataque do foguete, indicando que os esforços diplomáticos estavam progredindo.

O anúncio foi feito um dia depois que o chefe da inteligência do Egito, um mediador importante entre Israel e o Hamas, fez uma rara visita a Israel para trabalhar no apoio a um cessar-fogo que encerrou os combates em maio.

Fonte: AP
Foto: Abed Rahim Khatib (Flash90)