Israel em guerra: Hodeida, Mohamed Deif e a Corte Internacional de Justiça
Por Deborah Srour Politis
Tivemos uma semana cheia de notícias. Mas somente neste final de semana, um veículo aéreo não-tripulado, carregado de explosivos, conseguiu chegar a Tel Aviv. Na explosão que se seguiu, um residente de 50 anos foi morto e outras 20 pessoas ficaram feridas.
Os Houthis no Iêmen têm enviado drones, misseis e estes veículos aéreos não tripulados quase que diariamente contra Israel, além de atacar os navios mercantes no Mar Vermelho causando bilhões de dólares em danos para o comércio internacional, especialmente para o Egito. Além disso, os Houthis têm atacado a Arábia Saudita e os Emirados Árabes quase sem consequências.
Mas o envio deste veículo aéreo para Tel Aviv foi a gota que transbordou o copo. Israel lançou um ataque sem precedentes contra o porto de Hodeida no Iêmen, a artéria principal pela qual os Houthis recebem armamento e suporte do Irã, a 2 mil km de Israel. Hodeida é também o centro de produção de energia do país, onde o Iêmen mantém suas refinarias de petróleo e sua central elétrica.
A mensagem, deste monumental ataque, foi não somente para os Houthis, que agora terão que gastar pelo menos uns dois anos para reconstruir seu porto, mas para o Irã, já que Teerã também fica a 2 mil km de Israel e para o Hezbollah, que não pode se dar ao luxo de provocar Israel ao ponto de ter seu porto ou a cidade de Beirute destruída novamente.
Se Israel conseguiu finalmente restaurar seu poder de dissuasão, teremos que ver nos próximos dias.
Em Gaza, a situação parece ter progredido e hoje houve confirmação que o arquiterrorista Mohamed Deif foi enviado desta (provavelmente, para pior). A perda de um comandante tão importante, poderia trazer a cúpula do Hamas, principalmente os que vivem nos hotéis de luxo no Catar, para a mesa de negociações e a soltura dos reféns.
Mas aí a comunidade internacional tem um jeito de sempre atrapalhar as coisas ao dar legitimidade para este povo que se diz “palestino”, mas são árabes do Egito e da Arábia Saudita de acordo com eles mesmos.
Na sexta-feira, a Corte Internacional de Justiça, emitiu sua decisão por seu presidente, um juiz libanês (notem que o Líbano está em guerra com Israel), notória e virulentamente crítico a Israel. De acordo com um relatório da UN Watch, durante o seu mandato como embaixador do Líbano na ONU, Nawaf Salam votou pela condenação de Israel nada menos que 210 vezes.
Em 2008, Salam fez um discurso acusando inominadas “organizações terroristas judaicas” de cometer “massacres organizados”. Em 2015, ele chamou Israel de “triunfo de escolhas racistas e colonialistas flagrantes” no Twitter. Em junho de 2015, ele tuitou “#Israel Ocupação de #Gaza e #WestBank: INFELIZ ANIVERSÁRIO PARA VOCÊ – 48 ANOS DE OCUPAÇÃO”. Meses depois, o Jewish News Syndicate informou que ele escreveu: “Israel deve parar a violência e acabar com a ocupação” e “parar de retratar os críticos da política israelense como antissemitas como tentativa de intimidá-los e desacreditá-los, o que rejeitamos”.
Qualquer juiz com este passado e um claro conflito de interesses deveria se declarar suspeito, para manter um mínimo de aparência de imparcialidade do tribunal. Mas quando se trata de Israel, todo módico de propriedade, de justiça ou de imparcialidade pode ser jogado pela janela sem qualquer cerimônia, e tudo bem!
Qual não foi a nossa “surpresa” quando o tribunal, que não tem jurisdição sobre Israel, decidiu que os assentamentos judaicos são ilegais, inclusive em Jerusalém, que a presença de Israel sobre estes territórios, incluindo Gaza deve terminar e Israel tem a obrigação de pagar restituição aos palestinos e evacuar imediatamente todos os judeus de suas moradias no que ele decidiu ser “território ocupado”, incluindo Gaza.
A Corte acabou de perder toda a credibilidade e como outras agências da ONU, ela não tem qualquer legitimidade para decidir este assunto.
Primeiro, a Corte não chegou nem a mencionar, nem a aludir, ao fator de segurança de Israel. Aos milhares de mísseis, morteiros, balões incendiários enviados de Gaza e dos milhares ataques terroristas perpetrados na Judeia e Samaria. Assim, ela quer que as ações de Israel sejam consideradas num vácuo o que é completamente absurdo.
É impossível, especialmente tendo em vista os passos que Israel tomou para fazer a paz como os Acordos de Oslo e a retirada de todas as comunidades judaicas de Gaza em 2005. Somente em 2007 Israel decidiu bloquear o acesso de Gaza, por causa da quantidade de armas e munições, mísseis e morteiros enviados para a Faixa, seu maior exemplo o navio Karine A, tomado pela marinha israelense. A corte decidiu que, pelo fato de Israel desde então ter se dado ao direito de inspecionar carregamentos para Gaza, ela efetivamente ocupa a Faixa.
Se isso é verdade, Israel é muito incompetente. Ela ocupa o território, mas permite que o Hamas e a Jihad Islâmica enviem mísseis diariamente contra seus civis? Isso é razoável?
Ainda, o tribunal decidiu que este território era para a Palestina desde o Mandato Britânico! Que beleza, que talento para reescrever a História! Primeiro, o “povo palestino” não existiu até ser inventado por Arafat em 1964, 15 anos depois de fim do Mandato Britânico. Se ele está se referindo à toda Palestina, então vamos incluir a Jordânia, que tomou 75% dela. Mas acho que o Sr. Salam não quer se indispor com seus vizinhos.
Ainda, ele lida com os “assentamentos” como se não tivessem existido comunidades judaicas na Judeia, Samaria ou Gaza antes de 1967. Até 1948 a maioria dos judeus viviam na cidade velha de Jerusalém, que o tribunal considera como Jerusalém do Leste e “ocupada”. Em 1948, na guerra da Independência, a Jordânia ocupou ilegalmente esta parte da cidade expulsando todos os judeus e queimando todas as sinagogas (e isso sim foi ilegal e nenhum país fora do Paquistão e da Inglaterra reconheceram esta ocupação e anexação).
Mas vamos lá. De quem a Jordânia ocupou o território? Do Estado da Palestina? Não. Do Mandato Britânico. E o Mandato Britânico ocupou de quem? Do Estado da Palestina? Não. Do Império Otomano que ocupava a região desde 1516! E antes disso? Tivemos os Mamelucos do Egito, os Mongóis, os Cruzados. Antes dos Cruzados a Terra Santa era governada pelos califados de Bagdá e da Síria e antes deles o Império Bizantino que substituiu os romanos. Existiu alguma vez um Estado ou Território Palestino? NUNCA.
Ainda, posso fazer aqui uma lista de eventos nos quais os judeus da Terra Santa foram sujeitos a massacres, pogroms durante os últimos dois mil anos, incluindo os Bizantinos, os Cruzados, as diversas invasões árabes provando a presença contínua do nosso povo em nossa terra ancestral.
Nós não somos estrangeiros em Eretz Israel. Sim, tivemos muitos dos nossos dispersos contra a sua vontade para terras estranhas, onde fomos perseguidos, convertidos à força, expulsos e finalmente, sistematicamente mortos.
Mas nunca esquecemos quem somos ou de onde viemos.
Assim, quem está ocupando esta terra ilegalmente são os árabes que chegaram em sua grande maioria no século XX em busca de trabalho.
Nosso registro de propriedade está na Bíblia, entregue por Deus. Nosso direito de posse está em nossa presença continua, e não há tribunal terrestre que possa nos destituir de nossos direitos. Nós, e não os palestinos, somos o maior exemplo de vitória contra a colonização.
O mundo precisa saber que vamos continuar a lutar até que aceitem o inevitável. Am Israel Chai! Be Eretz Israel!
Foto: Cortesia. Nawaf Salam