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Israel e Hamas continuam conversações no Catar

Grandes lacunas ainda persistem nas conversações em curso no Catar entre Israel e o Hamas para um acordo de libertação de reféns e uma trégua temporária em Gaza, à medida que a guerra se aproxima do seu sexto mês.

O grande impasse centra-se no número de prisioneiros de segurança palestinos que o Hamas exigiu que fossem libertados para garantir a libertação das soldadas das FDI mantidas em cativeiro.

O Hamas também condicionou quaisquer novas libertações de reféns ao compromisso israelense de um cessar-fogo permanente. Israel rejeitou repetidamente esta exigência, prometendo retomar a sua campanha militar depois de qualquer acordo de trégua de reféns ter sido implementado e completar o seu objetivo de destruir o grupo terrorista na sequência do massacre de 7 de outubro, para garantir que não possa manter o poder em Gaza e tentar fazer novos ataques deste tipo.

A delegação israelense, liderada pelo chefe do Mossad, David Barnea, acompanhada pelo chefe do Shin Bet, Ronen Bar, e pelo representante das FDI, Nitzan Alon, está em Doha para negociações mediadas pelos EUA, Catar e Egito. A equipe tem se reunido com o diretor da CIA, William Burns, com o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, e com o chefe da inteligência do Egito, Abbas Kamel.

Segundo uma reportagem do Canal 12 veiculada no sábado, Israel concordou provisoriamente em libertar um número “mais generoso” de prisioneiros palestinos como parte de um novo compromisso sugerido pelos EUA. Mas continua a se recusar a aceitar o fim da guerra para garantir um acordo com o Hamas.

O plano elaborado em Paris no mês passado previa uma trégua de seis semanas e a libertação de cerca de 400 prisioneiros de segurança para cerca de 40 reféns – mulheres, crianças, doentes e idosos – na primeira fase do acordo. O novo compromisso proposto pelos EUA é “mais generoso” para o Hamas, e foi aceito por Israel, informou o Canal 12, sem dar mais detalhes.

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As equipes aguardavam agora uma resposta de Gaza, o que poderia levar dias, disse a reportagem.

De acordo com reportagem da Al Jazeera, que tem sede no Catar, no sábado, o Hamas exigiu que 30 prisioneiros de segurança palestinos condenados por Israel à prisão perpétua por crimes terroristas fossem libertados para cada soldado das FDI atualmente detido pelo grupo terrorista em Gaza. Dezenove mulheres ainda são mantidas como reféns pelo grupo, entre elas soldados das FDI, além de duas crianças pequenas, incluindo o refém mais jovem sequestrado em 7 de outubro.

Eles estão entre os 134 reféns que permanecem em Gaza, nem todos vivos, depois de 105 civis terem sido libertados do cativeiro do Hamas durante uma trégua de uma semana no final de novembro, e quatro reféns terem sido libertados antes disso.

De acordo com a Al Jazeera, Israel na sua resposta ofereceu cinco desses prisioneiros por cada soldada, e também insistiu que na primeira fase de qualquer acordo, 40 sequestrados deveriam ser libertados de todas as categorias de reféns, incluindo homens idosos e jovens.

A reportagem do Canal 12 disse que a delegação do Hamas inclui os líderes do grupo terrorista baseados em Doha, Ismail Haniyeh, e Khaled Mashaal, bem como Khalil al-Haya, um assistente do chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar.

Barnea, Bar e Alon devem voltar para Israel em breve, embora alguns membros da equipe israelense provavelmente permaneçam em Doha por alguns dias, informou o Canal 12.

A equipe de negociação de Israel rejeitou as exigências do Hamas para acabar com a guerra, retirar as suas forças de Gaza e permitir incondicionalmente que todos os deslocados internos de Gaza regressassem à parte norte do território, disse a Al Jazeera no sábado.

Israel ofereceu o regresso de 2.000 habitantes de Gaza por dia ao norte, a partir de duas semanas após a entrada em vigor do acordo e o início de um cessar-fogo temporário.

Um membro do Hamas também disse à AFP no sábado que Israel “se recusa a concordar com um cessar-fogo amplo e recusa a retirada completa das suas forças de Gaza”.

Ele acrescentou que Israel indicou que queria manter as questões de socorro, abrigo e ajuda sob o seu controle e exigiu que “as Nações Unidas não voltassem ao trabalho, especialmente no norte da Faixa de Gaza”.

A reportagem do Canal 12 disse que o gabinete de guerra, ao autorizar alguma margem de manobra limitada para a equipe israelense antes de sua partida na sexta-feira, autorizou os negociadores a discutir o processo de retorno dos civis evacuados do norte de Gaza.

Israel também insiste no direito de exilar, para fora da Samaria e Judeia e de Gaza, os prisioneiros de segurança que forem libertados no acordo que cometeram crimes graves, segundo a Al Jazeera.

A equipe de negociação também exige a devolução dos corpos de Hadar Goldin e Oron Shaul, que foram mortos durante a Operação Margem Protetora em Gaza em 2014, e cujos restos mortais estão detidos pelo grupo terrorista, em troca da libertação de prisioneiros palestinos que foram libertados em acordo com Gilat Shalit de 2011, mas posteriormente recapturados por Israel.

O Hamas está considerando a resposta de Israel a sua proposta, mas qualquer resposta da delegação da organização terrorista poderá levar vários dias, informou o Canal 12.

Segundo o The Times of Israel, quando Barnea e a delegação de Israel ​​partiram para o Catar na sexta-feira, “não havia nenhum progresso real” nas negociações com o Hamas.

O braço armado do Hamas disse num comunicado no sábado que um refém israelense de 34 anos teria morrido devido à “falta de remédios e alimentos”.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e Ynet
Fotos: Wikimedia Commons

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