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Israel é Genocida! Israel é um “não Estado!”. Será? Vamos ver!

Por Marcos L Süsskind

Olá colega. Sou Marcos e estou lhe escrevendo depois de ler uma curta postagem sua no Twitter.

Parece que temos algo em comum. Você é historiador e eu sou um amante de história. Estudei, mas abandonei a faculdade seis meses antes do fim por mudar de país. Segui estudando, lendo, aprendendo. Sou, portanto, autodidata e me permito lhe chamar de colega.

No Twitter que li você descreve Israel como um “não Estado” ou então como “Estado Genocida”. Quero que você saiba que estou vivendo em Israel e não encontrei nenhuma lógica em sua colocação – eis os motivos.

Israel é um Estado soberano, membro das Nações Unidas, membro da OECD, que é formada por países-membros que se dedicam a promover o desenvolvimento econômico e o bem-estar social. Aliás, Israel é o único membro não-europeu na OECD e foi aceita por sua “alta contribuição ao desenvolvimento tecnológico, humano, cultural e social”.

Israel também é membro de um incontável número de entidades científicas, culturais, musicais, tecnológicas, teatrais, entidades de ensino, assistência social, filantrópicas, desenvovimentistas entre outras.

Com isto você pode ver que não se trata de um “não Estado”. É um Estado reconhecido e se encontra entre os que mais contribuem com o bem estar e o avanço tecnológico do mundo. Se você usa celular, computador, impressora, remédio genérico, Waze ou energia solar, deveria saber disto, já que tudo isto foi inventado aqui.

Sua outra afirmação seria que se trata de um “Estado Genocida” e aqui também é importante verificar os fatos.

Houve alguns milhares de mortos nos confrontos armados entre 13 ricos países árabes e a pequena Israel. Idem nos confrontos entre as forças militares de Israel e grupos terroristas.

O total de mortos nos 72 anos desde o início da Guerra de Independência, em 1948, até 27/04/2020 (semana passada) foi o seguinte:

Árabes, incluindo egípcios, iraquianos, sírios, libaneses, palestinos e líbios: 86.705, dos quais 3.524 mortos em conflitos entre grupos árabes rivais.

Judeus: 24.969 dos quais 4.145 mortos em ataques terroristas tais como homens-bomba, esfaqueamento a e explosivos lançados em escolas, bibliotecas e discotecas.

Há um dado interessante, que é o percentual de militares e de civis mortos:

  Civis Militares
Judeus 69% 31%
Árabes 59% 41%

Outro dado relevante diz respeito ao sexo dos que morreram:

  Homens Mulheres
 Judeus 69% 31%
 Árabes 94% 6%

Mas voltemos aos números.

As vítimas árabes em 72 anos de conflitos foram 86.705. Cada morte é uma tragédia e a média de mortos anual entre os árabes foi de 1.204/ano. No Brasil a média de assassinatos anual é de 65.600 mas ninguém ousa chamar o Brasil de genocida. E veja que no Brasil são assassinadas em 15,5 meses o mesmo número de vítimas de guerra em 864 meses aqui no conflito árabe-Israelense – 79 vezes mais.

Você não mencionou outros países nesta mesma região geográfica, neste mesmo clima e nesta mesma cultura.

Na Síria, a apenas 146 km de minha casa, a guerra civil dura 9 anos e já ceifou 650.000 vidas e você não considerou isto genocídio. São 60 vezes (sessenta vezes) a média anual do conflito árabe-israelense

No Iraque foram mortos 500.000 entre 2011 e 2017, mas você não chamou o Iraque de genocida. São 69 vezes a média anual do conflito árabe-israelense

No minúsculo Líbano, a guerra entre cristãos e muçulmanos deixou 30.000 mortos e 500.000 desterrados. Sao 6 vezes a média anual do conflito…

Na Líbia, em pouco mais de 6 anos, até 30/04 passado, já se contavam 612.000 mortos. Aqui são 85 vezes a média anual do conflito árabe-israelense

Resumindo, meu caro:

A morte de 1.792.000 civis em menos de 7 anos (apenas nos 4 conflitos relatados) não o levam a definir isto como genocídio. Porque os 4,8% do total definem Israel como genocida enquanto 95,2% de mortos não são sequer lembrados?

Me desculpe, colega de estudos, não me parece eticamente justo e nem moralmente aceitável o uso deste tipo de adjetivação para Israel. O uso destes dois argumentos lá do título é uma manipulação mentirosa e difamatória.

E para finalizar, os números acima foram tirados – todos  – de fontes históricas confiáveis, íntegras e mundialmente reconhecidas.

Não mencionei seu nome, pois não quero personalizar a questão. Prefiro ficar nos fatos. Ficarei satisfeito em ler sua resposta.

Imagem: ErikaWittlieb (Pixabay)

Um comentário sobre “Israel é Genocida! Israel é um “não Estado!”. Será? Vamos ver!

  • Nada como desmascarar mentiras caluniosas usando de dados comprovados internacionalmente.
    Marcos, não é a primeira vez que leio seus argumentos, sempre muito precisos, em defesa do Estado de israel e de seu povo. Você é um orgulho para nós. Kol Hakavod!!!

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