Israel confisca contas de criptomoeda do terrorismo
Israel apreendeu cerca de 190 contas de criptomoedas na Binance, a maioria vinculada ao Estado Islâmico e ao Hamas, de acordo com documentos divulgados pelas autoridades antiterroristas do país.
O Bureau Nacional de Financiamento Contra o Terrorismo (NBCTF) de Israel apreendeu contas na Binance, a maior bolsa de criptomoedas do mundo, com o objetivo de “frustrar a atividade” do Estado Islâmico e “enfraquecer sua capacidade de avançar em seus objetivos”.
O NBCTF divulgou documentos, assinados pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, em 12 de janeiro, mostrando que Israel apreendeu duas contas vinculadas ao Estado Islâmico, mantidas por Osama Abuoyada, um palestino de 28 anos.
Embora não tenham sido fornecidos detalhes sobre o valor da apreendido, essas ações destacam o foco dos governos nas empresas de criptomoedas para evitar atividades ilegais.
Quase todas as contas apreendidas pertenciam a três empresas palestinas de câmbio com sede em Gaza: Al Mutahadun, Dubai Company e Al Wefaq Co.
Elas foram acusados de ajudar grupos terroristas. A Al Mutahadun foi declarada uma entidade terrorista pelo ex-ministro da defesa Benny Gantz depois de ser acusada de transferir dinheiro para o Hamas.
A Binance, fundada em 2017 pelo CEO Changpeng Zhao, afirma em seu site que analisa as solicitações de informações de governos e agências de aplicação da lei caso a caso, fornecendo informações conforme exigido por lei.
A plataforma também afirma verificar os usuários em busca de conexões com o terrorismo e investiu recursos para melhorar seu programa de conformidade, de acordo com uma carta enviada aos senadores dos EUA em março.
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O Hamas negou ter laços com empresas de câmbio e acusou Israel de tentar “justificar sua guerra econômica contra Gaza e seu povo”. Na semana passada, disse que pararia de arrecadar fundos usando Bitcoin, citando preocupação com a segurança de seus doadores.
Além de enfrentar uma ação civil da Commodity Futures Trading Commission (CFTC) dos EUA por “evasão intencional” das leis dos EUA, a Binance também foi objeto de investigações alegando falta de controles eficazes contra a lavagem de dinheiro.
O CEO da Binance, Zhao, chamou as acusações de “declaração incompleta dos fatos” e a plataforma contestou cálculos imprecisos e descrições “desatualizadas” de seus controles de conformidade em artigos de jornal.
O Estado Islâmico, que surgiu na Síria após a guerra civil no Iraque, tem usado criptomoedas para financiar suas atividades. O Departamento do Tesouro dos EUA informou, no ano passado, que o grupo recebeu doações de criptomoedas que depois converteu em dinheiro por meio de plataformas de negociação de criptomoedas, embora não tenha especificado quais.
Em resposta a essas preocupações, os reguladores de todo o mundo pediram controles mais rígidos nas trocas de criptomoedas para evitar atividades ilegais, como lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
Em um caso envolvendo um ataque em Viena em 2020 que matou quatro pessoas e mais tarde foi reivindicado pelo Estado Islâmico, a polícia alemã disse que dois homens suspeitos de ajudar o atacante usaram a Binance. A plataforma compartilhou informações com as autoridades policiais, afirmaram seus representantes legais no ano passado.
Esses casos ilustram a necessidade de maior cooperação entre empresas de criptomoedas e autoridades governamentais para combater efetivamente o financiamento do terrorismo e outras atividades ilícitas na arena das criptomoedas.
Fontes: Noticias de Israel e i24NEWS
Foto: Canva