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Inteligência israelense teria usado empresa de fachada

Depois que a marca taiwanesa Gold Apollo alegou que os milhares de pagers que explodiram no Líbano, na terça-feira, foram fabricados na Hungria, o governo em Budapeste rapidamente refutou as alegações.

Especialistas acreditam que material explosivo foi colocado nos pagers antes de sua entrega em uma sofisticada operação de infiltração na cadeia de suprimentos, mas não está claro onde ou por quem eles foram fabricados e enviados para o Líbano e a Síria.

A empresa taiwanesa cuja marca os dispositivos carregavam, disse na quarta-feira que apenas autorizou o uso de seu nome nos pagers AR-924 e que os dispositivos foram feitos pela empresa BAC Consulting KFT, sediada em Budapeste.

Mas em uma publicação no X, o porta-voz do governo húngaro Zoltan Kovacs escreveu que a posição de Budapeste é que “a empresa em questão é uma intermediária comercial, sem nenhuma unidade de fabricação ou operação na Hungria. Ela tem um gerente registrado em seu endereço declarado, e os dispositivos referenciados nunca estiveram na Hungria”.

“Durante investigações posteriores, os serviços de segurança nacional húngaros estão cooperando com todas as agências e organizações parceiras internacionais relevantes”, escreveu ele.

A NBC News citou posteriormente a presidente-executiva da BAC Consulting, Cristiana Bársony-Arcidiacono, negando qualquer papel na produção dos pagers. “Eu não faço os pagers”, disse ela à rede. “Eu sou apenas a intermediária. Acho que vocês entenderam errado”.

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Segundo o New York Times, a BAC Consulting é uma empresa de fachada israelense. De acordo com a reportagem, oficiais de inteligência israelenses usaram empresas de fachada para esconder a ligação para a empresa Gold Apollo e começaram a enviar dispositivos em 2022.

Três agentes de inteligência informados sobre a operação disseram ao jornal que pelo menos duas outras empresas de fachada foram criadas para ocultar o fato de que os fabricantes dos pagers eram agentes de inteligência israelenses.

De acordo com a reportagem, os pagers começaram a ser enviados ao Líbano em 2022, mas o fornecimento aumentou quando o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, denunciou o uso de celulares como operacionalmente inseguro.

Nasrallah defendeu durante anos o uso de pagers para a comunicação interna em vez de telefones, já que os pagers não revelam a localização do usuário, relata o New York Times.

O líder terrorista também estava preocupado com mensagens recebidas de aliados não identificados de que Israel havia melhorado sua capacidade de hackear telefones, disseram autoridades de inteligência dos EUA ao jornal.

Espera-se que Nasrallah faça um discurso hoje.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e Euronews
Foto: Divulgação

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