Hochstein em Beirute: “Hora de tomar decisões”
O enviado especial do presidente Joe Biden, Amos Hochstein, desembarcou nesta terça-feira em Beirute para receber a resposta do Líbano a um possível cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista xiita libanês Hezbollah, relataram fontes oficiais.
Hochstein se encontrou com o presidente do Parlamento do Líbano, Nabih Berri, e disse no final da conversa que “as disparidades diminuíram” e que “há uma oportunidade real de pôr fim ao conflito”.
“Este é o momento de todas as partes tomarem decisões. O fim da guerra está próximo”. No contexto das negociações para o acordo, o secretário-geral do Hezbollah, Naim Kassem, anunciou que falaria hoje. Mais tarde, foi relatado que o seu discurso foi adiado para uma data a ser determinada posteriormente.
De acordo com uma reportagem do jornal saudita “Al-Hadath”, Kassem adiou seu discurso depois que “a informação divulgada no final da reunião Hochstein-Berri o levou à conclusão de que a conversa não atendeu às expectativas”.
Entretanto, o jornal saudita “A-Sharq Al-Awast” noticiou que no Irã “o Hezbollah foi aconselhado a dar uma oportunidade de negociar com Israel, a fim de alcançar um cessar-fogo”. A razão, segundo a reportagem, é “a difícil situação em que se encontra o Líbano” após os ataques massivos de Israel.
O “Al-Hadath”, também saudita, divulgou, a partir de fontes próximas de Hochstein e da equipe de negociação libanesa, que os EUA estão interessados em obter o consentimento do Líbano para os acordos de segurança americanos que visam impedir a transferência de armas das milícias iranianas na Síria, que incluirá a supervisão do porto marítimo e do aeroporto de Beirute.
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Ontem à noite, o Canal 13 publicou o parágrafo inicial da carta americana de garantias que acompanhará o acordo a ser assinado, que afirma que “Israel tem o direito de se defender e garantir a sua segurança na fronteira norte. Os EUA apoiam o direito de Israel de tomar medidas contra ameaças imediatas no Líbano”.
Ao mesmo tempo, o Líbano expressou pessimismo sobre as chances de chegar a um acordo e, segundo fontes libanesas, “isso decorre da exigência israelense pela liberdade de ação militar das FDI em território libanês”.
As fontes acrescentaram que os comentários das autoridades libanesas foram encaminhados a Hochstein. Os mediadores procuram uma “solução criativa” para preencher a controversa cláusula.
Se os esforços para chegar a um acordo derem frutos, a pacificação, segundo as fontes, começará dentro de alguns dias. Mas, “se a proposta americana fracassar, a região poderá deteriorar-se numa escalada significativa, que durará pelo menos até meados de janeiro”.
Segundo as fontes, o governo libanês tem observações a fazer sobre o projeto do acordo, incluindo oposição a um comitê de segurança internacional para supervisionar a implementação da Resolução 1701, e uma exigência de que permaneça nas mãos da UNIFIL e do exército libanês.
Entretanto, o “Wall Street Journal” informou hoje que as FDI encontraram recentemente armas de fabricação russa no sul do Líbano, que aparentemente foram transferidas da Síria. Segundo a reportagem, algumas das armas incluem mísseis antitanque.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Canal 13
Foto: Captura de tela (Canal 13)