Hezbollah exige mudanças no acordo de cessar-fogo
O Hezbollah está exigindo modificações na proposta do acordo de cessar-fogo que está sendo negociada pelo enviado especial dos EUA, Amos Hochstein, informou a mídia libanesa, na segunda-feira.
De acordo com o jornal al Akhbar, afiliado ao Hezbollah, o grupo terrorista apoiado pelo Irã enviou sua resposta à proposta ao presidente do Parlamento do Líbano, Nabih Berri, e ao primeiro-ministro interino Najib Mikati. O jornal afirma que Israel esperava que o Hezbollah rejeitasse o acordo para que a guerra pudesse continuar.
Fontes disseram ao al Akhbar que o texto da resposta libanesa a Hochstein está quase pronto e será entregue à embaixada americana em Beirute antes da chegada do enviado, prevista para terça-feira.
“A ambiguidade positiva é a maneira de o Líbano lidar com a proposta americana”, disseram algumas fontes.
As questões que poderiam atrapalhar as negociações foram resolvidas e há uma ampla margem de manobra. “As negociações se tornaram sérias e Netanyahu estava sob pressão dobrada para parar a luta”, de acordo com o artigo.
Fontes políticas disseram à publicação que a resposta do Hezbollah estava de acordo com a resolução 1701 da ONU de 2006 e que Hochstein não anunciará um acordo durante sua visita e apenas transmitirá a resposta libanesa aos israelenses.
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Mas autoridades no Líbano acreditam que, mesmo que um acordo possa ser fechado, haveria dificuldades em implementá-lo. O Hezbollah rejeitou a participação da Alemanha e do Reino Unido no comitê que supervisiona a implementação do acordo de cessar-fogo, mas concordou com o envolvimento dos EUA e da França. “Esta é uma semana crítica. Ou haverá um acordo de cessar-fogo em poucos dias ou a luta continuará até meados de janeiro”, disseram as autoridades, referindo-se à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
Autoridades ocidentais disseram acreditar que a “abertura positiva no Líbano ajudará a pressionar Israel a implementar o acordo”.
De acordo com o diário libanês Nidaa al-Watan (Chamado da Nação), que não apoia o Hezbollah, o acordo pendente entregue ao Líbano inclui:
- A criação de uma comissão internacional para supervisionar a implementação da resolução 1701 da ONU, chefiada por um general americano e com a participação de um general francês.
- A demolição das estruturas militares do Hezbollah ao norte e ao sul do Rio Litani.
- A preservação do direito de Israel de intervir em caso de violações do acordo que não possam ser resolvidas em negociações.
- A implementação do acordo por meio do diálogo ou da força.
O jornal também informou que a resposta de Berri pode não ser um retumbante sim ou não, o que não seria suficiente para os americanos ou israelenses, que insistem em uma resposta libanesa positiva, e que mesmo que um cessar-fogo seja acordado, haverá complicações como resultado do acordo e as dificuldades continuarão.
O jornal Al Joumhouria, que se opõe ao Hezbollah, revelou mais informações sobre o acordo proposto do que o relatado anteriormente, incluindo uma retirada do Hezbollah ao norte de Litani enquanto as FDI retirariam suas tropas das aldeias do sul do Líbano, o retorno de civis deslocados em ambos os lados da fronteira e o fortalecimento das forças de paz e do exército libanês.
O jornal também noticiou a criação de uma comissão internacional, mas disse que, além dos EUA, França e Reino Unido, um país árabe não identificado também participaria.
A autoridade da comissão será ampla e incluirá a supervisão de instalações estratégicas no Líbano, incluindo o aeroporto internacional, os portos e as passagens de fronteira.
O jornal levanta a questão se o acordo poderia ser alcançado antes que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, assuma o cargo, ou se há risco de uma escalada perigosa na guerra. Ele também relata que a resposta libanesa inicial já foi entregue, mas mais comentários seriam incluídos.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet
Foto: FDI