“Haredim deixarão Israel se forem forçados ao serviço militar”
O rabino-chefe sefaradita de Israel, Yitzhak Yosef, disse que os judeus ultraortodoxos deixarão Israel em massa se o governo acabar com as isenções de alistamento militar obrigatório.
“Se vocês nos forçarem a ir para o exército, todos nós nos mudaremos para o exterior”, diz Yosef durante sua prédica semanal.
Yosef é filho do falecido líder espiritual do partido Shas, Ovadia Yosef, e exerce grande influência no partido, que faz parte da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
“Todas estas pessoas seculares não compreendem que sem kolel e yeshivot, o exército não teria sucesso”, diz ele, referindo-se a instituições onde os homens estudam religião. “Os soldados só tiveram sucesso graças àqueles que aprenderam a Torá”.
A Direção de Pessoal das FDI disse a um comitê da Knesset, no mês passado, que cerca de 66.000 jovens da comunidade ultraortodoxa, o setor da população que mais cresce, receberam isenção do serviço militar no ano passado, um recorde histórico. Cerca de 540 deles decidiram se alistar, desde o início da guerra, disseram as FDI.
Em 2022, a população haredi era de cerca de 1.280.000, 13,3% da população total de Israel, de acordo com o Instituto de Democracia de Israel.
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A declaração do rabino-chefe sefaradita recebeu inúmeras críticas.
O líder da oposição Yair Lapid, líder do partido Yesh Atid, disse que o comentário “é uma vergonha e um insulto aos soldados das FDI que sacrificam suas vidas pela defesa do país”. “O Rabino Yosef é um funcionário do Estado, com salário do Estado. Ele não pode ameaçar o Estado”, escreveu ele no X.
Avigdor Liberman, líder do Yisrael Beytenu, postou, “sem deveres, não há direitos”. “É uma pena que o Rabino Yitzhak Yosef e os ultraortodoxos continuem a prejudicar a segurança de Israel e a agir contra a halachá (lei judaica)”, disse ele.
O partido Sionismo Religioso, do ministro das Finanças Belale Smotrich, da coalizão, afirmou em um comunicado, “recrutamento para os militares: uma boa ação! Somos gratos pelo privilégio de servir o povo de Israel, aprender a Torá e ajudar Israel em tempos de necessidade”.
“Depois de dois mil anos de exílio, nunca sairemos do nosso país. Uma comunidade que está disposta a pagar com a vida pela Terra de Israel não desistirá dela sob nenhuma condição”, afirmou.
O Otzma Yehudit, partido liderado pelo ministro Itamar Ben-Gvir, afirmou que “o serviço militar é um enorme privilégio para um judeu que se defende no seu país e um grande feito”.
O Rabino David Stav, Presidente da Organização Rabínica Tzohar, respondeu às declarações do Rabino-Chefe sefardita, dizendo que “durante este período de dor e tragédia contínuas para o povo de Israel, onde quase todos os dias testemunhamos que mais e mais dos nossos filhos caem em defesa desta terra, todo o foco deve estar na defesa e no apoio ao serviço militar. A declaração que incentiva evitar o serviço nas FDI é uma mancha moral desprezível e uma vergonha para o nome de Deus”.
“A ameaça de deixar Israel especificamente para evitar defender a nossa nação é particularmente repreensível e contradiz completamente o espírito da halachá”, disse ele. “Seria de esperar que alguém que esteja no topo do Rabinato-Chefe de Israel encorajasse o serviço das FDI em vez de se esquivar do serviço a ponto de realmente deixar o país.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e The Jerusalem Post
Foto: Wikimedia Commons
Os que forem, estarão confirmando um preconceito existente entre os seculares, que diz: os religiosos somente sugam do estado.
Espero que resolvam doar seu tempo ao serviço do estado como defesa do único lugar realmente judaico no mundo. Hoje em dia eles têm o pensamento que a única salvação é o estudo das Leis Divinas, mas todos os grandes rabinos do passado tiveram profissão, e ainda mais os líderes do nosso povo, no começo da história foram grandes generais, coronéis e comandantes. Ou será que os anjos viram lutar por nós contra todos os inimigos citados na Tora?
Rabi Akiva dizia que o caminho da Tora é o do meio, ser radical pra um lado ou pro outro não funciona. Tora e trabalho.
Vc falou tudo. Nada a acrescentar. A fala foi uma vergonha. Deveria renunciar ou ser destituído do cargo.
Seria uma benção para Israel, o êxodo destes parasitas!