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Hamas pede a palestinos que “marchem” contra Israel

Os ataques aéreos israelenses perto de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, na noite deste domingo, provocaram reações indignadas dos palestinos. Autoridades de saúde do Hamas alegaram que 35 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas no ataque e em um incêndio causado em um campo que abriga civis deslocados.

As Forças de Defesa de Israel afirmaram ter tido como alvo um complexo do Hamas e a eliminação de dois comandantes do grupo terrorista.

O Crescente Vermelho Palestino disse que os ataques foram realizados em “tendas de pessoas deslocadas perto da sede da ONU”, afirmando que o local foi designado como zona humanitária por Israel.

Um porta-voz da organização disse que o número de mortos provavelmente aumentará. O ministério da saúde administrado pelo Hamas afirmou que a maioria das vítimas eram mulheres e crianças.

As FDI disseram ter atacado um complexo do Hamas na área de Tel Sultan, onde lideranças do Hamas estavam reunidas, e que “o ataque foi realizado contra terroristas, de acordo com direito internacional, utilizando munições de precisão e com base em informações que indicam a utilização da área por terroristas do Hamas”.

Os militares disseram estar cientes de relatos de que o ataque e um incêndio que se espalhou por um campo para palestinos deslocados causaram vítimas entre civis, acrescentando que o incidente estava sob investigação mais aprofundada.

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Numa declaração posterior, os militares afirmaram que o ataque matou Yassin Rabia, comandante do chamado quartel-general do Hamas na Samaria e Judeia – uma unidade do Hamas encarregada de promover ataques contra Israel a partir da região – bem como Khaled Najjar, outro alto membro da unidade.

Rabia, de acordo com as FDI, “geriu todas as formações militares do quartel-general da Samaria e Judeia, esteve envolvido na transferência de fundos para fins terroristas e dirigiu ataques de agentes do Hamas” na área.

As FDI também disseram que Rabia realizou, ele próprio, vários ataques mortais, em 2001 e 2002, matando soldados israelenses.

Najjar esteve envolvido na direção de ataques a tiros e outras atividades terroristas na Samaria e Judeia, e também na canalização de fundos para agentes do Hamas, disseram os militares.

Ele também realizou vários ataques entre 2001 e 2003, segundo as FDI, matando civis e matando e ferindo soldados.

Autoridades do Hamas e da Autoridade Palestina reagiram ao ataque, classificando-o como um ataque deliberado a civis deslocados e indefesos.

“À luz do horrível massacre sionista cometido esta noite pelo exército criminoso de ocupação contra as tendas dos deslocados, apelamos às massas do nosso povo na Samaria e Judeia, em Jerusalém, nos territórios ocupados e no exterior para que se levantem e marchem furiosamente contra o massacre sionista em curso contra o nosso povo”, disse o Hamas num comunicado.

O gabinete do Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, sediado na Samaria e Judeia, classificou o ataque como um “massacre hediondo”, acusando as forças israelenses de “alvejarem deliberadamente” as tendas das pessoas deslocadas.

A administração do presidente dos EUA, Joe Biden, disse que estava acompanhando a situação. “Estamos cientes dos relatos sobre o incidente em Rafah e estamos reunindo mais informações”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca ao The Times of Israel.

O ataque ocorreu horas depois de o Hamas ter disparado uma saraivada de projéteis de longo alcance contra o centro de Israel, no primeiro ataque desse tipo em quatro meses. As FDI disseram que destruíram o lançador de foguetes usado no ataque.

Os militares também anunciaram a morte de dois soldados durante os combates em Gaza no domingo, enquanto continuavam as principais operações militares em Jabaliya, no norte da Faixa, bem como em Rafah. Isto elevou para 288 o número de mortos na ofensiva terrestre contra o Hamas e nas operações ao longo da fronteira. Um civil do Ministério da Defesa também foi morto na Faixa.

A operação das FDI em Rafah, que os militares afirmam ser o último grande reduto do Hamas, alimentou novas críticas internacionais a Israel sobre a guerra em Gaza, com o Tribunal Internacional de Justiça emitindo uma decisão significativa, mas redigida de forma ambígua, instruindo Israel a parar atividades militares que poderiam resultar na destruição da população civil ali abrigada.

Autoridades israelenses disseram que consideram que a ordem da TIJ permite espaço para algumas operações em Rafah, rejeitando interpretações de que a decisão do tribunal exigia que Israel interrompesse totalmente a ofensiva.

Um canal do Telegram afiliado à Jihad Islâmica publicou apelos à vingança contra Israel pelo “massacre” em Rafah. “A solução agora é estar armado. A solução agora é o derramamento de sangue. A solução agora é morrer por Alá”, dizia uma mensagem.

“A solução agora é responder ao apelo de Abu Khaled (Mohamed Deif, comandante da ala militante do Hamas) para se alistar no dia 7 de outubro. A solução agora não é um ataque ou uma marcha. A solução é a guerra”.

Outra mensagem afirmava, “vocês, filhos de al-Karmi, A’biyat, Ayash, Tawalbeh, Jaradat, Barghouti, al-Hunud e Ayat [comandantes da Fatah, Hamas e Jihad Islâmica que Israel eliminou], vocês, filhos da Cisjordânia, Jerusalém, e o interior [dentro de Israel de 1967], vocês que carregam armas: matem-nos [os judeus] em todos os lugares que os encontrarem”.

Fonte: revista Bras.il a partir de The Times of Israel e Israel National News
Foto: FDI

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