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Hamas acusa Netanyahu de colocar obstáculos no acordo

O Hamas acusou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de colocar obstáculos nas negociações de cessar-fogo. As negociações do acordo de trégua e libertação de reféns devem ser retomadas nesta semana.

O grupo terrorista alegou que estava oferecendo “flexibilidade e positividade” nas negociações, enquanto Netanyahu “está colocando obstáculos adicionais no caminho das negociações”. A declaração apelou aos mediadores para interferirem contra o que chamou de “manobras e crimes” do primeiro-ministro, acusando-o de travar “guerra psicológica”.

No domingo, o gabinete de Netanyahu emitiu uma declaração apresentando suas quatro exigências não negociáveis, incluindo uma em que promete não aceitar nenhum acordo de cessar-fogo que não permita que Israel retome os combates quando ele começar a ser implementado.

A declaração gerou uma série de críticas dos envolvidos nas negociações, incluindo autoridades de segurança israelenses.

Na declaração do Hamas, Ismail Haniyeh, líder do grupo terrorista baseado no Catar, destacou os relatos de intensificação da atividade das FDI, em Gaza como tendo o potencial de sabotar as negociações que mal haviam sido reiniciadas.

E uma declaração publicada no canal Hamas no Telegram, na noite de segunda-feira, Haniyeh disse que havia alertado os mediadores durante uma ligação que ele considerava Netanyahu e o exército israelense totalmente responsáveis ​​pelo potencial colapso das negociações e que uma escalada nos combates poderia levar as coisas de volta ao “ponto zero”.

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Mais tarde, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, tentou se esquivar, dizendo aos repórteres que “em ambos os lados, você vê comentários públicos que não refletem necessariamente as conversas que estamos tendo em particular com eles ou seus interlocutores”.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, também tentou diminuir a importância dos recentes comentários públicos dos líderes de Israel e do Hamas.

“Às vezes, você vê o governo israelense fazer declarações públicas. Às vezes, você vê o Hamas fazer declarações públicas. Vamos manter as negociações em privado. O que não mudou é que Israel, em suas conversas conosco, está dizendo que está comprometido com a proposta que o presidente delineou publicamente”, disse Miller, referindo-se à oferta israelense que prevê um cessar-fogo temporário, que os mediadores esperam que possa ser transformado em permanente.

“Não acreditamos que a posição substancial de Israel, em favor do acordo proposto tenha mudado”, acrescentou Miller.

Ainda nesta segunda-feira, autoridades de Israel, Egito e EUA se encontraram no Cairo para discutir as conversas sobre reféns, e os esforços para reabrir a passagem de Rafah e impedir o contrabando de armas pela fronteira Egito-Gaza.

A equipe dos EUA foi liderada pelo enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Brett McGurk, e pelo diretor da CIA, Bill Burns, enquanto o chefe do Shin Bet, Ronen Bar, liderava a delegação israelense e o chefe de inteligência, Abbas Kamel, liderava a equipe egípcia.

Em abril, autoridades dos EUA disseram ao The Times of Israel que os EUA e o Egito estavam em negociações para construir um muro subterrâneo ao longo do Corredor de Filadélfia entre o Egito e Gaza, que impediria o contrabando do Hamas da Península do Sinai. Miller foi questionado sobre as notícias da segunda-feira anterior que circulavam novamente essa ideia, mas se recusou a confirmá-los.

“Nós acreditamos que o contrabando através da fronteira do Egito para Gaza é um problema muito real que precisa ser abordado. É uma das maneiras pelas quais o Hamas conseguiu se armar e se financiar, e isso apresentou um desafio legítimo de segurança ao governo de Israel e também tornou difícil alcançar a paz para o povo palestino”, disse Miller. “Temos trabalhado em propostas com os governos do Egito e de Israel sobre como abordar esse desafio”.

A declaração de domingo de Netanyahu também afirma que “o contrabando de armas para o Hamas a partir da fronteira entre Gaza e Egito não será possível”, um ponto direcionado às negociações sobre o futuro controle da passagem fechada de Rafah.

No final desta semana, o chefe do Mossad, David Barnea, deve ir a Doha para continuar as negociações sobre um possível acordo de trégua e libertação de reféns, que se intensificaram depois que o Hamas emitiu uma resposta na semana passada sobre a estrutura mais recente para um acordo.

Segundo a Associated Press, várias autoridades no Oriente Médio e nos EUA acreditam que o nível de devastação na Faixa de Gaza causado por nove meses de combates ajudou a pressionar o Hamas a suavizar suas exigências por um acordo de cessar-fogo.

Em comunicações internas recentes vistas pela AP, mensagens assinadas por várias figuras importantes do Hamas em Gaza instaram a liderança política exilada do grupo a aceitar a proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em um discurso no final de maio.

Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, se encontrou com os familiares dos israelenses que ainda estão reféns em Gaza, dizendo a eles que Israel precisa traduzir os ganhos de sua pressão militar em um acordo para trazer os prisioneiros de volta para casa.

“Todo o establishment de defesa vê o retorno dos reféns como o principal objetivo a ser perseguido”, disse Gallant, de acordo com seu gabinete.

“A pressão militar criou condições que nos permitem avançar com um acordo, os militares saberão como parar e como retornar ao combate conforme necessário”, acrescentou o ministro da defesa. “Precisamos aproveitar a pressão militar para avançar com um acordo e não perdê-lo”.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: Revista Bras.il

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