Governo vai indenizar famílias das “crianças iemenitas”
O governo de Israel aprovou uma proposta de compensação financeira para as famílias do Iêmen, Bálcãs e outros países do Oriente Médio pelo misterioso desaparecimento de até 5.000 bebês e crianças, nos primeiros anos do Estado de Israel.
Conhecido como o caso das crianças iemenitas, o problema envolve mais de 1.000 famílias, a maioria imigrantes do Iêmen, mas também dezenas dos Bálcãs, do Norte da África e de outros países do Oriente Médio, que alegaram que seus filhos foram sequestrados em hospitais israelenses e dados a casais sem filhos de origem europeia, tanto em Israel quanto no exterior.
A explicação oficial é de que as crianças morreram sob cuidados médicos, mas muitas famílias não acreditam nisso.
As famílias dizem que os filhos foram levados à força dos acampamentos montados para abrigar refugiados que chegavam ao estado de Israel em final dos anos quarenta e início dos anos cinquenta.
Muitas vezes, os pais não podiam ir ver os filhos no hospital, e então eram informados de que as crianças haviam morrido e tinham sido enterradas, sem que a família tivesse acesso ao corpo. Surgiu então a suspeita de que as crianças haviam se recuperado, mas em uma iniciativa secreta e organizada, elas foram dadas a famílias em melhor situação para adoção.
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Três comissões lidaram com o caso: a comissão de inquérito sobre a revelação das crianças iemenitas; a comissão sobre o esclarecimento do destino das crianças iemenitas desaparecidas; e a comissão de inquérito sobre o desaparecimento de crianças imigrantes iemenitas de 1948-1954.
Foi decidido que os familiares identificados por uma das três comissões como de parentes de criança falecida ou cujo destino é desconhecido, poderão entrar com pedido de indenização financeira no período de junho a novembro de 2021. A decisão foi formulada pelos ministérios das Finanças e da Justiça.
O recebimento da indenização dependerá de um compromisso por escrito de não entrar com nenhum outro processo sobre o assunto, bem como encerrar e renunciar a qualquer ação legal existente no futuro.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descreveu a questão como “uma ferida aberta que continua a sangrar” para as muitas famílias que não sabiam do paradeiro de suas crianças.
Mas as famílias dos desaparecidos deixam claro que uma indenização não é suficiente. Segundo eles, a decisão é uma tentativa de encobrir o caso, e a primeira coisa a ser feita para curar as feridas é revelar os documentos sigilosos relativos aos crimes cometidos no estabelecimento do estado e um pedido de desculpas oficial do estado.
Foto: GPO (Domínio público)
O problema é que essa notícia tem propósitos de propaganda antes de eleições e não é bem assim
Para ser elegível a essa compensação (150 mil para aqueles que os filhos morreram e 200 para desaparecidos) será necessário comprovar que o pedinte entrou com um apelo/pedido/notificação nos 3 comitês em 1967, 1988 e 1995. Isso significa que somente parte (pequena) dos pais receberão alguma compensação.
Seria bom lembrar que a força atrás disso foi o falecido RAV MESHULAM que que faleceu em 2013 https://he.wikipedia.org/wiki/%D7%A2%D7%95%D7%96%D7%99_%D7%9E%D7%A9%D7%95%D7%9C%D7%9D depois de iniciar uma manifestação em 1994 que o levou aprisão por atos criminais