Gostos, cores e amores não se discutem!
Por Mary Kirschbaum
Adoro este provérbio de origem portuguesa que a minha mãe vivia repetindo quando eu era mais jovem.
Não me lembro exatamente a que ela se referia, mas sim de entender em primeiro lugar, de que eu era alguém, e que podia pensar por mim mesma.
Pronto. Entendido. Então eu não era obrigada a concordar com ninguém e ainda por cima podia ser eu mesma!
Sendo assim, comecei a entender que preferir o azul turquesa ao amarelo ouro e gostar do Joãozinho, moreno de olhos cor de mel, mais do que o Pedrinho, louro e acanhado fazia de mim alguém com gostos, cores e amores muito peculiares.
Assim nascia alguém, ou o que podemos denominar as escolhas próprias de um ser único e insubstituível.
Parto do princípio então, de que é preciso, primeiramente, se formar para cada um, o conceito de personalidade, onde inicialmente se adquirem os interesses e desejos particulares.
Este conceito se refere a um conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém.
A personalidade é feita de traços relativamente estáveis no tempo e outros que são totalmente dinâmicos e mutáveis.
A formação da personalidade é um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo.
É uma força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa com o mundo que a cerca.
E aí vemos então o diferenciar-se de cada um em relação as suas tendências, preferências, predileções e bel prazeres.
Mas, a personalidade de cada um é algo extremamente complexo, que nem cada um de nós consegue entender ou explicar direito.
Os astrólogos, numerólogos, cabalistas, cartomantes e os pais de santo, todos tentam de alguma maneira nos dar pistas a respeito daquilo que somos. Ou o que fomos, e a resposta que mais queremos. Quem seremos amanhã…
Sim, a individuação, a constituição do sujeito, único em sua carga genética, em suas particularidades, em suas mazelas, é fato, e muito importante no sentido de sermos especiais, possuirmos uma essência e podermos nos diferenciar.
E assim nos encher de energia e vitalidade cuidando de nós e do que nos pertence.
Mas, socialmente falando, e trazendo o que há de mais importante para nossa alma e, parafraseando Caetano Veloso: “Podemos ver o mundo juntos, sermos dois e sermos muitos, nos sabermos sós sem estarmos sós”.
“Abrimos a cabeça, para que afinal floresça o mais que humano em nós…”
Porque ser humano é acima de tudo socializar-se.
Somos então, apesar de seres únicos e que fazem escolhas próprias, parte de um todo.
Somos diferentes e contribuímos de formas diversas para este universo.
Cada um de nós compõe uma parte da história.
“Uma andorinha só não faz verão”. Mas pode acordar o bando!
Podemos e devemos discutir a respeito do que amamos mais… ou menos, e que B”H (Graças a D’us), tem gosto para tudo neste mundo.
Escolhemos e somos escolhidos.
Somos um, somos par, estrelas incontáveis…
Mas cada uma possui um nome e uma identidade aos olhos de Ha’Shem, nosso D’us.
Mas, juntos, colorimos o mundo de esperança.