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Gallant: “Vitória total” de Netanyahu é um absurdo

A conversa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre “vitória total” sobre o Hamas é “um absurdo”, disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, durante uma reunião fechada com o Comitê de Relações Exteriores e Defesa da Knesset em Tel Aviv, nesta segunda-feira, segundo a deputada do Likud, Tally Gotliv, presente na reunião.

Gotliv disse que ficou “chocada” com a declaração de Gallant e pediu ao primeiro-ministro que o demitisse.

O comentário de Gallant fez parte de sua argumentação a favor de um acordo de reféns. Em sua declaração, ele disse aos membros do comitê que os sucessos militares recentes abriram a janela para um acordo de reféns, cujos preços o sistema de defesa poderia aceitar.

Gallant teria dito que Israel estava “em uma encruzilhada” entre um acordo para trazer de volta os reféns, um cessar-fogo em Gaza e diminuir os confrontos na frente norte, versus continuar a bombardear o Hamas, mas sem receber os reféns, e então uma guerra total contra o Hezbollah e possivelmente o Irã.

Gallant disse que apoiava a primeira opção. O sistema de segurança de Israel também tem essa visão. De acordo com Gallant, o slogan de “vitória total” do primeiro-ministro era um “tocar de tambores de guerra” não apoiado por ações, indicando sua crítica a Netanyahu, bem como aos ministros Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir, ambos os quais pediram guerra total, incluindo uma invasão do Líbano.

De uma perspectiva política, muitos analistas acreditam que a escolha é de fato binária: por um lado, a escolha de destruir completamente o Hamas dificilmente deixará muitos reféns vivos e, por outro, a única maneira de devolver os reféns é por um acordo abrangente que poderia levar a um cessar-fogo prolongado. Alguns críticos argumentaram que o primeiro-ministro escolheu de fato a primeira opção enquanto projetava que pretendia libertar os reféns para evitar críticas.

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O relacionamento entre Gallant e Netanyahu se deteriorou durante discussões das propostas de reformas judiciais do governo em 2023, e os dois se criticaram publicamente. Gallant acusou o primeiro-ministro de considerar questões políticas em sua tomada de decisão em tempo de guerra.

O gabinete do primeiro-ministro respondeu em uma declaração. “Quando Gallant adota a narrativa anti-Israel, ele prejudica as chances de chegar a um acordo para libertar os reféns. Teria sido digno dele atacar o líder do Hamas, Yahya Sinwar, que se recusa a enviar uma delegação para as negociações, e que foi e continua sendo a única barreira para um acordo de reféns”.

“Israel tem apenas uma opção: alcançar a vitória total, o que significa acabar com as capacidades militares e de governo do Hamas e libertar nossos reféns, e essa vitória será alcançada. Essa é a diretiva clara do primeiro-ministro Netanyahu e do gabinete, e é vinculativa para todos, incluindo Gallant”, disse o gabinete do primeiro-ministro.

Fonte: Revista Brasil a partir de The Jerusalem Post
Foto: Wikimedia Commons

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