FDI sabiam do plano do Hamas antes de 7 de outubro

Um documento produzido na Divisão de Gaza, e que foi distribuído menos de três semanas antes do massacre de 7 de outubro, mostra que as FDI e os sistemas de inteligência sabiam do plano do Hamas para atacar Israel.

O documento foi divulgado na noite desta segunda-feira no noticiário noturno da TV Kan. Segundo a reportagem, as autoridades de segurança disseram que o documento era conhecido pelo topo da inteligência, e pelo menos pela Divisão de Gaza.

O documento “Treinamento de ataque detalhado de ponta a ponta” foi distribuído em 19 de setembro de 2023 e descreve detalhadamente uma série de treinamentos realizados pelas unidades de elite do Hamas nos quais praticavam ataques a postos militares avançados e kibutzim, raptos de soldados e civis, e até instruções sobre como deter os sequestrados e cuidar deles quando já se encontrassem no território da Faixa de Gaza.

O início do documento trata de uma sequência de treinamentos das companhias do braço militar do Hamas. “Às 11 horas da manhã foram observadas várias companhias reunidas para o início dos treinos, não antes da oração e do almoço”, refere o documento. “Às 12h são distribuídos equipamentos e armas aos combatentes, após o que ocorre um exercício. Às 14h começa o treino de ataque”.

De acordo com o documento, o primeiro passo do exercício é abrir brechas em um posto avançado das FDI, construído na Faixa de Gaza para simular os postos avançados no Envelope de Gaza. As forças terroristas foram divididas em quatro grupos e cada um treinado em um posto avançado simulado.

Os oficiais de inteligência israelenses que acompanharam o exercício descreveram no documento os próximos passos que seriam seguidos após invadir o território israelense e assumir os postos avançados, e afirmaram que a instrução era entregar os soldados capturados aos comandantes da companhia. O número esperado de reféns estaria entre 200 e 250 pessoas.

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Os alvos de ataque militar estavam descritos no documento: o quartel-general da base, o quartel-general de controle, as sinagogas das bases, o quartel-general do esquadrão, o quartel-general das comunicações, os sistemas de mira e os quartéis dos soldados. Segundo o documento, os grupos Nukhba receberam uma instrução enfática: o local deve ser vistoriado na saída e nenhum documento deve ser deixado.

A inteligência do Comando Sul e da Divisão de Gaza não só estava ciente do plano de sequestro do Hamas, mas também detalhou as condições de detenção dos reféns, incluindo instruções aos sequestradores sobre a conduta em casos extremos, como manter os reféns e sob que condições e em que situações podem ser executados.

Também foi publicado na edição do jornal que o cenário mais extremo preparado na Divisão de Gaza antes do ataque do Hamas foi o da infiltração de dezenas de terroristas em apenas três locais. A estimativa de que o plano do Hamas consistia em raptar entre 200 e 250 soldados e civis, incluindo mulheres e crianças, foi completamente ignorada.

Antes do início da guerra, o sistema de segurança orgulhava-se da nova e inteligente barreira de segurança, cuja construção foi concluída dois anos antes do ataque do Hamas, uma barreira acima e abaixo do solo, sobre a qual foram construídos sistemas tecnológicos, e que falhou no ataque do Hamas.

Uma investigação pode revelar por que não foi dado crédito a este relatório.

O documento mostra que as FDI tinham informações precisas e direcionadas sobre as intenções do Hamas, mas devido ao conceito que dominou o sistema de segurança e possivelmente devido ao desdém dos altos funcionários da Divisão de Gaza, da Unidade de Inteligência Militar e do Estado-Maior, ninguém o levou a sério.

A equipe de investigação do Estado-Maior deverá apresentar ao Chefe do Estado-Maior dentro de cerca de duas semanas as conclusões preliminares sobre a omissão.

Fonte: Revista Bras.il a partir de KAN
Foto: FDI