FDI propõem plano para serviço militar obrigatório

As Forças de Defesa de Israel apresentaram, na terça-feira, um novo projeto para o serviço militar, diante dos planos do governo de conceder aos ultraortodoxos isenções antecipadas de convocação para o exército.

A última proposta provisória do governo, discutida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e alguns parceiros da coalizão, no domingo, diminuiria a idade de isenção final do exército dos atuais 26 para 23 ou 21 anos.

Acredita-se que os haredim permaneçam em programas de estudo religioso por mais tempo do que normalmente, a fim de evitar o recrutamento, alegando adiamentos acadêmicos até atingirem a idade de isenção final. Ao diminuir a idade de isenção, o governo espera estimular os homens haredi a deixar a yeshiva e entrar no mercado de trabalho mais jovens.

As FDI indicaram que se opunham aos planos discutidos pelo governo no início da semana, que essencialmente dariam aos haredim uma isenção do serviço militar, afirmando que recrutar israelenses de todas as partes da sociedade é de extrema importância.

De acordo com o plano das FDI, todos os recrutas serão convocados para servir no mínimo 24 meses, e os que exercem funções de combate e outras funções essenciais sendo recrutados para permanecer por mais tempo – até 36 meses – com um aumento salarial significativo durante os meses adicionais.

Segundo o projeto, soldados em unidades especiais consideradas voluntárias cumprirão 36 meses, enquanto outras funções de combate, funções tecnológicas essenciais e técnicos e motoristas do sexo masculino cumprirão 32 meses.

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Funções administrativas e técnicas e motoristas do sexo feminino servirão no mínimo 24 meses. O resultado do plano seria um tempo médio de serviço de 28,5 meses, segundo as FDI, o que não prejudicaria a competência dos militares.

Atualmente, o serviço militar é obrigatório para os homens israelenses, que servem por 32 meses, enquanto as mulheres servem por 24 meses. Ainda assim, várias unidades exigem que as tropas permaneçam mais do que o tempo obrigatório, devido aos longos períodos de treinamento.

Diante das intenções do governo de conceder aos haredim uma isenção antecipada do serviço militar, as FDI disseram que continuarão a enviar cartas de alistamento para homens ultraortodoxos que completam 18 anos e que continuariam a traçar rotas especiais para eles.

Na prática, no entanto, apenas cerca de 1.000 haredim são convocados para as FDI a cada ano, dos cerca de 11.000 que completam 18 anos a cada ano.

No novo projeto das FDI, afirma-se que o chamado modelo de “exército do povo”, aquele no qual todos os israelenses devem servir, é a fonte de sua força.

Um oficial superior disse no início desta semana que reduzir a idade final de isenção, permitindo assim que os haredim entrem na força de trabalho em uma idade mais jovem, em vez de se esquivar do recrutamento permanecendo na yeshiva, é aceitável, desde que haja “valorização” dos soldados em serviço.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, teria apoiado a fixação da idade de isenção em 23 anos, mas com a condição de que outro projeto de lei fosse aprovado que daria benefícios adicionais a soldados e veteranos, dando aos soldados de combate e outras funções essenciais um aumento salarial significativo, enquanto os soldados em posições não essenciais serviriam menos tempo.

Não foi informado de onde viria o orçamento para essas iniciativas.

Um especialista disse ao The Times of Israel na segunda-feira que os planos do governo provavelmente serão rejeitados pelo Supremo Tribunal de Justiça.

A população haredi de Israel se opõe fortemente ao cumprimento do serviço civil ou militar obrigatório, vendo-o como uma forma de forças externas potencialmente afastarem seus membros. Alguns elementos mais extremistas da comunidade haredi protestaram violentamente contra o recrutamento militar.

Fonte: The Times of Israel
Foto: Wikimedia Commons