FDI divulgam resultado da investigação sobre 7/10

A investigação sobre o ataque de 7 de outubro revelou como o Hamas conseguiu realizar um ataque surpresa combinado que resultou na derrota temporária da Divisão de Gaza e na morte de centenas de pessoas.

A falha em fornecer alerta precoce, a falta de preparação para um ataque dessa magnitude e o colapso da cadeia de comando permitiram que os terroristas controlassem as comunidades vizinhas por horas.

Os resultados da investigação mostraram a necessidade de uma mudança fundamental no conceito de segurança, um equilíbrio entre inteligência e prontidão para guerra surpresa e a alocação apropriada de forças no caso de um ataque surpresa.

Nada menos que cinco sinais de alerta foram recebidos pela Inteligência Militar e pelo Comando Sul naquelas horas, incluindo dezenas de cartões SIM de celulares que foram ativados em Gaza, movimentos suspeitos na implantação de foguetes do Hamas e outros indicadores menos claros. Apesar disso, oficiais de inteligência encontraram explicações plausíveis para cada alerta, argumentando principalmente que incidentes semelhantes ocorreram nas semanas, meses e anos que precederam a guerra.

As investigações mostram que as FDI interpretaram mal o Hamas durante anos, deixando o sul de Israel totalmente vulnerável. Elas detalham a “percepção errônea” dos militares sobre o Hamas ao longo de uma década, sua recusa em reconhecer a invasão iminente, mesmo nas últimas horas, e o caos que atrasou catastroficamente a reação no dia

Cerca de 5.000 terroristas liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, realizando uma onda assassina de intensidade e amplitude sem precedentes. As investigações das FDI agora especificam que os militares tentaram montar uma resposta com as bases mais próximas da fronteira invadidas e a cadeia de comando quebrada em meio ao caos.

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O material divulgado destaca o fracasso de anos antes da invasão do Hamas, nas horas finais antes dela, e no curso do massacre e sequestros do grupo terrorista. Só meses após a invasão e o massacre, foi reconhecido que a Divisão de Gaza do exército, a unidade regional responsável pela Faixa e por proteger o sul de Israel, foi “derrotada” por várias horas. O caos e a confusão retardaram catastroficamente a reação naquele dia.

As FDI detalham o material de inteligência que foi insistentemente mal interpretado ao longo dos anos; a dependência excessiva dos militares em ter um alerta antecipado para preparar suas defesas; o grau em que as tropas foram superadas em número pelos terroristas invasores; e a incapacidade de entender o que o Hamas estava fazendo durante o ataque.

A investigação de “percepção” descobriu que as FDI acreditavam, antes do ataque de 7 de outubro, que o Hamas em Gaza não representava uma ameaça significativa a Israel, que não estava interessado em uma guerra em larga escala, que suas redes de túneis haviam sido significativamente degradadas e que qualquer ameaça na fronteira seria frustrada pela cerca de alta tecnologia de Israel.

A investigação destacou uma distância crescente entre as percepções das FDI sobre o Hamas e o que o grupo terrorista estava fazendo na realidade.

A investigação de “avaliações de inteligência” descobriu que a Diretoria de Inteligência Militar recebeu informações e planos descrevendo a intenção do Hamas de lançar um ataque em larga escala contra Israel ao longo de vários anos, mas entendeu que os planos eram irrealistas e inviáveis.

A Diretoria de Inteligência Militar presumiu que o líder do Hamas, Yahya Sinwar, era um pragmático que não buscava uma grande escalada com Israel, e que o grupo terrorista via sua guerra de 2021 com Israel como um fracasso e estava concentrando suas capacidades no lançamento de foguetes, e não em uma invasão terrestre.

De acordo com suas investigações sobre suas falhas durante a preparação para o ataque do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro de 2023, a FDI determinaram que o Hamas havia decidido em abril de 2022 lançar tal ataque. Em setembro de 2022, o grupo terrorista estava com 85% de prontidão. E decidiu em maio de 2023 lançar o ataque em 7 de outubro.

A investigação sobre o processo de tomada de decisão feito por altos funcionários na véspera do ataque descobriu que as FDI identificaram cinco sinais de atividade incomum do Hamas na noite anterior ao ataque do grupo terrorista em 7 de outubro, mas acreditavam que eles não indicavam um ataque iminente.

Esta investigação também descobriu que a conduta, a tomada de decisões e as avaliações de inteligência das FDI na noite entre 6 e 7 de outubro foram baseadas no resultado de anos de avaliações falsas sobre o Hamas. Como resultado, autoridades de inteligência de todos os níveis falharam ao não fornecer um aviso sobre o que aconteceria.

Por fim, o último tópico da investigação, com base nos enfrentamentos de 7 de outubro e nos dias seguintes, concluiu que a Divisão de Gaza das FDI foi derrotada por várias horas naquele dia.

Como não percebeu em tempo real que a Divisão de Gaza havia caído, o Estado-Maior não entendeu a gravidade do ataque e não conseguiu montar um quadro preciso da situação operacional, o que se tornou um grande desafio durante os esforços para bloquear o ataque.

A investigação das batalhas descobriu que as FDI falharam ao não proteger os civis israelenses e não estavam preparadas para um ataque surpresa em larga escala.

As investigações tinham como objetivo tirar conclusões operacionais para as FDI e não analisaram as decisões da liderança política, evitando assim uma briga com os líderes do governo, que insistiram que as investigações devem esperar até o fim da guerra contra o Hamas.

As investigações das FDI, realizadas por unidades vistas como responsáveis ​​pela falha em perceber os preparativos do Hamas ou em se preparar adequadamente para o ataque do grupo terrorista, foram feitas simultaneamente à guerra.

Os investigadores gastaram milhares de horas, coletando material, realizando entrevistas e compilando informações. Além dos quatro tópicos principais, as FDI investigaram 41 batalhas diferentes e grandes incidentes que ocorreram durante o ataque de 7 de outubro.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e Ynet
Foto: Shutterstock