Famílias de reféns pedem a Netanyahu que feche acordo
Antes da viagem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aos EUA, as famílias das observadoras das FDI, que ainda estão mantidas em cativeiro em Gaza pelo Hamas, divulgaram nesta terça-feira à noite, fotos de suas filhas nos primeiros dias da guerra.
As cinco observadoras que foram sequestrados pelo Hamas da base de Nahal Oz das FDI em 7 de outubro e ainda estão detidas em Gaza são Liri Albag, Karina Ariev, Agam Berger, Daniella Gilboa e Naama Levy.
De acordo com a mídia israelense, as fotos foram tiradas de um vídeo que foi mostrado às famílias pelas FDI. No vídeo, um terrorista pediu às reféns que se identificassem e o local de onde foram sequestradas. O terrorista ordenou que as observadoras levantassem os polegares em um sinal de positivo.
Paralelamente à divulgação das imagens, as famílias realizaram uma coletiva de imprensa, pedindo que Netanyahu não viaje para os EUA antes que um acordo seja fechado.
O pai de Karina, Albert Ariev, disse, “minha pequena Karina, de apenas 19 anos, está em Gaza. Hoje, você vê imagens de Karina e suas amigas em seus primeiros dias de cativeiro. É tão vívido. Karina sentada em um colchão no chão, com um olhar exausto e desesperado. Ela tem um curativo chocante na cabeça com sangue seco”.
“Na perna dela, você pode ver manchas de sangue fresco infiltrando-se em suas calças de pijama. Há fortes marcas de algemas e amarrações em seus pulsos. O inchaço em suas mãos indica que Karina ficou amarrada por um longo tempo. Você vê um quadro, mas no vídeo, você pode ver ferimentos faciais provavelmente causados por estilhaços quando os terroristas invadiram o abrigo”, disse ele.
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Sobre um acordo de reféns, Ariev disse que “o acordo atualmente na mesa é o mais próximo que já estivemos. Desde a manhã de 7 de outubro, as palavras de Karina estão gravadas na minha memória, “Pai, estou com medo”. E eu estou desamparado, não posso fazer nada. Minha filhinha, ferida e sangrando, está em Gaza há mais de nove meses! Tudo o que pedimos é que Karina volte. Queremos que nossa pequena família esteja inteira novamente”.
Em maio, as famílias divulgaram um vídeo mostrando as observadoras das FDI sendo sequestradas da base em Nahal Oz para a Faixa de Gaza.
Ariev dirigiu-se diretamente a Netanyahu: “Estou lhe pedindo, Netanyahu, não voe para o exterior antes que um acordo esteja em andamento”.
A mãe de Naama, Ayelet Levy Shachar, também se referiu à próxima viagem de Netanyahu aos EUA. “O primeiro-ministro me pediu para acompanhá-lo em seu voo para os EUA para seu discurso ao Congresso, e expliquei que não posso e não me sentirei confortável em acompanhá-lo até que eu veja que as negociações sobre a libertação de minha Naama estejam concluídas”.
“Até lá, estou aqui em Israel e continuo lutando para salvar minha Naama. Conforme o acordo avance e Naama e todos os outros reféns sejam salvos, eu poderia vir e me juntar com ela na delegação dele”, ela observou. “Enquanto isso, estou aqui e pedindo a você, para olhar nos olhos dela, Sr. Benjamin Netanyahu. Encontre-se conosco imediatamente para que possamos fazer com que a voz dela seja ouvida”.
Yoni Levy, o pai de Naama, disse na coletiva que sua filha foi mantida separada de suas companheiras. “Ela não foi capturada com as outras meninas, como vimos no vídeo do jipe”, ele disse. “Naama foi mantida por um longo período sozinha”.
Levy disse que as “últimas informações que temos” são que Naama está “presa nos túneis e ela está viva… portanto, a única maneira de tirá-la e as outras meninas dos túneis é um acordo”, ele acrescentou. “Não uma operação militar ou qualquer outra coisa, somente um acordo tirará as meninas de lá”.
Levy foi vista em um vídeo de Gaza em 7 de outubro, após seu sequestro, com as mãos amarradas e calças de moletom ensanguentadas sendo forçada a entrar na parte de trás de um jipe, dando origem a especulações generalizadas de que ela havia sido abusada sexualmente por seus sequestradores.
A mãe de Liri, Shira Albag, declarou, “nossas meninas e todos os outros reféns enfrentam diariamente perigos de vida. Conforme relatado ontem, fomos informados da importância de esgotar todos os esforços nos próximos dias, antes da viagem do primeiro-ministro a Washington. O ministro da Defesa Yoav Gallant nos disse, ‘quando um acordo não era viável, eu disse a vocês. Agora é! Então aqui eu digo: isso é o mais perto que já chegamos!’. Agora é a hora de assinar! É hora de trazer minha Liri de volta” É hora de trazer todos de volta”.
O pai de Agam, Shlomi Berger, apelou a Netanyahu. “Este é um apelo pessoal a você, primeiro-ministro, feche o acordo! Então você pode viajar com segurança e retornar com segurança. Este não é o momento para viagens quando sua presença aqui, no momento mais crítico para o nosso país, é essencial”.
“Ao mundo em geral e ao Catar em particular, eu digo, a foto do líder político do Hamas Ismail Haniyeh que foi deliberada e intencionalmente colocada atrás de nossas filhas mostra que não há separação entre a ala militar e o bureau político da organização terrorista Hamas. Aqueles que lhes dão abrigo terão que dar explicações quando chegar a hora. Eles são todos conjuntamente responsáveis pelo terrível massacre e por manter todos os reféns por mais de nove meses, 284 dias.”
A mãe de Daniella, Orly Gilboa, também se dirigiu ao primeiro-ministro. “Hoje você se encontrou com representantes dos pais de 16 observadoras que foram assassinadas em 7 de outubro. Elas eram todas amigas de Daniella, amigas próximas de coração e alma”.
“Somos todos uma família”, disse ela, “e, como tal, sei que as famílias se aproximaram de você e compartilharam sua preocupação genuína e pesada de que nossas filhas pudessem se juntar à lista dos assassinados. As famílias nos disseram que expressaram a você que sua cura depende do retorno seguro de nossas filhas. Nossa luta é compartilhada, é a luta das famílias dos reféns, das famílias enlutadas e de todo Israel”.
“Reitero que se você decidir viajar para fazer um discurso, que seja um discurso declarando um acordo imediato de reféns”, disse ela.
Durante o evento, o pai de Liri Albag, Eli, desmaiou e foi levado para atendimento médico.
Sete observadoras foram sequestradas vivas da base. Ori Megidish foi resgatada pelas FDI em outubro, e Noa Marciano foi morta pelo Hamas em cativeiro. Seu corpo foi recuperado pelas FDI em novembro e devolvido para sepultamento em Israel.
Durante a coletiva de imprensa ocorreram vários protestos e chamados para reuniões em vários pontos do país para pedir um acordo.
Mais cedo na terça-feira, manifestantes exigindo que o governo garantisse um acordo para trazer de volta os 116 reféns mantidos desde 7 de outubro bloquearam a Rodovia Ayalon, em Tel Aviv.
Os manifestantes, muitos deles parentes dos detidos em Gaza, seguravam uma faixa com os rostos dos reféns e a declaração, “aquele que os abandonou deve trazê-los”.
No movimentado cruzamento Hashalom, os manifestantes gritavam, “Pare o mundo, nossos filhos e pais estão lá”.
Acredita-se que 116 reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro permaneçam em Gaza, incluindo os restos mortais de 42 que foram confirmados como mortos pelas FDI.
O Hamas também mantém presos dois civis israelenses que entraram na Faixa em 2014 e 2015, bem como os corpos de dois soldados das FDI que foram mortos em 2014.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post e The Times of Israel
Foto: Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos