Facções palestinas formam governo de unidade

O grupo terrorista Hamas, o Fatah, partido de Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina e várias facções palestinas concordaram em acabar com as divisões internas, durante as negociações na China que terminaram terça-feira, segundo a mídia estatal chinesa.

O ministro do Exterior chinês, Wang Yi, que recebeu os enviados do Hamas, Moussa Abu Marzouk, do Fatah, Mahmud al-Aloul, e de outros 12 grupos palestinos, disse que eles concordaram em estabelecer um “governo interino de reconciliação nacional” para governar Gaza no pós-guerra.

A Declaração de Pequim foi assinada na cerimônia de encerramento de um diálogo de reconciliação entre facções realizado na capital chinesa, de 21 a 23 de julho, informou a emissora estatal CCTV.

Hussam Badran, autoridade do Hamas, disse que o ponto mais importante da Declaração de Pequim era formar um governo de unidade nacional palestino para administrar os assuntos palestinos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tem dito que o seu objetivo é destruir o Hamas, um grupo terrorista apoiado pelo Irã, e opõe-se a que este tenha qualquer papel na administração de Gaza após a guerra.

O ministro do Exterior israelense, Israel Katz, respondeu ao acordo entre as facções em um post no X, afirmando que “o Hamas e o Fatah assinaram um acordo na China para o controle conjunto de Gaza após a guerra”.

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“Em vez de rejeitar o terrorismo, Mahmoud Abbas abraça os assassinos e estupradores do Hamas, revelando a sua verdadeira face. Na realidade, isto não acontecerá porque o regime do Hamas será esmagado e Abbas estará vigiando Gaza de longe. A segurança de Israel continuará exclusivamente nas mãos de Israel”.

As 14 facções palestinas também se reuniram com a mídia, com a presença do ministro de Wang Yi, disse a CGTN em uma postagem nas redes sociais.

O acordo é um golpe diplomático para Pequim e para a sua crescente influência no Oriente Médio. No ano passado, Pequim intermediou um acordo de paz inovador entre dois antigos inimigos regionais, a Arábia Saudita e o Irã.

Badran elogiou a China pelo seu esforço significativo na organização das conversações e na obtenção de tal declaração.

O Fatah e o Hamas são rivais desde que o Hamas derrotou violentamente o Fatah de Abbas em Gaza em 2007, assumindo o controle da Faixa de Gaza.

Os violentos combates internos aconteceram depois que o Hamas venceu uma eleição legislativa palestina em 2006, após a retirada unilateral de Israel de Gaza no ano anterior.

A Autoridade Palestina dominada pelo Fatah, liderada por Abbas, administra partes da Samaria e Judeia. Ela é vista pela população palestina como corrupta e desconectada, e muitos se ressentem de sua coordenação de segurança com Israel.

Diversas tentativas de acabar com a divisão entre o Fatah e o Hamas falharam, destruídas pela rivalidade entre as facções pelo poder.

Fonte: Revista Bras.il a partir de Iton Gadol e The Times of Israel
Fotos: Wikimedia Commons. Mahmud al-Aloul, Wang Yi e Moussa Abu Marzouk