Exercício militar de Tsahal (FDI) no Mediterrâneo e Chipre
Por David S. Moran
O Exército de Defesa de Israel (Tsahal) completou um intenso treinamento militar de longa distância, chamado “Carruagens de Fogo”, que durou um mês. O treinamento compreendia vários batalhões e incluiu cem aviões de combate e outros de transporte e reabastecimento que simularam voos de longa distância, penetrando o Mar Mediterrâneo, inclusive sendo reabastecidos em pleno voo e “atacando” ao mesmo tempo diversos alvos.
A última semana já recebeu o nome de “Além do Horizonte”, e ocorreu na ilha de Chipre. Centenas de soldados de unidades de elite foram lançados de paraquedas e simularam combates contra forças da Hizballah. Tropas israelenses da ativa e de reservistas treinaram com esquadrões aéreos, forças navais, incluindo o Comando Marítimo, unidade de Engenharia, do Serviço de Inteligência e até unidade canina. Todos estes treinaram em cooperação com o exército cipriota.
A meta do exercício militar foi de ver até onde vai a coordenação entre diversas unidades. Isto incluía também o uso de helicópteros para evacuar os “feridos” e lançar do ar em paraquedas equipamentos logísticos ao Batalhão de Comando, incluindo os carros de guerra “Hammer” e ver como as tropas agem numa área desconhecida e longe da base.
Na terça-feira (31/5), O Ministro da Defesa, Tenente-General (res.) Benny Gantz e o Chefe do Estado Maior das FDI, Tenente-General Aviv Kochavi visitaram as tropas e também se encontraram com o Comandante do Exercito cipriota, Tenente-General Demokritos Zervakis. O Ministro israelense disse entre outras: “O atual exercício é um dos maiores e mais amplos treinamentos que fizemos há muitos anos. Fiquei impressionado. Digo aos cidadãos israelenses, temos um exercito treinado e disposto a enfrentar todos os desafios que poderão vir no futuro”. Gantz também agradeceu aos “nossos associados cipriotas, que nos hospedaram e ajudaram a melhorar nossas atividades. Isto demonstra como é grande nossa aliança estratégica”.
A simulação dos exercícios não deixa dúvidas a quem estava dirigida. Já que seu objetivo foi verificar como tropas israelenses podem agir se for necessário longe do país e em áreas desconhecidas, visava o Irã e sua “proxy” no Líbano, a organização terrorista Hizballah. O fato é que horas depois do “ataque ao Irã, perpetrado por dezenas de aviões de combate”, o governo americano anunciou (1/6): “estamos comprometidos na coordenação do esforço contra o Irã”.
O Irã é ameaça ao mundo e não só a Israel
Com o passar do tempo constata-se que o Irã, mesmo em negociações com as potências (há meses congeladas), mente e ilude os outros e vai avançando para poder chegar a montar bomba atômica. O mundo ocidental sabe, mas não quer admitir. Na quarta-feira (1) o ex Chefe das Forças Armadas de Israel, Ten-General (Res.) Gadi Eizenkot disse na Conferência Dagan (Meir Dagan, foi General das FDI e depois foi o Chefe do Mossad, entre 2002 e 2011) de Segurança e Estratégia, no Centro Acadêmico de Netanya: “Israel atua através de várias ações para impedir que o Irã obtenha poderio nuclear. A maioria é sigilosa. Sem estas atividades o Irã já teria bomba atômica há 7 ou 10 anos”.
O governo da República Islâmica do Irã não mede esforços em investir no seu poderio nuclear. O país que foi muito rico graças aos abundantes poços petrolíferos, está quase falindo. O governo continua investindo na sua meta as custas do povo que está esmagado sob o controle das forças revolucionárias e outras, que tratam de baixar a cabeça de quem tentar levantá-la. Já ocorreram algumas manifestações populares que são imediatamente debeladas à força. Em condados mais afastados, como Ahwaz e Huzestã, as greves se prolongaram por mais tempo.
O presidente iraniano Ebrahim Raisi é da linha dura frente ao Ocidente e não conecta o problema econômico do país às sanções e que poderia melhorar a situação no seu país se aceitasse assinar um acordo com as potências.
O Wall Street Journal publicou, na semana passada, evidências do roubo que o Irã cometeu de documentos sigilosos na AIEA, sobre seu programa nuclear. Aliás, estes foram obtidos pela ação do Mossad em Teerã, em 2008, quando seus agentes entraram num arquivo secreto e pegaram os documentos.
Na quinta feira (2) o chairman da AIEA, Rafael Mariano Grossi veio a Israel discutir o programa nuclear iraniano. Esta é a primeira vez em muitos anos que um alto funcionário da AIEA vem a Israel. Na segunda-feira (30) a agência publicou novo relatório no qual afirma que o Irã aumentou sua reserva de urânio, enriquecido para 60%, no último trimestre em 9,9 kg. O Irã possui agora 43,1 kg de urânio enriquecido em 60% que é quase suficiente, para o poderio de enriquecimento de 90%, em que poderia ter uma bomba nuclear.
Os Estados Unidos, sob o regime de Biden, tentaram de todas as maneiras voltar ao acordo e lidar com o Irã. Não tiveram sucesso e não querem entrar num novo conflito. Ninguém quer. Mas as vezes o ego religioso vale mais do que a lógica. Na década de 50 do século passado, o Irã era um grande aliado de Israel e lhe fornecia petróleo. Israel lhe deu abertura com oleoduto de Eilat a Ashkelon, no Mediterrâneo onde escoava petróleo à Europa.
Se prevalecesse a lógica, o Irã poderia voltar a desfrutar de boa amizade com Israel e de ajuda na prosperidade da sua população. Com os aiatolás parece que isto não vai acontecer, mas, talvez ocorra um milagre e a população local consiga mudar os rumos desta louca história.
Foto: IDF Spokesperson’s Unit
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