Ex-reféns contam sobre condições do cativeiro
Keith Siegel, Yarden Bibas e Ofer Calderon, libertados neste sábado após 16 meses no cativeiro do Hamas, deram seus primeiros depoimentos sobre suas condições de cativeiro.
Keith Siegel, que ficou detido na Cidade de Gaza, disse que era transferido regularmente entre casas e túneis, onde era rotineiramente trancado em quartos isolados. Durante seu cativeiro, ele estava convencido de que seu filho havia sido morto, até que uma transmissão de rádio o informou que ele estava vivo.
Yarden Bibas enfatizou que precisou aprender árabe. Quanto a Ofer Calderon, seu status de reservista lhe rendeu um tratamento especial, simbolizado por sua liberação em uniforme. Ao chegarem a Khan Yunis, em 7 de outubro, os dois homens relataram ter sofrido violência física e psicológica, incluindo espancamentos e períodos de confinamento em jaulas.
Os três homens revelaram que tiveram acesso à mídia, incluindo a Al Jazeera, o que lhes permitiu ver as manifestações organizadas para sua libertação. “Essas imagens nos deram força para seguir em frente e esperança de encontrar nossas famílias novamente”, disseram.
No Hospital Ichilov, onde Keith Siegel está sendo tratado, o professor Gil Pierre, vice-diretor geral, quis tranquilizá-lo: “Sua condição geral é boa e estável. Agora ele pode passar tempo com sua família, descansar e começar a receber apoio psicológico após essa experiência traumática”.
Keith também descreveu como foi forçado a comer carne apesar de ser vegetariano, e que ele comeu quando lhe foi dada, já que ele recebeu muito pouca comida.
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Gadi Mozes, de 80 anos, libertado na quinta-feira, disse à sua família que ficou sozinho durante todo o tempo em que foi mantido em cativeiro. Ele conta que foi transferido de um apartamento para outro, sem ser mantido nos túneis subterrâneos. Em um dos locais ele conseguiu assistir televisão.
Durante a maior parte do tempo, ele ficou confinado em uma sala de dois metros quadrados, onde se movia constantemente para frente e para trás e, segundo seus cálculos, caminhava cerca de 7 km por dia. Além disso, ele contava fichas e resolvia problemas de matemática para passar o tempo e manter a mente ativa.
O ex-refém explicou que, a cada cinco dias, aproximadamente, ele recebia um balde de água morna para tomar banho e usava um copo para despejar a água sobre sua cabeça.
Moses, que perdeu cerca de 15 quilos nesses 482 dias, lembrou de uma ocasião em que foi mantido em uma van quente por pelo menos 12 horas sob os escritórios da Cruz Vermelha na Faixa de Gaza. Embora acreditasse que estava sendo liberado, ele estava apenas sendo transferido.
Fonte: Revista Bras.il a partir de LPH Info e Iton Gadol
Fotos: FDI e Ronen Harish (GPO)