“Evidências sem limites”: um livro de testemunhos de 7 de outubro
Um livro chocante lançado na semana passada e traduzido para vários idiomas traz pela primeira vez as duras evidências do massacre na festa Nova e nos kibutzim do entorno de Gaza.
Como muitos israelenses, Alon Pentzel, um jovem escritor de Kiryat Bialik, viveu uma grave crise quando a guerra começou, após o massacre cometido pelo Hamas no sul e conhecia pessoalmente jovens que foram assassinado. Ele decidiu sair por conta própria para coletar provas, encontrou-se com moradores dos kibutzim, sobreviventes da “Nova”, voluntários do ZAKA e o diretor do Instituto de Medicina Legal.
O resultado, “Evidências sem limites”, um livro chocante, que foi lançado na semana passada mundialmente em vários idiomas e traz histórias chocantes, algumas delas reveladas pela primeira vez.
Durante dois meses, Pentzel entrevistou pessoas, documentou e recolheu detalhes e finalmente optou por incluir no livro 60 testemunhos, cada um dos quais, diz ele, conferiu e cruzou com vídeos e descrições de outras pessoas que estiveram nos locais.
Todas as conversas foram gravadas, com os nomes dos entrevistados, para provar aos negacionistas do mundo que as atrocidades aconteceram.
Um dos depoimentos pertence a um jovem, que conseguiu escapar da festa Nova, que descreveu a brutalidade dos terroristas do Hamas e também falou sobre os abusos sexuais que viu com os próprios olhos. “Ele me contou que enquanto corria viu homens que tiveram seus órgãos genitais mutilados, alguns deles até cortados”, diz Alon. “Ele não podia dizer sobre todos se estavam vivos ou mortos naqueles momentos”.
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Outro sobrevivente da Nova disse que a maioria das pessoas que estavam na área onde ele ficou não sobreviveram. Ele descreveu como se escondeu embaixo do palco e espiava de vez em quando. “Eu vi uma garota que levou um tiro na cabeça à queima-roupa e duas outras garotas que foram simplesmente executadas”. Ele contou como, durante a fuga dele e de seus amigos do complexo da festa, um míssil RPG foi disparado contra eles, explodindo perto de um deles, causando sua morte no local. “Vi quatro pessoas voando pelo ar”.
Em outro depoimento publicado no livro, de um morador de um dos kibutzim, é descrito como o corpo de uma mulher nua foi encontrado amarrado a uma árvore, dobrado, com marcas de tiros nas costas. “Um voluntário da ZAKA que se aproximou dela também notou hematomas e cortes na região pélvica e não tinha dúvidas do que havia acontecido ali. Vários corpos de terroristas foram encontrados perto do corpo da mulher”.
“Falhamos na defesa de direitos e vejo o maior valor em consertar isso”
Um voluntário da ZAKA contou no seu depoimento sobre a mutilação e profanação dos corpos dos assassinados, em muitos casos também dos órgãos genitais de mulheres e homens. “Ele me contou sobre uma casa de família onde uma mãe e dois filhos foram encontrados baleados e amarrados e em outra sala o corpo do pai, nu com marcas de facadas na região da virilha”.
Outro depoimento descreveu a descoberta de “um corpo de mulher nua no chão de sua casa, com as mãos amarradas e cruzadas, com uma granada não detonada em uma das mãos”.
No livro, cada depoimento é descrito detalhadamente quase sem censura, e Alon afirma que atualmente está em tratamento psicológico devido ao seu estado mental após a coleta dos depoimentos. “Ouvi coisas horríveis sobre o abuso de crianças, mulheres e homens”.
Alon, que durante o serviço militar trabalhou com a mídia internacional no âmbito de seu serviço no Comando de Coordenação de Operações do Governo nos Territórios (Matfash), dá palestras para delegações estrangeiras de jornalistas e influenciadores de vários países e planeja fazer missões no exterior a fim de expor ao mundo inteiro as atrocidades do Hamas descritas no livro.
O importante livro recebe apoio do Estado: o Ministério da Diáspora, em cooperação com o Ministério do Exterior, está atualmente adquirindo milhares de exemplares do livro em inglês para distribuí-lo em mais de 100 países no mundo. A Israel-Is, uma associação de hasbará também está colaborando para divulgar o livro.
“Estamos falhando na área explicativa e diplomática e vejo o maior valor em corrigir isso”, enfatiza. “Apelo a todos os órgãos oficiais e não oficiais do país, a todos os meios de comunicação e a todos os influenciadores, para que deem uma mão, distribuam e compartilhem este livro, que é um documento de memória do nosso país. Nos últimos meses, sacrifiquei minha alma por esta missão nacional e agora é a sua vez”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de N12
Foto: Divulgação