EUA vetam status de membro pleno à AP na ONU
Os Estados Unidos exerceram o seu poder de veto, nesta quinta-feira, para bloquear uma resolução do Conselho de Segurança que propunha conceder o status de membro de pleno direito à Autoridade Palestina (AP) nas Nações Unidas.
A resolução obteve o apoio de 12 países: Eslovênia, Serra Leoa, Rússia, Coreia do Sul, Moçambique, Malta, Japão, Guiana, França, Equador, China e Argélia. Dois países, Grã-Bretanha e Suíça, abstiveram-se de votar.
Após o veto, o Ministro do Exterior de Israel, Israel Katz, denunciou a proposta, afirmando que “a tentativa de reconhecer um Estado palestino, especialmente na sequência das recentes atrocidades perpetradas pelos terroristas do Hamas, equivale a recompensar o terrorismo”.
Katz elogiou os Estados Unidos por vetarem a resolução, classificando-a como “vergonhosa”. Ele enfatizou a necessidade de condenar os atos hediondos do Hamas e reiterou o compromisso de Israel em combater o terrorismo até que o Hamas seja desmantelado e todos os reféns em Gaza sejam libertados.
Os EUA declararam publicamente a sua oposição à resolução antes da votação, afirmando a sua intenção de vetar a medida se necessário.
Mais cedo, o Embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, criticou fortemente a consideração do Conselho de Segurança de conceder adesão plena à Autoridade Palestina, particularmente à luz do recente massacre do Hamas em 7 de outubro.
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Erdan argumentou que o reconhecimento unilateral de um Estado palestino prejudicaria futuras negociações, instando o Conselho a não sucumbir às pressões políticas e a rejeitar a resolução.
“Os Estados Unidos continuam a apoiar fortemente uma solução de dois Estados. Esta votação não reflete a oposição à criação de um Estado palestino, mas é antes um reconhecimento de que só resultará de negociações diretas entre as partes”, disse o vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, ao conselho.
A decisão de vetar o pedido recebeu repreensões de toda a região. A presidência da Autoridade Palestina condenou o veto dos EUA dizendo ser “injusto, antiético e injustificado”, enquanto o Ministério do Exterior egípcio disse lamentar a incapacidade do Conselho de Segurança de permitir a adesão plena dos palestinos. O Hamas condenou veementemente a posição dos EUA.
Explicando a abstenção do Reino Unido, a enviada britânica à ONU, Barbara Woodward, disse, “devemos começar por resolver a crise imediata em Gaza”.
Os palestinos têm atualmente o status de observadores não-membros, concedido pela assembleia geral da ONU em 2012. Um pedido para se tornar membro pleno com direito a voto teria de ser aprovado pelo conselho de segurança e por dois terços da assembleia geral.
Fonte: Revista Bras.il a partir de WIN e The Guardian
Foto: Shutterstock