EUA veta resolução da ONU por cessar-fogo
Os Estados Unidos vetaram nesta sexta-feira, uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiada por quase todos seus membros e por muitas outras nações que exigia um cessar-fogo imediato em Gaza, onde os civis palestinos enfrentam o que o secretário-geral da ONU chama de “pesadelo humanitário”.
Treze membros votaram a favor de um breve projeto de resolução, apresentado pelos Emirados Árabes Unidos, enquanto a Grã-Bretanha se absteve.
A embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, disse que o seu país se absteve porque não houve condenação do Hamas.
“Israel precisa de ser capaz de enfrentar a ameaça representada pelo Hamas e precisa fazê-lo de uma forma que respeite o direito humanitário internacional, para que tal ataque nunca mais possa ser realizado”, disse ela ao conselho.
O vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, criticou o Conselho após a votação por não ter condenado o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, no qual os terroristas mataram cerca de 1200 pessoas, a maioria civis, ou por não ter reconhecido o direito de Israel de se defender. Declarou que a suspensão da ação militar permitiria ao Hamas continuar a governar Gaza e “plantar as sementes para a próxima guerra”.
“Por essa razão, embora os Estados Unidos apoiem fortemente uma paz duradoura, na qual tanto israelenses como palestinos possam viver em paz e segurança, não apoiamos os apelos a um cessar-fogo imediato”, explicou Wood.
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Em um esforço fracassado para pressionar os EUA a abandonar sua oposição a um cessar-fogo, os ministros do Exterior de Arábia Saudita e outras nações árabes importantes, além da Turquia, estiveram em Washington nesta sexta-feira. Mas a reunião com o secretário de Estado, Antony Blinken, estava marcada para ocorrer somente após a votação na ONU.
O enviado palestino à ONU, Riyad Mansour, disse ao conselho que o resultado da votação foi “desastroso”, acrescentando, “milhares de vidas palestinas estão em jogo. Cada uma delas é sagrada, vale a pena salvar”.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, não se dirigiu ao Conselho de Segurança após a votação, mas num comunicado disse que “um cessar-fogo só será possível com o regresso de todos os reféns e a destruição do Hamas”.
O Conselho convocou a reunião de emergência para ouvir o secretário-geral, António Guterres, que pela primeira vez invocou o Artigo 99 da Carta da ONU, que permite ao secretário-geral alegar ameaças à paz e segurança internacionais.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Exame e Reuters
Foto: Wikimedia Commons