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Estados membros da ONU condenam comentários do COI

Estados membros da ONU tomaram uma posição incomumente forte contra a Comissão de Inquérito (COI) sobre Israel, condenando tanto seu viés quanto a declaração de “lobby judaico” feita por um de seus membros.

“Não podemos ignorar o fato de que um membro da comissão fez comentários antissemitas no final de agosto, referindo-se depreciativamente ao ‘lobby judaico’”, disse Lisa Carty, enviada dos EUA à ONU, ao Terceiro Comitê da Assembleia Geral.

Ela fez referência a um comentário feito pelo membro da COI, Miloon Kothari, acusando que a mídia social era controlada pelo “lobby judaico”. Mais tarde, ele se desculpou por esse comentário e fez um segundo, que parecia questionar se Israel deveria ser um estado membro da ONU.

“Rejeitamos categoricamente esta declaração, que consideramos ultrajante, inadequada e corrosiva”, disse Caty. “Lamentamos que a liderança da ONU ainda não tenha repudiado publicamente essas declarações repugnantes ou pedido a este membro da comissão que renuncie”.

Caty pediu à presidente do COI, a sul-africana Navi Pillay, para relatar as medidas que tomou para garantir que a comissão “permaneça totalmente objetiva e imparcial”.

Pelo menos 10 países, incluindo Israel, fizeram referência a esse comentário ao tomar a palavra para condenar a posição da comissão contra Israel, enquanto outros sete dos 33 oradores também rejeitaram o COI e o relatório que ele entregou.

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É incomum que tantos países na Assembleia Gerakl (AGNU) se manifestem com tanta força em apoio ao estado judeu. O presidente da AGNU interveio várias vezes, pedindo que os oradores não criticassem um investigador da COI, mas esse pedido foi ignorado.

Os países que falaram em nome de Israel, além dos EUA, foram Holanda, Guatemala, Hungria, Alemanha, Austrália, Áustria, Reino Unido, Ilhas Marshall, Albânia, Bulgária, República Tcheca, Canadá, Libéria, Palau e Itália. A União Europeia também emitiu uma declaração contra a COI.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra criou a comissão de três pessoas em 2021 após a guerra de 11 dias em Gaza, conhecida em Israel como Operação Guardião das Muralhas.

A COI é único por ser uma investigação aberta, sem data de término e com mandato para investigar quaisquer violações de direitos humanos israelenses dentro das fronteiras soberanas do país e em territórios que ele controla nas linhas anteriores a 1967.

Em seu relatório à AGNU, Pillay pediu que o órgão de 193 membros buscasse uma opinião consultiva da Corte Internacional de Justiça sobre a ilegalidade da “ocupação de Israel” do território palestino, observando que ela acreditava que era uma “ocupação permanente”.

Mas o debate se concentrou mais na natureza da COI, com alguns países, incluindo Israel, alegando que o próprio relatório era antissemita.

“Não somos antissemitas!” enfatizou Pillay. “Tenho 81 anos e esta é a primeira vez que sou acusada de antissemitismo… No meu próprio país, isso não será bem recebido.”

Pillay afirmou que o mandato em aberto da comissão não é uma expressão de preconceito, mas uma resposta a uma “ocupação” em aberto que “não tem fim à vista”. O amplo mandato da comissão permitirá que ela explore muitas questões relacionadas ao conflito ao longo do tempo, acrescentou.

Em uma coletiva de imprensa em Nova York após a reunião da AGNU pela manhã, Pillay disse que “o abuso é tão ruim e tão falso que não temos como defendê-lo”.

Ela pediu ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que emitisse uma declaração protegendo os três membros da comissão de acusações de antissemitismo.

“Ele tem que nos proteger de ataques pessoais”, disse ela. “Se os estados vão levar a sério as falsas alegações, então é preciso que sejam tratadas no mais alto nível”, disse Pillay.

Fonte: The Jerusalem Post
Foto: Wikimedia

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