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É hora de reflexão

Por David S. Moran

Com a entrada do ano novo judaico e na véspera do Yom Kipur, é hora para refletir o que fizemos, como foi o ano que passou e o que esperar do ano que entra.

A trágica guerra que a organização terrorista Hamas impôs sobre Israel e que a organização terrorista Hezbollah do Líbano iniciou um dia depois, já perdura há um ano e ainda não se vê o termino. A guerra recebeu o nome de Espadas de Ferro. Tudo isto elaborado e orientado pelo regime clerical e radical xiita do Irã, que até fez os Houtis do Iêmen entrarem em cena. Pela primeira vez, desde a tomada do poder no Irã, em 1979, os aiatolás atacaram Israel – até agora duas vezes – apesar de estarem a cerca de 2.000 km do Estado Judeu.

O grande fracasso do Serviço de Inteligência israelense ao não detectar os preparativos e o ataque do Hamas ao país, que assassinou 1.200 pessoas e levou ao cativeiro 255 pessoas, foi rapidamente barrado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI, Tsahal, em hebraico) e veio o contra-ataque.

O mundo que contribuiu em bilhões de dólares para os palestinos, não inspecionou para onde vão as verbas. O governo do Hamas em Gaza (que Israel deixou em 2005) nada fez para melhorar a vida dos seus cidadãos. Ao invés disso, cavou rede de tuneis debaixo de toda a Faixa de Gaza, armou-se e montou um exército de terroristas. Nas escolas da UNRWA ensinam a odiar os judeus e os israelenses e não os preparam para o mundo de amanhã.

A população israelense se mobilizou e, mesmo quem não precisava, se voluntariou às FDI. Israel contra-atacou e foi vencendo em Gaza. Evidentemente que uma guerra não é bem vista nas fotos ou telas de TV, mas os espectadores não levam em conta que o Hamas se posiciona e ataca atrás de civis. Israel, durante duas semanas, advertiu a população civil de Gaza a ir ao sul para que não fosse atingida e, só então, alvejou as posições da Hamas.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o alto comando do exército, logo no início, disseram ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para ordenar ataque a Hizballah que alvejava israelenses do Líbano. Netanyahu não autorizou e os combates foram concentrados no Sul onde, em poucos meses, Israel conquistou a Faixa de Gaza. Quer acordo com a Hamas para receber de volta os sequestrados e entregar a área para os palestinos, sem o Hamas.

Apesar do Gallant ser do Likud e General nas FDI, Netanyahu o despediu em março de 2023, mas logo o repôs ante a revolta popular. Parece que o ministro Gallant é o único que não aceita de olhos fechados tudo que Netanyahu quer. Por isso é um pano vermelho para o premier que quer se livrar dele. O deputado e ex-ministro Gideon Saar que foi do Likud e jurou diversas vezes que não entraria num governo de Netanyahu, há algumas semanas voltou atrás ante a promessa de ser Ministro da Defesa. A bem da verdade, Saar do Partido Tikvá Hadasha (Nova Esperança), viu pelas pesquisas de opinião pública que seu partido não tem esperança e não seria eleito nas próximas eleições, entrou como Ministro sem Pasta e seu partido seria reintegrado ao Likud.

Não pararam aí as tentativas de Netanyahu de se livrar do seu Ministro da Defesa. Já na semana passada, sabia do encontro dele em Washington com o Secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin. Um dia antes da viagem, que seria na quarta (09/10) para tratar do provável ataque contra o Irã, Netanyahu proibiu a viagem. Condicionou-a a antes falar com Biden, que há dois meses recusava a falar. Gallant fincou o pé e, apesar de tudo que passa, não se demitiu. Na quarta, Biden aceitou conversar com Netanyahu e provavelmente, na próxima semana, Gallant viajará aos EUA.

Enquanto isto, a batalha contra o Hezbollah que foi iniciada há duas semanas está surtindo efeito. A aviação, com informações precisas do Serviço de Inteligência, bombardeou a sede do governo do Hezbollah no bairro de Dahiya, em Beirute e conseguiu matar Hassan Nasrallah e a liderança desta organização terrorista. Em seguida, forças terrestres entraram no Líbano acompanhados de tanques para tirar os terroristas do Hezbollah a uma distância de 25 km da fronteira, onde passa o rio Zaharani. Mesmo com o avanço das tropas israelenses, o Hezbollah continua lançar cerca de 200 misseis diariamente contra o território israelense.

As atividades israelenses contra a Hezbollah surtem efeito e Naim Qassem quem foi o vice do Nasrallah, já pediu cessar fogo.

Enquanto isto, há certas tentativas de atacar israelenses por parte de palestinos de áreas controladas pela Autoridade Palestina e de árabe-israelenses, mas a grande maioria é abortada em tempo pela Shabak e a polícia.

Infelizmente, a população israelense está dividida, quando mais precisaria estar unida. Um exemplo disso é o aniversário de 7/10, quando ocorreram dois eventos memoriais separados. A dos familiares dos mortos e sequestrados, que contou com os mais renomados cantores de Israel e outra governamental, gravada antecipadamente e sem público presente. O evento dos familiares foi muito emocionante e ninguém conseguiu conter as lágrimas.

O governo até hoje não assumiu nenhuma responsabilidade sobre a falha no ataque do Hamas. Ao invés disso, na reunião ministerial esta semana, Netanyahu pediu para mudar o nome da guerra Espadas de Ferro para Tekuma (Renascimento). Isto é o que tem que preocupar o governo, a mudança do nome da guerra?

Os ultraortodoxos continuam a bater pé e ameaçam não votar na lei do Orçamento de 2025 se não os isentarem do serviço militar. Por outro lado, o Ministro da Defesa diz que, se isentarem os ultraortodoxos (haredim), ele votará contra o Orçamento. Esta é uma ameaça à saúde do governo, pois se não aprovarem a lei do Orçamento, o governo cai. Aí entra na equação Gideon Saar com sua sigla de quatro deputados para salvar o governo. Fica a pergunta, não é hora de mudar e fazer todos obedecerem a lei e se alistarem ao exército, justamente agora que Israel precisa de soldados, pois teve perdas e feridos e a lei deve ser igualitária. Eles podem fazer o serviço militar e depois continuar seus estudos e quem quiser sairá para trabalhar e prosperar.

É hora de refletir e fazer tudo para a volta dos reféns para casa.

É hora do governo em refletir, é hora dos haredim refletirem e fazerem pelo bem comum e é hora de cada um de nos refletir e melhorar sua conduta. Na esperança de Shaná Tová e termos um ano melhor do que o que passou e que sejamos inscritos no Livro da Vida.

Desejo um ano novo de saúde, paz, alegrias, felicidades, sucessos e só boas notícias.

Que sejam inscritos no livro da vida

Foto: Captura de tela (FDI)

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