Ditaduras vencem democracias
A maioria dos países no mundo vive sob regime ditatorial. Os países de regime democrático real têm grande desvantagem frente aos países ditatoriais, nas áreas da segurança e da politica. Uma das causas desta fraqueza é a mídia livre, frente à mídia controlada pelo Estado. Nos países livres, a mídia tem suas fontes, que muitas vezes lhe vaza informações que foram discutidas a portas fechadas e sua publicação é nociva. Este fato é duplamente contra produtivo quando se trata de assuntos da segurança nacional. Em países como Israel, o assunto da segurança é primordial. Desde sua criação, até hoje, o Estado de Israel ainda enfrenta problemas de segurança. Nos devidos lugares são tratadas as fraquezas e forças do país, a portas fechadas. Se informes de lá vazarem a segurança nacional está correndo perigo, fortalecendo o outro lado.
Quando se entra no curso do Serviço de Inteligência do Exército, já na primeira aula, todos têm um choque ao tomar conhecimento de que cerca de 75% das informações do Serviço vem de publicações abertas ao público.
Nos países democráticos a pressão da população sobre o governo, seja em protestos, pesquisas de opinião pública ou pela mídia, tem peso e o governo tem que levá-la em consideração. Nos países de regime opressor, o governo não necessariamente leva a voz do povo em conta. Toda e qualquer ação antigovernamental encontra a mão pesada do regime.
Exemplificando: o governo palestino foi eleito em 2004, após a morte do Arafat, elegendo o Mahmoud Abbas para o período de quatro anos. Mesmo assim, novas eleições não foram marcadas e Abbas de 84 anos continua governando, sua família enriquecida e o povo sente certas faltas. O mesmo ocorre na Faixa de Gaza, com o governo do regime da organização terrorista Hamas, desde 2007 até hoje no poder. Em fotos da região vemos pelos meios de comunicação, sempre casas pobres, semidestruídas e jamais as mansões perto do mar, das casas dos líderes do poder e seus “afiliados”. Isto demonstra a disparidade que há entre os governantes e o povo.
Na Faixa de Gaza, o povo tentou levantar-se, em março, contra a opressão e sua situação caótica, mas o regime debelou rapidamente o protesto. Seus milicianos saíram às ruas, batendo e prendendo todos que via pela frente e, imediatamente, a situação voltou ao anormal, que sob este regime é normal.
Os regimes autoritários se vêem livres para ameaçar regimes democráticos, mesmo que sejam seus aliados. É o caso do Rei Abdullah II, da Jordânia. Seu pai, o Rei Hussein, recebeu das autoridades israelenses status especial no Monte do Templo, mas a soberania é israelense. Quando radicais islamistas confrontam a polícia israelense, como foi no domingo (11), o Ministério das Relações Exteriores da Jordânia convocou o Embaixador de Israel para: “condenar as violações israelenses no Monte do Templo”. Alega que “estas atitudes aprofundam o conflito e violam resoluções do Tribunal Internacional”. A saber que o regime na Jordânia é, em parte, sustentado por Israel, nas áreas da segurança, fornecimento de água e de gás.
Países autocratas, como o Irã, não ligam para o sofrimento de sua população, que sofre das sanções impostas pelos países democráticos, não são unidos e essa divisão enfraquece suas ações.
Os países democráticos abaixam a cabeça ante ações criminosas só para ter paz. Só agora, após 37 anos, o jornal Le Parisien publicou entrevista com Yves Bonnet, ex-diretor do Serviço de Segurança Nacional (DST, em francês). Nesta, ele revela que após a chacina no restaurante judaico Chez Goldenberg, em Paris, no qual morreram seis pessoas e 22 foram feridas, as autoridades francesas fizeram acordo verbal com os terroristas da organização palestina Fatah, Conselho Revolucionário, do Abu Nidal. A França lhes deixou em liberdade e o direito de permanecer no país em troco de que não mais cometessem atentados em seu território. De fato, não fizeram atentados na França, fizeram na Itália e Alemanha.
Exemplo mais recente, é o da apreensão do petroleiro iraniano na costa de Gibraltar, tentando burlar as sanções de fornecimento de petróleo iraniano, que iria a Síria. Dias depois, o Irã em represália, prendeu no Golfo Persico, um petroleiro inglês. O Irã apresentou à justiça de Gibraltar, garantias de que não descarregaria o petróleo do navio Grace 3, na Síria. O tribunal aceitou as garantia e mandou liberar o navio, a revelia dos EUA. O navio partiu em direção a Grécia. De lá o caminho para o petroleiro chegar à Síria é curto. Ao mesmo tempo, o Serviço da Inteligência americano detectou o petroleiro Bonita Queen (foto) carregando 600 mil barris de petróleo, que foi se abastecer em Dubai, antes de contornar a África e em alto mar se encontrar com dois petroleiros sírios, para lhes passar o conteúdo, novamente, burlando as sanções impostas pelos americanos. Lição não aprendida.
Assim o foi com a questão da bomba atômica que o Irã está desenvolvendo. A discórdia dos países ocidentais dá vantagem a países do Eixo do Mal. Enquanto os EUA tomaram atitude para levar o Irã a refazer o acordo, os demais países do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha, não o acompanharam. Resultado: o Irã continuou violar o acordo e está correndo para alcançar o seu objetivo inicial (que será desastroso para o mundo) de fabricar bomba atômica.
Os regimes ditatoriais podem destorcer os fatos, como o fez o Ministro do Exterior iraniano na Venezuela, em 19 de julho, ao declarar: “Ao contrário da ação pirata em Gibraltar, nossa ação de sequestrar o navio inglês, Stena Impero, em águas internacionais no Golfo Pérsico, é para impor as leis da navegação internacional”.
A mídia internacional também colabora com os regimes opressores. Um dos motivos é para obter notícias exclusivas, dos “amigos” regentes. Outro motivo é de assegurar que nada de mal aconteça aos seus correspondentes.
A imagem que passa pelo mundo dos países democráticos e de imprensa livre não necessariamente reflete o que se passa no local coberto, enquanto que a imagem de países ditatoriais tende a ser mais rosa do que a cor real.
Só a unidade e união de países democráticos conseguirá trazer mudanças em países ditatoriais a favor do bem estar da população, dos direitos humanos, cuidar dos direitos das minorias e da natureza. Enquanto isto não acontece, todos sofrerão as consequências.