Dia internacional da mulher, e da israelense?
Por David S. Moran
Finalmente, após quase cinco meses da invasão do Hamas em Israel, a Agência da ONU que trata de violências contra mulheres apresentou seu relatório. Ele trata dos acontecimentos com as moças e mulheres e homens israelenses no ataque do Hamas em 7 de outubro contra comunidades israelenses.
O relatório foi elaborado pela advogada Pramila Patten (67 anos), de Maurícia, que desde 2017 é a diretora na ONU da Agencia que trata de violência contra Mulheres em Áreas de Conflito. Ela encabeçou uma equipe de 10 especialistas nas áreas de Direito e da Medicina. Eles colheram testemunhos dos horrores daquele dia, baseados em 36 entrevistas, inclusive de reféns que foram libertadas, 5.000 fotos e 50 horas de vídeo, inclusive de câmera corporal dos próprios terroristas que cometeram os crimes.
O relatório confirma os ataques sexuais contra mulheres e homens que foram pegos pelos terroristas do Hamas. Ocorreram estupros violentos em grupos (passaram de um ao outro), atos sexuais em cadáveres (necrofilia), mutilação e tiros em órgãos genitais, ataram cadáveres e outras atrocidades.
O relatório continua afirmando que há possibilidades de que os sequestrados pelo Hamas, continuem sofrendo violências sexuais no cativeiro. A equipe não pode determinar se os crimes foram cometidos só por terroristas do Hamas e há possibilidade que também terroristas da Jihad Islâmica e outros arruaceiros tenham participado das violências sexuais. Esses atos foram realizados no Festival de Música Nova, em Reim, na estrada 232 e nos kibutzim vizinhos. Na estrada 232 foram encontrados dois corpos de mulheres com ferimentos nos órgãos genitais, que posteriormente aos estupros foram assassinadas.
Segundo a equipe da ONU, depois de colher testemunho e dados, ficou evidente que houve violência sexual, estupro, torturas sexuais, crueldade, tratamento desumano e degradante. Na maioria das vezes, depois da violência sexual, as vítimas foram assassinadas. Não se sabe o que ocorreu com os reféns, mas há informações de que entre as 134 pelo menos 31 pessoas estejam mortas. No final do relatório, a Comissão da ONU exige do Hamas libertar os sequestrados israelenses imediatamente e incondicionalmente, trazer os culpados pelos crimes cometidos ao Tribunal Internacional, em Haia (TIJ). Pede aos dois lados para chegarem a um cessar fogo humanitário. Também pede ao governo de Israel para permitir à Comissão de Inquérito da ONU dos Direitos Humanos (OHCHR) entrar em Israel (Israel boicota esta Comissão por ser tendenciosa e unilateral).
A equipe da Patten agradeceu a cooperação dos órgãos israelenses relevantes e entregará o relatório ao Secretário Geral da ONU, o português António Guterres que deverá estuda-lo e publicar, em abril, seu relatório e parecer.
Não deveriam passar cinco meses até se fazer as investigações próprias e publicar este relatório dos trágicos e selvagens acontecimentos praticados pelo Hamas. A memória das pessoas é curta e o público já esquece o que ocorreu. A grande demora é causada pelo que parece hostilidade da ONU, um órgão que poderia e deveria ser importante, mas o Secretário Geral tem sua própria agenda e não vê objetivamente os conflitos de Israel com o terrorismo em volta.
Imagine se ele tivesse uma esposa, filha ou neta tida como refém nas mãos de terroristas do Hamas e sem notícias dos entres queridos por 154 dias (nesta sexta feira) e nem ter certeza de que estão vivos. Faria de tudo para obtê-los de volta aos seus lares e famílias.
O embaixador de Israel junto a ONU, Gilad Erdan foi chamado pelo Ministro do Exterior a Israel para consultas. Jamais antes aconteceu algo semelhante. Foi um erro lastimável. A ONU reconheceu o sofrimento dos israelenses pela primeira vez. Até agora o Conselho de Segurança da ONU se reuniu 22 vezes desde 7/10 e em nenhuma delas tratou das atrocidades do Hamas contra Israel. Agora que uma Comissão da organização já culpa a organização terrorista Hamas, o Embaixador não está em Nova York para dar entrevistas. Em seu gabinete foram acumulados 1500 pedidos de resposta israelense e “yok”. O embaixador não está.
Pergunto novamente, como é possível que jovens, mulheres e até homens sejam estuprados pelos terroristas do Hamas e as organizações mundiais femininas não se manifestam? Onde está a organização #MeToo e suas congêneres? Quando se trata de israelenses não importa? Escrevi israelenses porque havia jovens árabes que foram estupradas e mortas pelo Hamas.
O governo de Israel indiretamente auxiliava o Hamas a melhorar as condições de vida dos cidadãos na Faixa de Gaza – através do dinheiro que entrava do Catar, da travessia de centenas de caminhões com todo material necessário e alimentos, dando energia elétrica, água e combustível – pensando que com isto comprava a paz. Mesmo com alguma violência partindo de Gaza, o governo tapava os olhos. Com a pior tragedia do povo judeu ocorrida desde o Holocausto, o governo decidiu revidar e com violência tentar tirar de vez o perigo de ataque de Gaza contra o território israelense. Esta é a razão da Guerra Espadas de Ferro. Sim, pessoas inocentes de ambos os lados pagam para tentar obter a paz. O governo do Hamas não se importa muito com seus cidadãos, tanto é que continua lutar, não chega a acordo de libertar os reféns, mesmo com o sofrimento da sua população. O dinheiro que recebia do Catar e Irã desviava para se armar e cavar túneis, que estão avaliados em 1 bilhão de dólares.
Por outro lado, o governo israelense tenta trazer a paz e chegar a um acordo. Já houve uma trégua e Israel libertou 150 terroristas condenados pela justiça e o Hamas devolveu 50 jovens e idosas. Desde então os adversários estão tentando nova troca e quando se acredita que estão chegando a acordo, o Hamas exige mais. Enquanto isto, os combates prosseguem e a população de Gaza sofre. Talvez isto não importe aos radicais islamistas do Hamas pois, no islão, o martírio é sagrado. Ademais, os líderes do Hamas vivem em hotéis de 7 estrelas no Catar, que é o país tutelador desta organização terrorista.
Avalia-se que, agora, o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar não quer chegar a um acordo para poder incitar os árabes durante o mês do Ramadã, que começa na semana que vem. Ele está incentivando a população árabe na Judeia e Samaria, os árabes-israelenses. Já há notícias de que proxies iranianos estão na fronteira jordaniana com Israel, Hizballah no Norte, que em fogo relativamente “brando” continua a alvejar os povoados da região e, também no Leste, elementos próximos do Irã entrariam em cena. Para eles, quanto mais bagunça melhor. A vida do ser humano não tem validade. Lastimável. É estranho que o lado que está sofrendo mais baixas e apanhando, inclusive com a destruição dos túneis que cavou durante duas décadas, vem com exigências e não abre mão. O lado israelense é que está implorando, pois os 134 reféns valem mais do que tudo. Em um mundo racional, deveria ser o contrário, mas, está é a grande diferença entre um regime ditatorial e um regime democrático.
História na Força Aérea: mulher comandará base aérea
O Fórum do Comando Geral decidiu nomear a Tenente Coronel G. para comandar a base aérea de Ovda, no Negev. Ela será promovida a Coronel. G. Ingressou na Força Aérea em 2003, fez curso de pilotos e é comandante em aviões de transporte. Foi a primeira a comandar um esquadrão de aviões de espionagem e controle. Outra nomeação feminina é da Coronel R., que comandará as baterias anti misseis de curto e longo alcance e drones, “Kela David” (David’s Sling, em inglês).
Foto: Yafit Eliagoyev (Ministério do Exterior). Pramila Patten (centro) ao lado do embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan.