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Detalhes da operação que resgatou quatro reféns

A operação especial das FDI para resgatar quatro reféns israelenses detidos pelo Hamas desde 7 de outubro incluiu unidades da Força Aérea, do Comando de Artilharia e tropas de comando que se infiltraram no enclave palestino pelo mar, junto com o Shin Bet e a unidade antiterror Yamam da Polícia de Israel.

O retorno seguro dos quatro reféns a Israel foi anunciado neste sábado, com relatos de intensos combates no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza.

O porta-voz das FDI, Daniel Hagari, disse que a operação estava sendo planejada há semanas e era baseada em inteligência confiável e detalhada. Ele enfatizou o compromisso das FDI em libertar todos os reféns.

“Esta é uma mensagem clara para o Hamas”, disse ele. “Estamos muito determinados a trazer os reféns para casa e faremos isso de qualquer maneira e por todos os meios possíveis. Esta é a mensagem para as negociações”.

O resgate envolveu táticas de desvio e subterfúgios, com luz verde dada para as forças avançarem sobre os dois alvos onde os reféns estavam detidos. O nome dado à operação foi “Sementes de Verão”.

Às 11h foi dada ordem aos oficiais do Yamam e do Shin Bet para atacarem dois edifícios em Nuseirat, no centro de Gaza, onde o Hamas mantinha como reféns Noa Argamani, Almog Meir Jan, Andrey Kozlov e Shlomi Ziv.

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Os edifícios distavam cerca de 200 metros um do outro, e a decisão de ir para ambos simultaneamente, e não apenas para um dos locais, deveu-se à possibilidade de o Hamas assassinar os reféns após identificar a operação de resgate.

Argamani era vigiada por guardas do Hamas na casa de uma família palestina, enquanto os outros três reféns eram mantidos em uma outra casa. De acordo com as FDI, o Hamas paga a essas famílias para manterem os reféns nas suas casas.

Na casa onde Meir Jan, Kozlov e Ziv estavam detidos, ocorreu uma intensa troca de tiros, durante a qual o oficial da Yamam, inspetor-chefe Arnon Zamora, comandante da equipe de resgate no segundo prédio, foi gravemente ferido pelo fogo do Hamas, e faleceu após receber atendimento.

Enquanto os três reféns e Zamora eram retirados, o veículo onde estavam foi atacado. Outras forças chegaram rapidamente ao local para resgatá-los, levando-os para um heliporto improvisado em Gaza.

Muitos tiros de RPG foram disparados contra as forças de resgate durante a operação, levando as tropas terrestres e a Força Aérea a realizar ataques na área para proteger a si mesmas e aos reféns resgatados. As FDI reconhecem que mataram muitos civis palestinos durante os combates, embora culpem o Hamas por manter reféns num ambiente civil.

Terroristas do Hamas também dispararam mísseis antiaéreos contra helicópteros israelenses que sobrevoavam a área durante a operação, sem sucesso.

O Hamas mobilizou centenas de terroristas armados na área dos dois prédios e os combates continuaram mesmo depois de os reféns terem sido libertados. “Esta foi uma das operações especiais mais complicadas já realizadas”, disseram as FDI.

Nas semanas que antecederam o resgate, a unidade antiterrorista de Yamam examinou vários modelos para a operação.

Um parente de Noa Argamani disse aos repórteres que os militares bateram na porta de onde ela estava mantida como refém em Gaza e gritaram que tinham vindo resgatá-la.

Noa Argamani, que foi sequestrada ao lado de seu parceiro Avinatan, tornou-se um dos símbolos da brutalidade dos terroristas do Hamas após o ataque de 7 de outubro, depois que um vídeo documentando seu sequestro se tornou viral. No vídeo, ela é vista sendo levada à força em uma motocicleta, chorando e gritando, enquanto seu parceiro era levado pelos terroristas.

Há uma semana, o Hamas divulgou uma gravação dela no cativeiro, na qual ela dizia, “apelo ao povo de Israel, salve-nos. Vá para as ruas, saia para se manifestar, homens e mulheres. O tempo está se esgotando, as pessoas têm que decidir. Não queremos morrer aqui”. É provável que as palavras gravadas tenham sido ditadas pelos captores como parte do terror psicológico do Hamas.

A mãe de Noa, Liora, que está com câncer, liderou uma luta para sua volta. Imediatamente após seu sequestro, Liora escreveu uma carta ao presidente dos EUA, Joe Biden, pedindo sua ajuda para libertar sua filha. “Minha filha é uma mulher jovem e feliz. Ela merece voltar ao lugar onde pertence, cercada de amor”, escreveu ela.

Após sua libertação, ela conversou com o presidente Yitzhak Herzog e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e disse “estou muito animada, há muito tempo que não falo hebraico”. Ela deverá ser transferida para o Hospital Ichilov, onde sua mãe Liora está internada.

Yaacov Argamani, pai de Noa, agradeceu ao presidente, ao primeiro-ministro e a todos. “Não esqueçamos que há 120 reféns em cativeiro e devemos fazer todos os esforços para trazê-los para Israel e para suas famílias. A propósito, hoje é meu aniversário, vejam que presente eu ganhei. Obrigado a cada um de vocês!”.

Andrey Kozlov, de Rishon Lezion, trabalhava na festa em Re’im como segurança. Ele imigrou sozinho da Rússia para Israel cerca de um ano antes e morava no país com amigos do projeto “Journey” do qual participou. O contato com ele foi perdido na manhã de sábado, depois que ele enviou mensagens aos amigos, contando sobre os terroristas que se infiltraram na área onde ele estava, e que não tinha para onde fugir. Três semanas depois, a sua família foi informada do seu rapto para Gaza e a sua mãe veio da Rússia para Israel para trabalhar pela sua libertação.

Shlomi Ziv também trabalhava na festa Nova e foi inicialmente identificado como desaparecido. Ele chegou à região na quinta-feira, dois dias antes do massacre, onde se juntou ao primo da esposa, assassinado no dia 7 de outubro. “Sempre que ele tinha grandes projetos, ele sugeria que Shlomi se juntasse”, disse sua esposa, Miren. “A última conversa entre nós foi no sábado de manhã, às 8:15, ele disse que estava correndo e que iríamos conversar. Ele não respondeu mais”. A última mensagem que recebeu foi às 9:45. “Não sabíamos do que ele estava fugindo, mas ouvimos as notícias e começamos a entender o que estava acontecendo”, acrescentou. Somente uma semana depois a família foi informada de seu sequestro. Ele se escondeu dos terroristas e foi capturado e lavado para Gaza

Almog Meir, de Or Yehuda, foi a uma festa com os seus amigos e foi raptado para Gaza. Seus familiares souberam de seu sequestro por meio de um vídeo do Telegram, no qual ele era visto algemado pelo Hamas. “Ele estava em uma festa e contatou minha mãe às 7h45. Ele disse a ela, “mãe, estamos levando tiros a cada meia hora. Desde então, ele não falou conosco e tivemos um mau pressentimento”, disse sua irmã Gaut.

O presidente dos EUA, Joe Biden saudou o retorno dos reféns resgatados com vida em Gaza. Falando numa coletiva de imprensa com o presidente francês Emmanuel Macron, Biden disse que se juntava ao seu anfitrião nas boas-vindas ao regresso dos reféns e prometeu, “não vamos parar de trabalhar até que todos os reféns voltem para casa e um cessar-fogo seja alcançado”.

O Dr. Itai Pessach, do Centro Médico Sheba, afirmou que  os quatro reféns que foram resgatados pelas FDI estão em condições “estáveis”, estavam animados e pediram para ver amigos e familiares.

Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet e The Times of Israel
Foto: FDI e captura de tela (X @IsraeliPM_heb)

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