Cyber-escudo para proteger hospitais em Israel
Diante do dramático aumento de ataques de hackers contra organizações de saúde em Israel e em todo o mundo, durante a pandemia de coronavírus, o Ministério da Saúde anunciou a criação de um escudo cibernético para proteger os hospitais do país
Uma das principais razões, indicaram especialistas do setor, é a abertura de “buracos” onde hackers podem atacar devido ao crescente uso remoto de sistemas de computadores hospitalares.
Com muitos profissionais trabalhando em casa e acessando os sistemas dos hospitais a partir de seus computadores, os invasores cibernéticos estão encontrando muitas oportunidades de entrar.
O risco é que hospitais e outras organizações de saúde possuam uma grande quantidade de dados sobre seus pacientes, incluindo informações confidenciais.
Em comunicado divulgado no mês passado, a própria Interpol alertou que “as organizações na vanguarda da resposta global ao surto de COVID-19 se tornaram alvos de ataques de sequestro de dados, projetados para bloquear seus sistemas críticos e extorqui-los”.
“Bloquear o acesso dos hospitais a seus sistemas críticos de computadores não apenas atrasará a rápida resposta médica necessária nesses tempos sem precedentes, mas também pode levar diretamente à morte” de pessoas afetadas pelo vírus, disse o secretário-geral da Interpol, Jurgen. Stock.
Em uma conferência realizada pela plataforma israelense Cybertech, Reuven Eliahu, diretor de tecnologia e segurança de sistemas do ministério, disse que o objetivo é “aumentar a resistência do setor de saúde” contra esses ataques.
Eliahu relatou que o ministério registrou um aumento recorde de ataques cibernéticos a hospitais desde o início da pandemia e anunciou que o escudo cibernético será gratuito para todas as instituições médicas israelenses.
Além dos dados pessoais dos pacientes, outro dos principais alvos dos hackers podem ser as investigações sobre o coronavírus que estão sendo realizadas no país, alertou o funcionário.
“Vemos cada vez mais” indivíduos patrocinados por países estrangeiros “trabalhando como espiões”, alertou Eliahu, segundo o qual muitos deles “buscam soluções” para o coronavírus.