Crescem as vendas de material bélico
Por David S. Moran
A necessidade de Israel em se defender contra seus inimigos e a boa cabeça dos seus habitantes, fez com que Israel desenvolvesse farto material bélico de primeira qualidade, muitas vezes inovador no mundo todo. Assim como foi nas áreas da informática e outros.
A guerra que a Rússia desencadeou contra a Ucrânia, fez muitos países do velho continente e até outros levantar questões que não tinham até essa guerra. Países que não queriam, por motivos políticos, adquirir material bélico israelense começaram a fazê-lo e a Ucrânia vive reclamando a falta de ação do governo israelense com respeito a essa guerra. A Ucrânia não pede apenas que Israel se posicione a seu favor, mas que também lhe ajude com material bélico. Israel, que até simpatiza com a firme posição do governo ucraniano contra a gigante Rússia, por outro lado, tem compromissos com a Rússia que está presente na Síria e consente, de alguma forma, os ataques aéreos israelenses contra as tentativas iranianas de armar os terroristas da Hizballah e até mesmo da Jihad Islâmica e Hamas.
O temor de que o avanço russo na Ucrânia, que depois poderia levá-la a pensar em se expandir para outros territórios, fez com que além dos Estados Unidos, outros países, principalmente europeus, fornecessem material bélico à Ucrânia. Desses países, alguns recorrem a Israel para modernizar seus exércitos.
Analisando os balancetes das principais indústrias armamentista de Israel, apura-se que nas duas indústrias governamentais e numa particular houve sensível aumento nas vendas.
Rafael – No segundo trimestre do ano, teve aumento de vendas de 30%, totalizando 3,14 bilhões de shekels (o equivalente a US$ 850 milhões). Na primeira metade do ano, foram recebidas ordens para novas compras na ordem de 10,6 bilhões de shekels, que aumenta as ordens em andamento que estão num recorde de 41 bilhões de shekels (11 bilhões de dólares).
A Indústria Aeronáutica de Israel (IAI) aumentou as vendas no 2º trimestre em 9%, totalizando 1,26 bilhões de dólares e total de ordens no valor de 16,4 bilhões de dólares, dos quais 75% são para exportação.
A Elbit, que é particular, teve aumento de vendas de 11,5%, totalizando 1,45 milhão de dólares e acúmulo de vendas de 16,1 bilhões de dólares.
A Elbit está construindo duas fábricas nas redondezas de Casablanca, Marrocos, para montar drones e “armamentos vagantes”. Este tipo de arma, pouco falado, é de precisão. Pode voar vários minutos em volta do alvo, até entrar em ação no momento certo, para atingir o objetivo, sem atingir os não envolvidos. Se não encontram o momento oportuno voltam à base e podem ser depois relançados. É do tipo Harop e similares fabricados pela IAI.
Os principais países que realizaram recentemente compras foram a Alemanha, que comprou o sistema de míssil Hetz 3 (Arrow 3) no valor de bilhões de dólares. Isto depois que Israel teve luz verde dos EUA para a venda, pois este país bancou parte do desenvolvimento deste míssil. Agora, outros países se interessam por este míssil. A Finlandia adquiriu o sistema Kela David (Estilingue do David), míssil para abater misseis a médio e longo alcance, no valor de 300 milhões de dólares. Para outro país nórdico, a Dinamarca, a Elbit vendeu canhões ATMOS (foto) e misseis no valor de 260 milhões de dólares. A Dinamarca está modernizando sua artilharia come estes canhões israelenses, que substituem os antigos canhões que foram fornecidos para a Ucrânia.
Os tanques britânicos, Challenger 3, serão protegidos pelo sistema israelense “Blusão ou Capa de Vento”. Este sistema produzido pela Rafael foi testado 7.000 vezes e abateu em combate dezenas de projeteis antitanques. Já está protegendo tanques israelenses Merkavá4, os Abrams americanos, Leopard alemães e noruegueses. Também protegerá veículos blindados transportadores de tropas. O sistema detecta imediatamente o lançamento de míssil antitanque, aciona sistemas antimíssil e ao mesmo tempo aponta o canhão do tanque em direção aos quem lançou o míssil antitanque.
Os acordos de Abrahão beneficiaram as relações de Israel com países árabes, que já estão desfrutando dessa vantagem. Países árabes compram 25% do material bélico exportado por Israel. Os mais destacados são os Emirados Árabes Unidos, que adquiriram os misseis Barak 8, para proteger seus lugares estratégicos de possível ataque iraniano. Marrocos comprou também misseis Barak 8 e outros materiais bélicos num valor total de 500 milhões de dólares.
Visando o impasse no sudoeste asiático, Israel desenvolveu um sistema de sonar que pode detectar submarinos e também detectar e neutralizar minas marítimas e barcos não tripulados.
Israel visa principalmente seus interesses de defesa quando suas indústrias de material bélico desenvolvem suas criações. Quando o mundo vê que o que Israel usa para a sua segurança serve bem ao país, pede para adquirir também. Isto barateia os custos e ajuda a balança comercial e as relações diplomáticas de Israel. Esta realidade serve bem Israel e os países que adquirem o material bélico que já provou ser bom, para sua própria defesa.
Israel também cria novidades no ramo agrícola, irrigação, dessalinização de água do mar, energia solar, na medicina e em muitos outros ramos. Quem dera que só tivéssemos que usar essas invenções e não as bélicas. Mas, enquanto o mundo guerrear, não há alternativa e usaremos as invenções de material bélico também.
Foto: Elbit