Com a paz todos ganhariam
Por David S. Moran
Enquanto o mundo todo acompanha as eleições americanas, as transformações que o mundo sofre com o coronavírus e o bárbaro terrorismo de fanáticos muçulmanos na Europa, nota-se uma certa mudança de atitude e talvez uma certa compreensão das ações de Israel no Oriente Médio.
A Europa não está acostumada a assassinatos bárbaros contra seus cidadãos, sem nenhum motivo. Quando aconteciam atrocidades como o sequestro de aviões, ou assassinar atletas israelenses em plena Olimpíada (Munique, 1972), ou atentar contra o edifício da AMIA, em Buenos Aires, matando dezenas e ferindo centenas (1994), pensava-se que estes e outros atos deviam-se ao conflito palestino-israelense. Como se justificasse matança de civis inocentes.
Só que nestes dias ocorreram fatos que o ser humano ocidental não consegue entender. Um jovem muçulmano nascido na França, de origem chechena, entrou numa escola, num subúrbio de Paris, para matar um professor, que ensinava os alunos o que é livre expressão e que para ele era ofensa ao islão, pois mostrou aos alunos algumas caricaturas do profeta Maomé, que foram publicadas na revista Charlie Hebdo. Dias depois, outro jovem muçulmano, entrou na Basílica de Notre Dame, em Nice e assassinou três pessoas, inclusive uma brasileira. Na terça-feira (3), um jovem austríaco, natural da Macedônia do Norte, foi matar “kufers” (infiéis), em plena Viena. Em apenas nove minutos, em seis lugares diferentes, assassinou quatro pessoas e feriu outras 15. Era simpatizante do “Estado Islâmico” (EI).
O problema que a Europa está aprendendo é que este fanatismo, ilógico para os Ocidentais, é perpetrado por jovens que nasceram e vivem na Europa. O número de cristãos está baixando, devido à baixa natalidade. Os muçulmanos que emigraram há dezenas de anos e os que emigraram mais recentemente têm natalidade bem maior e, assim, sua porcentagem na população onde vivem tende a aumentar. Aliás, esta é uma poderosa “arma” do radical presidente da Turquia, Erdogan, que em qualquer discussão com os europeus, ameaça-os de abrir suas fronteiras aos refugiados sírios e de outros países muçulmanos, apesar de receber verbas, para contê-los. Além disso, há muitos jovens europeus que se converteram ao islamismo e às vezes são mais radicais. Na guerra civil síria, a maioria dos voluntários para lutarem pelo Daesh (EI) foi de jovem da Europa que atravessaram a fronteira síria da Turquia.
Os radicais islâmicos recebem apoio e incentivo de seus pares, que pela liberdade de expressão, não são barrados. Há inúmeros exemplos: O imã canadense, Yuonus Kathrada, num sermão a jovens muçulmanos em Victoria (23.10), referindo-se a decapitação em Paris, chamou o professor “amaldiçoado, espírito do diabo … tem que ser liquidado por caluniar o profeta”(Memri, 3.11.2020). Isto diz um homem religioso, no Canadá.
Outro pregador, o Xeique Issam Amira, da Mesquita de Al Aksa, endossou na sua prédica semanal, dizendo: “é uma grande honra aos muçulmanos que um jovem muçulmano tenha decapitado o ‘kufer’ francês e defendeu o nome do profeta Maomé”.
Quem vê a realidade e não a oculta deve estar preocupado. O Grão Mufti do Egito, Shawki Allam, é um desses. Numa entrevista a TV egípcia, Sada El Balad, disse que: “só uma minoria dos 1.8 bilhões de muçulmanos no mundo estão envolvidos em terror – que eu condeno -. Muitos ativistas do EI são muçulmanos europeus que radicalizaram. Desses, muitos são convertidos e dão má fama aos muçulmanos. Cerca de 50% dos jovens muçulmanos de 2ª e 3ª geração vivendo na Europa são adeptos do EI” (Memri, 25.10.2020).
Evidentemente, que só uma minoria está envolvida em terror, mas as forças de segurança do mundo todo deviam agir conjuntamente para parar as atividades dos pregadores radicais e vigiar de perto os ensinamentos nas suas “madrassas” (escolas).
Muitos países árabes, e mesmo ocidentais, acreditavam que a instabilidade no Oriente Médio devia-se ao conflito palestino-israelense e agora notam que não o é.
Esses países e muitas organizações internacionais e até ONG’s mimavam os líderes palestinos com apoio e principalmente dinheiro, muito dinheiro. Infelizmente, estas verbas não foram usadas para desenvolver os palestinos, foram para os bolsos bem forrados dos seus líderes e até mesmo para fins destrutivos: armamento e túneis.
Agora que a ficha caiu para muitos líderes árabes, eles estão levantando o pano, que cobria suas relações extraoficiais com o Estado Judeu e as normalizam. Os Emirados dão uma amostra bem quente de quando os dois lados querem o seu bem, as relações podem ser vantajosas para ambos os lados. A Turkish Airlines, que é a maior companhia aérea que passa por Israel, poderá deixar este posto aos amigos do Emirates e do Etihad, que farão voos diretos e de conexões, usando o Aeroporto Internacional de Ben Gurion. Evidentemente há outras vantagens, na alta tecnologia, turismo, comércio estudos universitários, etc.
Agora, espera-se o efeito de dominó, em que outros países próximos e longínquos aderirão ao processo de normalização e avanços.
Quem fica para trás são os radicais. Vejam só. A Turquia sofreu grave terremoto, perto de Izmir, a terceira maior cidade do país. Prédios ruíram, danos foram causados. O governo israelense, como sempre, prestou condolências ao Erdogan (inimigo feroz) e ofereceu ajuda na busca de sobreviventes (Israel tem unidade militar que faz buscas e salvamentos que já prestou serviço na Turquia, Haiti, Brasil, México e outros países). O arrogante presidente turco recusou a oferta israelense bem como a de outros países.
Quando o negociador chefe palestino, Saeb Erekat, preferiu ser internado num hospital israelense, Erdogan criticou esta ação. A Jordânia, que lhe ofereceu ser hospitalizado num hospital da monarquia, também condenou a internação do Erekat no Hadassa, em Jerusalém.
Mas, na quarta-feira (4), soube-se que um helicóptero jordaniano, cujos pilotos conhecem bem a rota Amã- Jerusalém, fez um voo urgente e no início não se sabia a razão. Depois, algumas fontes informaram que o helicóptero levarava ao Hospital Hadassa o Comandante do Corpo Médico do Exército jordaniano, em estado grave, para ser tratado em Israel. Há algumas semanas criticaram a decisão palestina e agora a imitam.
A ingratidão, que não posso deixar de mencionar, é da filha do Erekat, ela própria médica, que tratou o pai, por mais de duas semanas em casa. Quando estava em estado grave, causado pelo COVID-19 e por ter problemas respiratórios devido ao transplante de pulmões feito nos EUA, a família resolveu levá-lo ao hospital Hadassa, no qual a filha Dra. Slam Erekat, também trabalha. A filha serviu de porta voz da família. Informou que seu pai está sendo tratado por médicos palestinos, em Jerusalém. Nada de dizer que é no Hospital Hadassa, fundado por mulheres sionistas, em 1934. Antes já haviam fundado o Hospital Hadassa Monte Scopus. Médicos israelenses – judeus e árabes – estão tentando salvar o negociador palestino Erekat, no Hospital Hadassa, em Jerusalém, a Capital de Israel.
Quando os palestinos acordarem e negociarem com Israel uma normalização real que seja benéfica para ambas as partes, eles notarão o quanto perderam tempo na ilusão e o quanto estão ganhando ao viver lado ao lado com Israel e os israelenses, que não vão para lugar nenhum, pois estão na sua terra milenar.
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