Chefe de mídia do Hezbollah é eliminado
Um ataque aéreo israelense contra um prédio em um bairro central da capital libanesa, Beirute, no domingo, teria matado o principal porta-voz do grupo terrorista Hezbollah.
Duas fontes de segurança libanesas disseram à Reuters que o chefe de relações com a mídia do Hezbollah, Mohammed Afif, foi morto no ataque ao bairro de Ras al-Naba’a. Um oficial do Hezbollah, falando anonimamente, confirmou a iformação à Associated Press.
As Forças de Defesa de Israel não emitiram comentários imediatos sobre o ataque.
Ao contrário de dezenas de outros ataques israelenses realizados em Beirute, na semana passada, o ataque que matou Afif não foi realizado nos subúrbios ao sul de Beirute, no reduto do Hezbollah conhecido como Dahiyeh.
O prédio onde Afif foi alvejado abrigava os escritórios do Partido Ba’ath da Síria, partido do presidente sírio Bashar Assad, informou a mídia libanesa. As FDI não emitiram nenhum aviso de evacuação antes do ataque.
Afif ficou especialmente visível após a escalada militar de Israel em setembro e após a eliminação do então líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que também foi morto em um ataque aéreo israelense.
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No mês passado, Afif foi forçado a interromper uma coletiva de imprensa em Dahiyeh depois que o porta-voz de língua árabe das FDI, Coronel Avichay Adraee, emitiu uma ordem de evacuação para os moradores da área antes de um ataque aéreo.
Também no domingo, as FDI disseram que havia completado uma onda de ataques aéreos contra alvos do Hezbollah em Dahiyeh. Os alvos atingidos pelos caças incluíam salas de comando e outras infraestruturas, de acordo com os militares. Antes desses ataques serem realizados, as FDI emitiram alertas de evacuação para civis na área.
Nos últimos dias, as FDI intensificaram os ataques contra alvos do Hezbollah em Beirute, com mais de 50 locais atingidos, na semana passada.
Um dos alvos atingidos pelos caças israelenses em Beirute, no sábado, foi um apartamento que pertenceu a Nasrallah, de acordo com as FDI. Os militares disseram que Nasrallah foi alvo na casa durante a Segunda Guerra do Líbano de 2006, e que ela foi reconstruída mais tarde. O apartamento estava sendo usado atualmente pelo Hezbollah para suas atividades, disse a FDI.
Os ataques de domingo ocorreram depois que uma saraivada de cerca de 20 foguetes foi lançada do Líbano na área da Galileia Ocidental e da Baía de Haifa pela manhã.
De acordo com as FDI, alguns dos foguetes foram interceptados pelas defesas aéreas, enquanto outros atingieam áreas abertas, sem causar feridos.
As FDI também divulgaram imagens mostrando um depósito de armas e um túnel do Hezbollah sendo demolidos por engenheiros de combate no sul do Líbano. O local foi descoberto por tropas da unidade de reconhecimento Haruv da Brigada Kfir, que estão operando no Líbano sob a Brigada de Reserva Alon. Foi a primeira vez na história da unidade que ela operou no Líbano.
De acordo com a FDI, durante um ataque em uma vila no sul do Líbano, as tropas encontraram um poço de túnel que levava à infraestrutura subterrânea. Ao lado do poço havia um depósito de armas, munição e uma motocicleta, que as FDI disseram que “estavam preparadas para uma invasão” em Israel.
Três divisões das FDI têm operado no sul do Líbano nos últimos dias, enquanto os militares expandem sua ofensiva contra o Hezbollah.
No sábado, o Hezbollah afirmou ter confrontado soldados das FDI nos arredores de Shama, uma vila libanesa localizada a cerca de 5 km da fronteira com Israel, marcando o ponto mais profundo no Líbano que as FDI alcançaram durante a ofensiva terrestre em andamento.
Enquanto isso, as FDI removeram bloqueios de estradas na fronteira norte, que foram montados para impedir que civis dirigissem em estradas expostas a disparos de mísseis antitanque do Líbano.
De acordo com um relatório da Rádio do Exército, na manhã de domingo, todos os bloqueios militares na fronteira com o Líbano foram removidos nos últimos dias, antes de um possível retorno dos moradores deslocados do norte para suas casas.
“A realidade no norte mudou”, disseram oficiais da FDI, citados pela estação de rádio. “Não há mais lugares onde você não pode dirigir. Estradas de contorno não são mais necessárias, e os cidadãos também podem dirigir nessas estradas”, disseram os oficiais, acrescentando que essa liberdade de movimento se deve ao fato de as FDI terem assumido o controle de áreas-chave no sul do Líbano, reduzindo assim a ameaça.
Cerca de 60.000 moradores foram evacuados de cidades do norte de Israel, na fronteira com o Líbano, logo após o ataque do grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, em meio a temores de que o Hezbollah realizasse um ataque semelhante e ao aumento do lançamento de foguetes pelo grupo terrorista libanês.
Fonte: revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Fotos: Captura de tela Alma (Youtube) e VividProwess (X)