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Chassídicos preocupados com proibição de chapéus

Os judeus chassídicos de Nova Iorque estão preocupados com a intenção do prefeito da cidade de proibir o uso de roupas de pele, pois não poderiam usar seus shtreimels (enormes chapéus de pelos, preferencialmente de raposa).

Joe Namath, comerciante desse tipo de chapéu, não acredita que possa ser aprovada uma lei proibitória, porque, para ele, “Deus cuidará de tudo; peles vêm de Deus, está na Bíblia”.

Em março de 2019, Corey Johnson, presidente da Câmara Municipal, apresentou uma proposta para proibir a venda de roupas de pele. Desde então, o assunto tem sido amplamente discutido, porque existe a possibilidade de a lei ser adotada pelo Estado de Nova Iorque. Johnson argumenta que, como protetor dos animais, acredita que é preciso acabar com a crueldade de matar um bicho só para agradar as pessoas que gostam de ostentar roupas de peles.

O vereador do Brooklyn, Chaim Deutsch, judeu ortodoxo, criticou a proposta por entender que haveria uma restrição ao direito de crença. Ele é contra a criação da lei mesmo havendo uma exceção para os chassídicos, porque, nesse caso, ocorreria, diz, um estímulo à intolerância religiosa. “A pessoa que usasse o shtreimel seria questionada nas ruas: ‘Por que você está com isso se há proibição de uso de pele?’”

Advogados afirmam que a isenção religiosa é inconstitucional e, caso seja instituída, será contestada na Justiça.

Na comunidade judaíca há também apoiadores da criação da lei, como o rabino Shmuly Yanklowitz. Fundador da Shamayim: Jewish Animal Advocacy, ele argumenta que usar shtreimels é um costume, mas não obrigatório pela lei judaica. “O que precisamos respeitar é o tza’ar baalei chayim” (mandamento para evitar sofrimento dos animais).

A ONG Jewish Veg afirma que matar animais para o uso de sua pele constitui “violações graves da ética judaica”. “O judaísmo exige que tratemos os animais com uma compaixão requintada e sensível, e as práticas da indústria de peles violam grotescamente esse mandato”.

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