Cessar-fogo entra em vigor
Israel e Hamas concordaram com um cessar-fogo “mútuo e simultâneo” nesta quinta-feira, interrompendo uma guerra de 11 dias que causou destruição e morte de ambos os lados.
Às 2 da manhã, desta sexta-feira, o cessar-fogo entrou em vigor.
Como nas guerras anteriores, o conflito terminou de forma inconclusiva. Israel afirmou ter causado danos significativos ao Hamas, mas mais uma vez foi incapaz de deter os ataques ininterruptos de foguetes do grupo terrorista islâmico.
Assim que foi anunciado o cessar-fogo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu enfrentou acusações raivosas de sua base de direita de linha dura de que ele interrompeu a operação muito cedo.
O gabinete de Netanyahu disse que seu Gabinete de Segurança havia aceitado por unanimidade a proposta egípcia de cessar-fogo, após recomendações do chefe militar de Israel e outros oficiais de segurança de alto escalão, que declararam ter conseguido “conquistas significativas na operação, algumas das quais sem precedentes”.
Além do Egito, países da região, como a Jordânia e o Qatar, desempenharam papel importante no cessar-fogo, já que têm interlocução com o Hamas.
O Hamas e outros grupos terroristas dispararam mais de 4.000 foguetes contra Israel durante o conflito, lançando os projéteis em áreas civis de cidades israelenses. Milhares de projéteis atingiram fortemente cidades do Sul, como Ashdod, Ashkelon, Beer Sheva e Siderot até Tel Aviv, a movimentada capital comercial e cultural do país.
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Enquanto isso, Israel realizou centenas de ataques aéreos visando o que disse ser a infraestrutura militar do Hamas, incluindo uma vasta rede de túneis.
Os Estados Unidos, o aliado mais próximo e importante de Israel, inicialmente apoiaram o que consideraram o direito de Israel à autodefesa contra o lançamento de mísseis. Mas, à medida que a luta se arrastava e o número de mortos aumentava, os americanos pressionavam cada vez mais Israel a parar a ofensiva.
Em uma rara cisão pública, Netanyahu, na quarta-feira, rejeitou brevemente um apelo público do presidente Joe Biden para aceitar um cessar-fogo, parecendo determinado a infligir o máximo de dano ao Hamas.
Em Washington, Biden saudou o cessar-fogo. Biden disse que os EUA estão empenhados em ajudar Israel a repor seu suprimento de mísseis interceptores para seu sistema de defesa com foguetes Iron Dome e em trabalhar com a Autoridade Palestina reconhecida internacionalmente, não o Hamas, para fornecer ajuda humanitária a Gaza.
Netanyahu foi criticado por membros de sua base nacionalista. Gideon Saar, do partido Nova Esperança, chamou o cessar-fogo de “constrangedor”.
Itamar Ben Gvir, chefe do partido de extrema direita Poder Judaico, tuitou que o cessar-fogo foi “uma grave rendição ao terrorismo e aos ditames do Hamas”.
O cessar-fogo chega em um momento delicado para Netanyahu. Na esteira de uma eleição inconclusiva em março, Netanyahu não conseguiu formar uma coalizão majoritária no parlamento. Seus oponentes agora têm até 2 de junho para formar um governo alternativo próprio.
Enquanto isso, em Gaza, um porta-voz do Hamas, Abdelatif al-Qanou, disse que o anúncio de Israel foi uma “declaração de derrota”.
Ali Barakeh, um oficial da Jihad Islâmica, um grupo menor que lutou ao lado do Hamas, disse que a declaração de trégua de Israel foi uma derrota para Netanyahu e “uma vitória para o povo palestino”.
Fonte: AP
Foto MaxPixel ( https://www.maxpixel.net/Middle-Center-Focal-Point-Visor-Crosshair-97971 – CC0 Public Domain)
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