Pular para o conteúdo
BlogsDavid Moran

Catargate: novo escândalo

Por David S. Moran

Quinta feira (20/02) foi um dia muito triste e comovente em Israel. Neste dia a organização terrorista Hamas devolveu a Israel quatro pessoas assassinadas por eles, enquanto em confinamento. A Shiri e seus filhos Ariel (4 anos) e Kfir (9 meses) foram levados em vida pelos carrascos da Hamas e depois assassinados. Os pais da Shiri que também viveram no Kibutz Nir Oz foram brutalmente assassinados em 7/10. Seu marido, Yarden, estava na lavoura e foi pego, permanecendo nos túneis do Hamas por quase 500 dias, sem saber o paradeiro de sua família. Ele foi devolvido a Israel, há algumas semanas, depois de sofrer muita violência no cativeiro e não queria acreditar que sua família foi assassinada.

Com eles voltou o corpo de Oded Lifshitz, de 85 anos, um dos fundadores do Kibutz Nir Oz e que os terroristas não tiveram pena de assassinar apesar de ele ter se dedicado a trazer da fronteira com Gaza, pacientes árabes para serem tratados em hospitais israelenses.

O Hamas e a Jihad Islâmica são organizações terroristas não humanas, que matam bebês, crianças, jovens e adultos civis, pelo prazer de matar. Estas organizações são patrocinadas pelo Eixo do Mal, o Eixo da Irmandade Muçulmana encabeçada pelos radicais islâmicos Catar e Turquia.

Por isto foi muito surpreendente e incompreensível porque o então (e atual) primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, consentiu que o Catar transferisse a cada mês 30 milhões de dólares em papel moeda à Faixa de Gaza. Em poucos anos, a transferência rendeu ao Hamas alguns bilhões de dólares. A ideia do governo era de que se o povo recebesse dinheiro e tivesse o que comer, não ia querer lutar contra Israel.

Segundo a Drª. Shlomit Wagman-Ratner que foi, durante três anos, a chefe da Autoridade para a Proibição de Lavagem de Dinheiro e Financiamento de Terrorismo, o Hamas recebia do Catar cada ano entre 300 a 400 milhões de dólares e mais 100 milhões do Irã, fora o financiamento que Hamas tem de companhias espalhadas pelo mundo. Se o dinheiro fosse empregado para beneficiar Gaza, esta região seria como Dubai, mas os líderes do Hamas preferiram construir Gaza debaixo da terra (os túneis) e não a Gaza de cima. Os líderes do Hamas são bilionários e vivem em Doha, capital do Catar. As fortunas do Khaled Mashal e de Mussa Abu Marzuk são avaliadas em 3 bilhões de dólares, cada, e de Ismail Haniyeh (já morto) era de 4 bilhões

Na semana passada, o jornalista Ofer Hadad, do Canal 12 publicou que Eli Feldstein, que não tem classificação de segurança e não podia ter contato e acesso a material sigiloso e, apesar disso, é o porta-voz militar de Netanyahu, foi ao mesmo tempo empregado de uma companhia internacional financiada pelo Catar para melhorar sua imagem e assim atuou com os jornalistas e meios de comunicação. O gabinete do primeiro-ministro alega que tudo isto é “fake News”. Se é assim, deveria evidentemente cooperar com a investigação da Shabak.

O mesmo Feldstein é acusado de roubar documentos secretos e passá-los a jornais no exterior e que foram publicados no Bild alemão e outros. O proposito deste vazamento era isentar Netanyahu da culpa da demora do retorno dos sequestrados e culpar o Hamas.

Além dele, são suspeitos de agir em prol de Catar, outros dois ajudantes de Netanyahu, Yonathan Urich e Israel Einhorn, que atualmente se encontra na Sérvia. Os dois agiram para melhorar a imagem do Catar na véspera do Mundial naquele país, em 2022. Imaginem só, que Catar nem tem uma seleção para que possa hospedar um mundial. Só o conseguiu subornando o alto comando da FIFA.

Urich (de 35 anos) é o conselheiro estratégico de Netanyahu e foi seu porta voz, bem como do partido Likud. Há 10 anos trabalha com Netanyahu e tem contatos diários com Feldstein. Se Netanyahu, como diz, não sabia do seu trabalho pelo Catar é uma falha, se sabia é falha grande. Netanyahu é muito centralizador, nada no seu gabinete passa sem a sua autorização. Urich, com Einhorn, e outro porta voz de Netanyahu, Ofer Golan, foram acusados formalmente de molestar Shlomo Filber, uma testemunha chave na acusação contra Netanyahu.

Cada acusação grave como esta requer uma investigação minuciosa do Shabak (ex Shin Bet).

O Catar que quer se mostrar como uma nação pacífica que quer intermediar entre Israel e o Hamas é, na realidade, um país radical no Golfo Pérsico e apoia organizações terroristas islâmicas. Sua rede midiática, a Al Jazeera é uma voz anti-israelense. No primeiro aniversário da selvagem invasão do Hamas aos kibutzim em Israel, jornalistas do Catar e da Al Jazeera e Al Arabia escreveram da “alegria que têm com este ato no dia glorioso, que fez retornar a honra da nação árabe e destroçou o sonho dos judeus e sionistas”. Acrescentou que o dia 7/10/2023 é o mais importante evento na história moderna”.

O Catar é um país pequeno – a metade da área de Israel – com uma população de somente 2,7 milhões de habitantes. Sua riqueza vem de ser um dos maiores produtores de gás natural. Sendo um país pequeno e de grande riqueza, o Emir pode corromper quem quiser. Contribui com 500 milhões de dólares à ONU, corrompeu dirigentes da FIFA, compra times como o Barcelona, Paris Saint-Germain e assim difunde seu país pelo mundo. Sendo um país extremista e subversivo em alguns países árabes, a Arábia Saudita, o Egito, Bahrein e Emirados Árabes Unidos cortaram relações com o Catar e só ultimamente estão reatando.

A Sheikha Mozah bint Nasser Al Missned, esposa do Sheikh Hamad bin Khalifa Al-Thani, pai do atual Emir de Catar é ativa no Oriente Médio e no Ocidente. Apesar de se apresentar como ocidental, ela apoia valores islâmicos radicais como da Irmandade Muçulmana, que difunde ódio e incita o terror contra Israel e o Ocidente. As mídias do Catar, Al Arabia e Al Jazeera, muitas vezes passam dos limites até para os árabes. A jornalista Fatima Bint Youssef al Razel escreveu no jornal oficial de Catar, Al Sharq com a manchete “a vitória de Gaza, início da derrota de Israel”. Ela alega que os habitantes de Gaza não a deixarão, mesmo se Israel lançar neles seis bombas atômicas e elogia “os ‘heroicos’ terroristas que continuarão combater Israel até ser arrancado do Oriente Médio”.

Este é o Catar que nada tem de moderado apesar da fala mansa em inglês.

Foto: UNCTAD, CC BY-SA 2.0 (Wikimedia Commons). Sheikh Hamad bin Khalifa Al-Thani, Emir do Catar e Sheikha Mozah bint Nasser Al Missned.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *