Casamento com tema nazista revolta comunidade judaica
Em 29 de abril, foi celebrado um casamento muito particular em Tlaxcala, no México. Os noivos Ferdinand e Josephine, originários de Ecatepec, decidiram celebrar seu casamento com o tema do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, chamando a atenção das redes.
Fernando e Josefina explicaram ao jornal mexicano El Milenio que receberam múltiplas críticas e ameaças devido ao cenário nazista de seu casamento, mas afirmam que não se importam, pois isso os deixa felizes.
A data do casamento também é peculiar já que há 77 anos, Adolf Hitler também se casou com Eva Braun. Fernando disse à imprensa que se não tivesse sido possível marcar o casamento para essa data, não teria problemas em esperar mais um ano para casar.
No casamento civil, Josefina vestia a suástica do exército nazista, mas disse que para o casamento religioso decidiu não ter quaisquer acessórios que fizessem alusão ao exército de Hitler.
A chegada dos noivos à igreja foi num Fusca adornado com símbolos nazistas. Enquanto Fernando vestia um uniforme do corpo de elite do braço armado de Hitler.
Josefina explicou ao jornal que decidiu fazer essas coisas por causa do amor que tem pelo marido. “Eu não sabia muito da história, mas meu marido me contou e eu o apoio porque tenho um marido responsável”, afirma.
LEIA TAMBÉM
- 04/03/2022 – Nazismo e antissemitismo crescem no Brasil
- 02/07/2021 – Lançada a pedra fundamental da “Cidade da Torá” no México
- 26/05/2019 – Neonazista português realiza concurso Miss Hitler
Fernando disse à imprensa que tem um clube privado junto com outras pessoas onde recriam cenas históricas dos nazistas. “Este não é um clube underground e não estamos recrutando pessoas, estamos apenas recriando a história”.
“Hitler era um nacionalista que recuperou os territórios que a Alemanha perdeu na primeira guerra mundial”. “A história é escrita pelos vencedores”, afirmaram os noivos.
O noivo afirmou ainda que a adaptação do comportamento do nacional-socialista lhe permitiu ter maior disciplina, uma vez que não bebe, não fuma, não tem tatuagens e nunca prejudicou terceiros.
Dada a publicação e sua ampla divulgação nas redes sociais, o Centro Wiesenthal lembrou também que o México votou a favor da resolução das Nações Unidas que condena a distorção do Holocausto e condenou todo tipo de racismo em diferentes ocasiões.
Além disso, disse que conta com órgãos estaduais exemplares, como o Conselho Nacional para Prevenir a Discriminação (Conapred).
Por sua vez, o Dr. Ariel Gelblung, diretor para a América Latina do Centro, destacou que a instituição “condena veementemente a distorção e banalização da memória de seis milhões de irmãos judeus mortos no Holocausto”.
Ele acrescentou que o México deve adotar a Definição de Antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA) e incorporá-la em seu corpo legal para evitar tal comportamento odioso.
Fontes: Presa Libre e 24 Happenings
Foto: Reprodução Twitter