Canela do zebu
Por Nelson Menda
A primeira marchinha de carnaval que consigo lembrar se chamava “Cadê Zazá”. Deveria estar com 5 ou 6 anos, morava na Rua Demétrio Ribeiro, Cidade Baixa, entre a Espírito Santo – a rua, não a entidade – e a Av. Borges de Medeiros, em Porto Alegre. Naquela época, cada Carnaval era ansiosamente aguardado pelas crianças, que precisavam aprender e memorizar o novo samba para poder cantá-lo na passagem dos blocos de rua ou nos salões dos clubes.
A diversão das crianças maiores era jogar, uns nos outros, confete e serpentina, ao passo que os menorzinhos tratavam de recolhê-los e guardar, sabe-se lá para quando e onde, pois os próximos festejos de momo só iriam ocorrer dali um ano.
A lança-perfume, utilizada pelos adultos, acabou proibida porque se descobriu que, além do aparentemente inocente costume de espargir um jato de líquido gelado no pescoço alheio, poderia provocar danos à saúde. Sua composição, depois vim a saber, além do agradável perfume, era baseada em Cloreto de Etila, um anestésico tópico que provocava um certo barato quando aspirado. Em casos extremos, até mesmo desfalecimento e morte.
Os sambas e marchinhas, que mudavam a cada ano, costumavam ostentar rimas singelas e fáceis de memorizar. Usualmente compostos no Rio, a então capital do país, um paraíso distante e inatingível para quem morava no extremo sul do Brasil, quase fronteira com o Uruguai e a Argentina. As melhores composições de Carnaval, eleitas a cada ano, eram reproduzidos em discos de 78 RPM (rotações por minuto) e também transmitidos à exaustão em uma das três únicas emissoras de rádio de Porto Alegre: Farroupilha, Difusora e Gaúcha.
Era preciso aprender a letra e a música, para poder cantar de cor quando os blocos de rua desfilassem em frente à nossa casa. As rimas costumavam ser simples e ainda lembro dos versos daquele primeiro Carnaval: “Cadê Zazá, Zazá, Zazá, saiu dizendo vou ali e volto já. Mas não voltou, por que, por que será? Cadê Zazá, Zazá, Zazá”? Nem eu nem meus amigos sequer imaginávamos quem poderia ser essa misteriosa Zazá, se é que existiu alguém com esse nome ou apelido.
Alguns sambas acabavam incorporados ao repertório, digamos assim, “clássico” do Carnaval, sendo cantados, todos os anos, de norte a sul do país. E, em alguns casos, extrapolando para o exterior e até mesmo o cinema, como “Mamãe Eu Quero”, que ganhou o mundo na voz e coreografia inconfundíveis de Carmen Miranda. O pitoresco é que os festejos carnavalescos costumavam ter início com o Samba do Zé Pereira e terminar com os acordes da inconfundível Cidade Maravilhosa.
Dentre os inúmeros blocos de rua que desfilavam pelas ruas da Cidade Baixa o mais aguardado de todos era o Canela do Zebu, em que os homens desfilavam fantasiados de mulher, geralmente exibindo fartos e falsos seios e carnudos lábios exageradamente pintados de vermelho. Não eram fantasias caras, mas vestidos velhos emprestados de suas irmãs, esposas ou amigas, que faziam o maior sucesso entre o público.
Nós, moradores do último quarteirão da Demétrio, tínhamos o privilégio de assistir de camarote, sentados nas calçadas em frente às nossas casas, antes que o tradicional bloco encerrasse seu desfile ao chegar à Borges de Medeiros, na esquina do Cine Capitólio. Que, por sinal, ainda existe, em boa hora tombado pelo Patrimônio Histórico.
As residências do bairro em que morávamos obedeciam a um padrão arquitetônico europeu dos séculos dezenove e vinte. Algumas poucas, bem mais antigas, seguiam o estilo dos açorianos que fundaram Porto Alegre, que já se chamou Porto dos Casais e recebeu o epíteto de “Leal e Valerosa” que, imagino, conserva até os dias atuais. Praticamente todas aquelas construções clássicas acabaram sendo demolidas para dar lugar a um estilo indefinido, ou a ausência dele, nas novas casas e alguns poucos prédios de apartamentos que vieram substituir aquele que já foi considerado um belo trecho de rua. A ponto de ter merecido um ensaio fotográfico, em meados dos anos 50 do século passado, que conseguimos, felizmente, localizar em um arquivo.
Na mesma quadra da Demétrio em que residíamos morava o Feliciano, meu primeiro e melhor amigo, com quem me correspondo até hoje, e que era um expert em várias áreas, com destaque para a criação de pombos e a construção de galenas, que quebravam o galho para quem não dispunha de um rádio receptor. Já no quarteirão formado pelas ruas Fernando Machado, Demétrio Ribeiro, Espírito Santo e a Avenida Borges de Medeiros residia grande parte da coletividade sefaradi gaúcha. Isso porque na Fernando Machado, mais conhecida como Rua do Arvoredo, estava instalado o “Kal”, a nossa sinagoga, onde se meldava (rezava) em hebraico e ladino.
Os sefaradis gaúchos provinham, em sua quase totalidade, da Turquia e Grécia. A Turquia, que sucedeu o Império Otomano, ao tempo em que era governada pelos Sultões, acolheu os judeus expulsos da Espanha em 1492 e de Portugal em 1497. Meu pai falava, entre outros idiomas, o turco, pois migrou com sua família para o Brasil aos 16 anos, após ter estudado em uma escola católica de Istambul. Talvez daí derive o respeito com pessoas de outras fés em que fui educado. Até hoje vigora uma enorme empatia entre os sefaradis de origem turca e a maioria muçulmana de sua população. Apesar de alguns poucos privilégios reservados para a população islâmica, os judeus e cristãos do Império Otomano, denominados dhimis, eram protegidos pelo Sultão e esse fato se refletiu nas gerações seguintes.
Uma parcela importante da coletividade sefaradi gaúcha era formada por comerciantes de tecidos finos, com lojas estabelecidas na “Rua da Praia” que, apesar do nome, não tinha praia alguma. Deve ter havido, em priscas eras, uma praia do Guaíba cujas águas deveriam banhar o local. Suponho que, com os sucessivos aterros para a construção do cais do porto, o leito do rio tenha sido afastado em alguns poucos quarteirões e a Rua da Praia, posteriormente rebatizada de Andradas, como homenagem aos ilustres personagens da nossa história, continuou sendo chamada pelo nome original. Denominação que perdurou até o tempo em que residi em Porto Alegre, na década de 70 do século passado.
Pois foi exatamente na Rua da Praia/Andradas, o logradouro mais elegante da capital gaúcha à época, que grande parte da coletividade sefaradi do sul do Brasil escolheu para sediar seus estabelecimentos comerciais. Era uma época em que não existia, no país, uma indústria de confecção de roupas, apesar do Brasil já produzir fios e tecidos, mas esses produtos precisavam ser importados, geralmente da França e Inglaterra. Essas lojas expunham em suas vitrines, ou em prateleiras na própria entrada de cada estabelecimento, os tecidos que a fina flor da sociedade gaúcha iria adquirir para mandar confeccionar, sob medida, sua indumentária. Geralmente o próprio comerciante ou algum funcionário, muitas vezes fazendo parte da família, se postava à entrada da loja, apregoando aos passantes a qualidade das mercadorias oferecidas. Procurava atrair para o interior da mesma um possível freguês ou freguesa, pois os produtos eram, efetivamente, de excelente qualidade. Uma única loja, também de propriedade de um de los muestros, como os sefaradis se auto-denominam em ladino, não trabalhava com tecidos finos. Em compensação, disponibilizava para sua sofisticada clientela rendas e bordados manufaturados provenientes da Ilha da Madeira.
Os estabelecimentos comerciais da Rua da Praia costumavam expor seus produtos de forma a atrair tanto a clientela feminina quanto masculina. Os homens adquiriam tecidos para mandar confeccionar ternos, denominados, no sul do país, “fatiotas”. Esses cortes deveriam ser encaminhados aos alfaiates, ao passo que os destinados à indumentária feminina, para as costureiras e modistas. Não existia o hábito de adquirir roupas prontas. Prosperava o comércio dos chamados “figurinos”, revistas ilustradas, geralmente estrangeiras, que estampavam, em suas páginas, coloridas fotos de modelos utilizando diferentes vestimentas. É nelas que as freguesas iriam se inspirar para as roupas que tencionavam mandar confeccionar, ou “aviar”, como se dizia. As mais sofisticadas e aquinhoadas pela sorte, nas modistas e as das classes menos favorecidas, nas costureiras, profissão preferencial entre as mulheres de menor poder aquisitivo. Já as mais humildes produziam sua própria indumentária. Proliferavam os cursos de corte e costura e o sonho dourado de muitas mulheres era poder adquirir uma máquina para poder confeccionar sua própria roupa ou de terceiros.
A indústria das máquinas de costura, geralmente das marcas Singer, americana ou Pfaff, alemã, faturava grandes somas na produção e comercialização de seus produtos, de inegável qualidade. Inicialmente movidas por pedais, essas máquinas evoluíram para os modelos elétricos. Cada família possuía sua máquina e chegamos a ter, em nossa casa, um “quarto de costura”, local para a produção da indumentária destinada às crianças e aos personagens femininos da família. As camisas masculinas, de produção mais elaborada, eram confeccionadas por costureiras e alfaiates. Uma das chatices da infância era a obrigação de acompanhar nossas respectivas mães às lojas de tecidos e, posteriormente, à residência das costureiras e modistas, para as intermináveis “provas”, que serviam de pretexto para que as amigas se encontrassem e fofocassem à vontade.
Isso só começou a mudar com a chegada ao Brasil da indústria de confecções, que tive o privilégio de testemunhar. Meu pai, contador, visitava seus clientes de tempos em tempos, geralmente industriais e comerciantes, e eu fazia questão de acompanhá-lo, sempre que possível, nessas andanças. Nas indústrias de móveis, ficava fascinado em observar o corte e a preparação da madeira, com a recomendação de não me aproximar das perigosas serras circulares, que provocavam graves ferimentos em usuários menos cuidadosos. Além do exótico cheiro da cola quando derretida e aplicada sobre a madeira. Associado ao prazer de ficar observando o trabalho dos donos e operários, sabia que, ao final, iria ganhar aparas de madeira para confeccionar espadinhas e carros de brinquedo.
O pitoresco – e só me dei conta disso já na idade adulta – é que a produção e comercialização de indumentária era uma espécie de reserva de mercado informal para os sefaradis, ou seja, componentes do meu ramo paterno. Ao passo que a fabricação e venda de móveis, ao contrário, uma especialidade dos esquenazis, da família da minha mãe.
Um dos clientes do meu pai, homem à frente do seu tempo, criou a primeira indústria de confecção de elegantes casacões femininos de Porto Alegre. Eram dezenas de operárias trabalhando em uma extensa linha de produção instalada em um enorme prédio. Mal poderíamos adivinhar que ele estava selando, sem se dar conta, o fim da atividade individual na produção de indumentária feminina de qualidade. Nesse campo, restaram apenas os grandes nomes da moda, da chamada alta costura.
Por essa mesma época, estavam surgindo, no Brasil, as mega-indústrias para a produção de roupas masculinas em larga escala. Esse inevitável progresso acabou por liquidar, uma a uma, as sofisticadas lojas de tecidos da Rua da Praia e afetou em cheio a coletividade sefaradi gaúcha. Não foi uma mudança instantânea, mas uma lenta e inexorável transição nos padrões de moradia e consumo. Deixou de ser chique tanto residir na Cidade Baixa quanto fazer compras na Rua da Praia. A classe média, judaica e não judaica, estava optando por subir de altitude e de vida, bandeando-se para Petrópolis, na parte mais elevada da capital gaúcha. Outros, ousados, em busca de horizontes mais amplos, transferiram-se para o Rio e São Paulo.
Ao mesmo tempo, parte dos patrícios já nascidos no Brasil enxergava no comércio uma atividade menos nobre. E dê-lhe estudar para passar nos vestibulares, com destaque para Medicina, Engenharia e Direito. Os poucos que não conseguiram ser aprovados para poder ingressar em uma faculdade foram condenados a trabalhar atrás de um balcão. Acabaram, paradoxalmente, enriquecendo. Fico imaginando o que poderia ter acontecido se, aproveitando a inteligência, o conhecimento e o esforço dos mais capazes, fossem mantidos os negócios da geração que os antecedeu, adaptando-os aos novos tempos. O problema é que só se vislumbram essas oportunidades quando elas já passaram.
Como filho de contador, que fazia questão de acompanhar o pai nas visitas aos seus clientes, industriais e comerciantes, testemunhei essa lenta e irreversível evolução na produção de bens e serviços. O pitoresco é que não nos damos conta do que está ocorrendo no dia-a-dia. Somente com o passar do tempo é que percebemos o surgimento de novas oportunidades, acompanhadas pelo enriquecimento material e intelectual dos visionários, ao mesmo tempo em que uma parcela dos que não conseguiram acompanhar essa evolução acabava despencando, lenta e inexoravelmente, escada abaixo. Vislumbrei desde cedo os benefícios de viajar para cidades e países mais desenvolvidos e pude proporcionar esse benefício para minhas filhas, que também souberam aproveitá-lo. Faço votos que meus netos também sigam esses mesmos princípios.
É triste contemplar o ocaso de instituições que frequentamos e ajudamos a se manter ativas e atuantes. Dentre elas, o Centro Hebraico Riograndense, que minha família ajudou a fundar e dirigir e que o próprio progresso está se encarregando de sepultar. A pandemia foi a pá de cal que funcionou como um divisor de águas. As empresas que já estavam por um fio agonizam ou já fecharam as portas. Outras, surgiram do nada, como forma de geração espontânea, utilizando as novas tecnologias criadas pelo próprio desafio que tiveram de enfrentar. O mundo não acabou e diferentes iniciativas estão surgindo a todo momento, abrindo uma gama de novas oportunidades para os audaciosos e antenados. Só resta, aos veteranos e sobreviventes, saber aproveitá-las. E, aos mais idosos, além de cuidar da própria saúde, procurar não atrapalhar o surgimento dessa nova era que está despontando.
Foto: Porto Alegre (Fotos Antigas). (Facebook)
Excelente texto.
Mais um ótimo texto, bom de ler e que nos leva a esse passeio pelo tempo.
Caro Nelson, excelente texto. Uma viagem na nossa história. Apenas uma correção. A música Mamãe eu quero foi cantada por Oscarito no filme Aviso aos navegantes. Abraços e segue com teus textos.
Oi, Isaac. Os Irmãos Marx tocaram Mamãe Eu Quero no piano na comédia “Um Dia na Ópera”. Tocaram, dançaram e fizeram mil malabarismos. Procure no YouTube e você vai se divertir. Abs
E a sua sorte foi não ter sido filho de pai alfaiate para “substituir” os clientes nas infindáveis provas. 😉 Principalmente no tal “caimento da manga” onde, não importa o tamanho do braço, mas sim, o caimento do ombo. Eu, muitas vezes, representei este papel para a minha mãe que precisava marcar a bainha de saias godês no corpo da cliente, de forma a considerar os quadris e o bumbum para a saia não ficar com pontas. Poucos entenderão o que significa isso. rssss…
Oi Angela. Na época da entrega dos livros “copiador” e outros para os clientes do escritório eu costumava ser requisitado para colar selos nas duplicatas e fazer cópias em uma espécie de prensa. Era preciso molhar um pano, interpô-lo entre uma duplicata e outra e rodar a manivela da prensa para que as duplicatas pudessem ser copiadas. Para que o milagre acontecesse era indispensável utilizar uma fita azul na máquina de escrever. O Feliciano, meu primeiro amigo, tinha permissão do meu pai para entrar no escritório e usar a prensa para dar um toque mais profissional aos barquinhos e pássaros de papel que ele costumava fazer. Certo dia levei uma bronca imerecida. Uma cliente do escritório, patrícia, era proprietária de uma “estofadora”, que fabricava poltronas macias e bem bonitas. Era uma mini-micro empresa e a dona, depois vim a saber, analfabeta e bastante mal educada. Eram apenas duas duplicatas, no valor de CR$ 20,00 cada. Resolvi utilizar minha criatividade e utilizei, em uma delas, dois selos de CR$ 10,00 e, na outra, um de CR$20,00. A mulher ligou, possessa para o meu pai (já existiam telefones, afinal não sou assim tão velho, o nosso era o 8442) reclamando que algo estava errado. Se o valor de cada duplicata era o mesmo, CR$ 20,00, por que uma delas tinha um selo e, a outra, dois? Levei uma bronca imerecida e meu pai pediu para refazer o serviço sem utilizar qualquer recurso criativo. Meu pai era seu colega, Economista, mas o escritório era de contabilidade, por sinal bastante conceituado em Porto Alegre.
rsrs… se a criatura era analfabeta, você não podia ser “criativo”. Seu pai tinha razão! 😂
Nelson, eu tenho filme Uma noite na ópera com os irmãos Marx. Não me lembro eles cantando Mamãe eu quero. Vou assistir o filme pela 49ª vez. Para mim esse filme é a obra clássica deles. Abs.
Nelson, dou a mão à palmatória. Os irmãos Marx tocam a música e igualmente Carmen Miranda também interpretou Mamãe eu quero.
Abraços
Na realidade, quem toca é o irmão mudo (ou que finge ser mudo) e mescla o “Mamãe Eu Quero” com outra melodia, enquanto faz mil piruetas no piano. Eles eram incríveis. Existe um pianista e humorista, de nome Borge, que também merece ser acessado pelo YouTube, pois é fantástico.
Levei um “choque” ao ver a fotografia da Rua da Praia, mostrando o cinema Imperial, Clube do Comércio, Praça da Alfândega, Largo dos Medeiros. Me senti em Porto Alegre e bateu uma enorme saudade. Era exatamente nesse trecho que eu costumava passear à noitinha para ver o movimento dos cinemas e as modas noturnas. O Edison era quase sempre meu companheiro na ronda! Gostava de ver a passagen do Canela de zebú, mas me assustava com as fantasias de caveiras.Na última vez que estive em Porto Alegre, 4 ou 5 anos atrás, verifiquei que o cinema Capitólio estava funcionando e resolvi reviver meu tempo de guri. Comprei um ingresso e fiquei muito tempo na sala de espera. A projeção custou a iniciar. Quando ingressei na sala de exibição, verifiquei que era o único expectador. Estava sozinho no cinema! É uma sensação desagradável. Dá uma ideia de abandono! Os caras foram honestos e passaram o filme só para mim. Quando acabou a projeção, confirmei minha suspeita: só tinha eu memso.
Muito boa tua narrativa sobre a história dos comerciantes de tecidos e de confecções de Porto Alegre. Minha tia Maria Cecília (tia Ceci) era costureira e modista. Comprava todas as revistas de moda e costurava noite e dia para atender à clientela numerosa. Todas as minhas camisas eram feitas por ela. Na primeira vez que tirou minhas medidas, errou no comprimento das mangas e fez um “molde”. Pois bem, todas as minhas camisas tinham as mangas compridas demais. Reclamei muitas vezes, mas nada adiantou. Ela seguia o molde fielmente.
Oi, Feliciano. Fica-se com a impressão de que vivíamos não há 70 anos, mas há vários séculos. Se a coisa continuar nesse ritmo, vai ficar difícil acompanhar o que vem pela frente. Nelson
Excelente texto! E que memória espetacular! Parabéns!
Me senti no túnel do tempo….fantástico!
Abs.
Vani