Bíblia hebraica será leiloada na Sotheby’s
A bíblia hebraica mais antiga e completa, com mais de mil anos, será leiloada em maio na casa de leilões Sotheby’s.
O Codex Sassoon, em homenagem ao seu mais conhecido proprietário, David Solomon Sassoon, o maior colecionador de manuscritos hebraicos e judaicos do século XX, que morreu em 1942, data do ano 900 e representa “a mais completa bíblia hebraica”.
O valor é estimado entre 30 e 50 milhões de dólares, podendo estar entre “os manuscritos mais caros já vendidos”, disse à agência France-Presse (AFP) Richard Austin, responsável de livros e manuscritos antigos da Sotheby’s.
Questionado sobre os potenciais compradores desta obra, Austin frisou que a lista de compradores é “um poço sem fundo”, pois este é um documento “fundador da civilização”.
“É difícil encontrar um texto que tenha tido mais influência do que a Bíblia na história da humanidade”, sublinhou.
Esta bíblia em hebraico, a língua original do antigo testamento, que também contém passagens em grego e aramaico, “pertenceu a importantes colecionadores no século XX”, destacou.
O Codex Sassoon é mais antigo que os dois textos deste tipo já conhecidos, o de Alepo, na Síria, e o de Leningrado, atual São Petersburgo, na Rússia, mas a sua datação não tinha sido determinada cientificamente até recentemente, quando o seu atual proprietário submeteu a bíblia a testes científicos e de carbono.
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A casa de leilões descreve o documento como “o elo fundamental na história judaica” que permitiu trazer a tradição oral da antiguidade para as bíblias hebraicas da atualidade”, considerando esta “uma referência na história da humanidade”.
Em 16 de maio de 2023, quando chegar à Sotheby’s, o Codex Sassoon poderá se tornar o documento histórico mais valioso já vendido em leilão. Embora os estudiosos estejam cientes de sua importância desde o final dos anos 1960, o Codex Sassoon permaneceu em grande parte fora da vista do público por séculos.
Esse livro, que mudou de mãos ao longo dos séculos e chegou a ficar perdido por quase 600 anos, pertence ao investidor e colecionador Jacqui Safra, sobrinho do bilionário Joseph Safra.
Sua última aparição foi há 40 anos. O volume retornará à exibição em uma turnê global, começando com uma exposição de 22 a 28 de fevereiro na Sotheby’s em Londres, seguida por paradas em Tel Aviv (onde será exibido no ANU Museum of the Jewish People), Dallas, Los Angeles e Nova York.
Em estado de conservação “excepcional”, o Codex Sassoon inclui nas suas margens várias inscrições e anotações feitas pelos anteriores proprietários ou pelas comunidades que o utilizavam para rezar, e que atestam o seu percurso na história da humanidade, destacou ainda a Sotheby’s em comunicado.
Fontes: Dinheiro Vivo, O Globo e The Times of Israel
Foto: Sothebys