Ben-Gvir proíbe bandeiras palestinas em espaços públicos
O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ordenou à polícia no domingo que removesse quaisquer bandeiras palestinas hasteadas em espaços públicos.
“É inconcebível que infratores agitem bandeiras do terror, incitem e encorajem o terrorismo”, disse ele. “Emiti instruções para a remoção das bandeiras, que apoiam o terrorismo, do espaço público e para interromper o incitamento contra o Estado de Israel. A liberdade de expressão não se estende à identificação com um terrorista e aqueles que querem atingir os soldados das FDI”.
Ele ordenou que o comissário de polícia Kobi Shabtai instruísse seus oficiais a remover as bandeiras, explicando que hasteá-las mostrava apoio a uma organização terrorista.
A ordem foi além da exigência que o partido Otzma Yehudit havia feito em seu acordo de coalizão, que pedia a proibição de bandeiras palestinas em instituições públicas ou naquelas que recebiam apoio do Estado.
Ele emitiu a ordem depois que bandeiras palestinas foram hasteadas durante um protesto contra o governo em Tel Aviv, no sábado.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, acusou os manifestantes de incitamento, questionando o hasteamento de bandeiras palestinas, cartazes que comparavam o ministro da Justiça, Yariv Levin, a um nazista e outro que dizia: “Liberte a Palestina do domínio colonial sionista”.
“Esta é uma incitação selvagem que não foi condenada pela oposição ou pela grande mídia”, disse Netanyahu.
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Matan Peleg, presidente do movimento Im Tirtzu, disse que este é “um dia muito importante para a governança, um dia importante para o sionismo e o Estado de Israel”.
“Deve-se entender que o propósito de hastear a bandeira palestina é se rebelar contra o Estado de Israel e transmitir a mensagem de que há espaço para uma entidade terrorista dentro do território do país. Hoje já está claro para todos qual é a conexão entre a agitação da bandeira terrorista e o incentivo ao extremismo nacionalista e à violência dos árabes israelenses. Vimos os resultados da ilegalidade especialmente nas atrocidades do ano passado e o incidente não deve se repetir”, disse Peleg.
A polícia atuou na remoção de bandeiras palestinas de espaços públicos no governo de Bennett e, depois, no de seu sucessor, Yair Lapid. Entre os casos mais divulgados em que a polícia removeu bandeiras palestinas da esfera pública está o funeral da correspondente da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, em maio passado.
Não é ilegal exibir bandeiras palestinas, mas a polícia tem margem de manobra para agir a fim de manter a ordem pública. Uma proposta que tornaria ilegal a exibição de bandeiras palestinas por órgãos financiados pelo Estado passou por uma leitura inicial na Knesset em junho, antes de ser descartada.
Fontes: The Jerusalem Post, The Times of Israel e Israel National News
Foto: Canva
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