Ben-Gvir pede fim do reconhecimento das conversões
O presidente da Otzma Yehudit, Itamar Ben-Gvir, exigiu a anulação da decisão do Supremo Tribunal que reconhece a conversão reformista para os fins da Lei do Retorno, informou a rádio pública Kan neste domingo.
Ben-Gvir acrescentou a nova demanda às apresentadas ao primeiro-ministro designado Benjamin Netanyahu, como parte das negociações da coalizão. Seu objetivo é cancelar a decisão que reconhece as conversões da Reforma ao judaísmo para aqueles que estão interessados em fazer aliá e imigrar para Israel.
Desde 1970, a Lei do Retorno de Israel se aplica não apenas a pessoas que são consideradas judias de acordo com a lei ortodoxa, mas também a convertidos dos movimentos reformistas e conservadores, apesar das conversões não serem reconhecidas pelo Rabinato-Chefe em Israel.
De acordo com a rádio Kan, Ben-Gvir deseja estabelecer uma situação em que apenas aqueles que foram convertidos por rabinos ortodoxos terão o direito de imigrar para Israel de acordo com a Lei do Retorno. Além disso, de acordo com a reportagem, o partido está articulando um movimento para coordenar a demanda com os outros parceiros de coalizão nos partidos haredim e no partido religioso sionista.
Respondendo à declaração de Ben-Gvir, o Ministro de Assuntos da Diáspora, Dr. Nachman Shai, disse que o cancelamento da cláusula que reconhece a conversão da Reforma causará “um racha entre nós e a comunidade judaica mais rica e forte do mundo”. Ele acrescentou que cancelar o reconhecimento envia uma mensagem aos judeus da diáspora de que eles “não fazem parte de nós”.
“Ben-Gvir é perigoso para o povo judeu porque ele ameaça cortar as delicadas costuras que unem Israel e a diáspora no ponto mais sensível”, disse o rabino reformista Uri Regev, CEO da Organização Hiddush para a Liberdade e Igualdade Religiosa.
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“É importante entender que aqueles que procuram minar a decisão da Suprema Corte e fortalecer o Rabinato-Chefe também querem cancelar o reconhecimento do Estado de Israel aos convertidos ortodoxos modernos, contra os quais o Rabinato luta tanto quanto luta contra os convertidos pelos reformistas e conservadores”.
O vice-presidente da Organização Sionista Mundial, Dr. Yizhar Hess, respondeu aos comentários de Ben-Gvir dizendo: “Um governo que, Deus me livre, toca a Lei do Retorno é um governo que esqueceu o que é ser sionista. A Lei do Retorno é o DNA do movimento sionista. A Lei do Retorno é a base da ideia de que o Estado de Israel é o Estado-nação do povo judeu”.
Fonte: The Jerusalem Post
Foto: Agência Judaica/GPO