Ben Gurion tem o dia mais movimentado desde 7/10
Apesar dos alertas do governo sobre o aumento das ameaças globais contra os israelenses, especialmente durante os feriados, milhares de israelenses estão indo para o exterior para passar o feriado de Pessach.
O Aeroporto Ben Gurion teve, nesta quinta-feira o dia mais movimentado desde 7 de outubro de 2023, com 80.000 viajantes passando pelas suas instalações.
No mesmo dia do ano passado, 60% menos passageiros passaram pelo terminal. Muitas companhias aéreas internacionais cancelaram seus serviços para Tel Aviv no início da guerra entre Israel e o Hamas, mas retornaram após o cessar-fogo de 19 de janeiro, suspenso no mês passado.
Todos os anos, milhares de israelenses viajam para o exterior antes e durante o feriado de Pessach, que dura uma semana e começa, neste ano, na noite de 12 de abril. No início desta semana, o Conselho de Segurança Nacional (NSC) emitiu um alerta público de que israelenses poderiam ser alvos durante o feriado, com ameaças crescentes desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em 7 de outubro de 2023. Os riscos são especialmente graves após o reinício das operações militares em Gaza, que estão em andamento desde 18 de março, afirmou o NSC.
O NSC apontou o Irã e seus parceiros regionais, incluindo o Hezbollah e o Hamas, como as forças motrizes por trás dos ataques a israelenses no exterior. O Conselho observou que tanto redes terroristas organizadas quanto atores isolados intensificaram suas atividades recentemente.
“O clima de ódio contra israelenses e judeus devido à guerra em curso continua a alimentar esforços terroristas, tanto de células organizadas quanto de agressores individuais”, afirmou o NSC em uma mensagem divulgada no início deste mês.
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O NSC registrou ataques recentes que se enquadram nesses padrões, como um atentado com carro-bomba na Austrália, ataques a tiros e bombas incendiárias no Canadá e um atropelamento em Nova Orleans. Afirmou ter desmantelado diversos planos nos últimos meses na Europa e em outros lugares, incluindo Alemanha, Dinamarca, Bulgária e Suécia.
O Conselho de Segurança Nacional também alertou que agentes iranianos continuam se passando por empresários ou contatos nas redes sociais para atrair israelenses para armadilhas, seja para sequestro ou violência. O conselho também sinalizou um aumento na atividade de grupos jihadistas internacionais, como o Estado Islâmico, a Al-Qaeda e a Al-Shabab.
A Península do Sinai, no Egito, um tradicional destino favorito dos turistas israelenses, continua sendo uma “área de alto risco”, disse o NSC, aconselhando os cidadãos a evitar viajar para lá.
Joe Truzman, analista sênior de pesquisa e editor do Long War Journal da Fundação para a Defesa das Democracias, disse que os ataques contra israelenses no exterior aumentaram, pois ataques significativos contra Israel se tornaram mais difíceis após mais de um ano de guerra em Gaza.
“Não é coincidência que estejamos observando alertas de atentados contra alvos israelenses no exterior”, disse ele. “Embora Israel tenha frustrado com sucesso muitos desses planos, apenas um deles, se passar despercebido, pode ser devastador”.
O colega de Truzman na Fundação para a Defesa das Democracias, o pesquisador Seth Frantzman, enfatizou que os viajantes israelenses devem levar os avisos a sério. Ele disse que o NSC monitora tais ameaças há décadas. “Portanto, certamente, vale a pena levar isso a sério em um momento de grande tensão”, disse ele.
Frantzman disse que as tensões podem ter diminuído um pouco esta semana, já que os EUA e o Irã iniciaram negociações sobre um novo acordo nuclear. “O Irã certamente não gostaria de prejudicar as negociações com nenhum tipo de grande ataque a Israel ou aos israelenses”, disse ele.
Mas isso não é garantia. Frantzman observou que a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã frequentemente atua de forma independente do governo iraniano.
Apesar de todos os riscos, os cidadãos israelenses podem não estar interessados em adiar as viagens. Os israelenses são conhecidos por sua resiliência e amor por viagens, especialmente depois de um ano tão difícil, disse Frantzman.
David Harris, apresentador de um podcast sobre viagens, disse que os israelenses que decidem viajar para o exterior devem tomar algumas precauções. Ele afirmou que é melhor evitar falar hebraico em público, prática que ele interrompeu desde os ataques de 7 de outubro.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet e The Times of Israel
Foto (ilustrativa): Revista Bras.il