Banho de mar em… Gaza?
Por Nelson Menda
A recente vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas, onde obteve maioria tanto na Câmara quanto no Senado, criou uma situação nova para o mundo.
Trump nunca escondeu sua simpatia com Israel e sua mais profunda antipatia com os radicais que se opõem à existência do estado judeu. Que, não por acaso, é a única democracia naquela conturbada região do planeta.
Indagado a respeito de Gaza, utilizou sua experiência de vitorioso empresário do ramo imobiliário para propor a utilização da área como um sofisticado resort. Gaza dispõe de ampla faixa litorânea, clima ameno e muitas praias.
Seu território tem sido utilizado para as mais diversas finalidades, inclusive como cativeiro para homens, mulheres e crianças sequestrados nos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023.
Posso estar equivocado, mas foi a primeira vez que presenciei alguém mencionar aquela região como um destino turístico. Concordo em gênero, número e grau. De imediato, sugiram na mídia opiniões distintas, especialmente de lideranças de países que se opõem à ideia.
Todo projeto inovador costuma provocar reações e, sem querer, o recém reeleito presidente dos Estados Unidos colocou seu dedo em uma ferida que vem sangrando e provocando dor há bastante tempo, especialmente entre seus próprios habitantes.
Se a iniciativa seguir adiante, além da geração de empregos, estariam equacionados problemas crônicos que têm causado sofrimento aos habitantes da região, utilizados como massa de manobra por políticos inescrupulosos. Estaremos sonhando ou às vésperas da solução de uma situação aparentemente insolúvel?
Foto: GPO. Porto de Gaza, 1980.