Ataque israelense pode ter matado líder do Hamas
Muhammad Deif, comandante da ala militar do Hamas, e outro comandante de alto escalão do grupo terrorista foram alvos de um ataque aéreo no sul da Faixa de Gaza, na manhã deste sábado, informaram as FDI.
Deif e Rafa’a Salameh – o comandante da Brigada Khan Younis e seu braço direito – foram atingidos com acima do solo, quando estavam em um prédio baixo entre a área de al-Mawasi, em Khan Younis, no sul de Gaza, e não em um túnel.
De acordo com as avaliações das FDI, nenhum refém estava no local quando o ataque foi realizado.
O destino de Deif era desconhecido até as 16h, embora veículos de comunicação em Israel tenham citado autoridades políticas não identificadas dizendo que havia uma probabilidade crescente de que ele tivesse sido morto.
Um funcionário do Hamas negou que Deif tenha sido alvo do ataque.
A rede saudita Al Hadath relatou que o Hamas está investigando um “grande abalo interno” que precedeu o ataque. De acordo com a reportagem, Deif e outros altos funcionários do Hamas se mudaram várias vezes nas últimas semanas para escapar da vigilância israelense.
LEIA TAMBÉM
- 12/07/2024 – FDI admitem grandes falhas em 7 de outubro
- 11/07/2024 – Carta à UNRWA lista funcionários que são terroristas
- 11/07/2024 – Negociações sobre acordo continuam nesta noite
O Hamas alega que mais de 70 pessoas foram mortas no ataque. No entanto, um oficial israelense disse à Associated Press que o ataque foi preciso, estimando que muitas das vítimas eram terroristas.
O Wall Street Journal observou que entre os mortos estavam os guarda-costas de Deif e Salameh.
O complexo de deslocados de Al-Mawasi, onde se acredita que Deif estava escondido, tinha apenas alguns túneis subterrâneos, tornando a área costeira, que abrigou milhares de deslocados desde o início da guerra, não militar.
O Hamas explorou isso para montar um complexo seguro para terroristas, que foi atacado na manhã deste sábado com vários mísseis e munições de caças e drones da Força Aérea, em uma quantidade maior do que tentativas anteriores de eliminação de figuras importantes do Hamas.
Cinco bombas pesadas foram lançadas, incluindo uma destruidora de bunkers, para garantir a eliminação de ambos os alvos.
A inteligência precisa foi baseada em vigilância tecnológica e monitoramento humano, levando à confirmação de que Deif estava no local alvo entre barracos, galpões e palmeiras. As FDI divulgaram imagens mostrando o complexo antes e depois do ataque.
O sistema de defesa acredita que o resultado do ataque possivelmente ficará claro nas próximas 24 horas, devido à localização da operação na superfície, diferentemente de tentativas anteriores de assassinato de membros importantes do Hamas que estavam escondidos no subsolo.
Marwan Issa, o antigo vice de Deif e o terceiro agente do Hamas de mais alta patente na Faixa de Gaza, foi eliminado em um ataque israelense a um túnel subterrâneo no qual ele estava escondido no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza. As FDI confirmaram oficialmente seu assassinato mais de duas semanas após o ataque.
A operação foi aprovada na noite de sábado pelo Ministro da Defesa Yoav Gallant, que convocou o Chefe do Estado-Maior das FDI, Tenente-General Herzi Halevi, e o Diretor do Shin Bet, Ronen Bar, depois da meia-noite para avaliações especiais da situação após a informação final de que Deif havia emergido dos túneis, apresentando uma rara oportunidade de eliminá-lo.
Essas informações sobre as localizações de Deif e Salameh vieram de uma unidade especial conjunta da Inteligência Militar e do Shin Bet, que se concentra em reunir informações sobre figuras importantes do Hamas e as localizações dos reféns na Faixa de Gaza.
Autoridades de defesa disseram que acreditavam que Deif exibia autoconfiança excessiva. Ao contrário do líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, que se concentrava principalmente em sua própria sobrevivência, Deif desempenhou um papel operacional ativo na continuação da luta.
Israel avalia que o ataque interromperá as negociações de reféns no curto prazo. No entanto, autoridades de defesa acreditam que, mesmo que haja um atraso tático, o assassinato beneficiará estrategicamente o processo ao aumentar a pressão sobre o Hamas.
Uma delegação que estava no Catar deveria continuar as negociações no Cairo no sábado, mas não ficou claro se as negociações continuarão.
Com a provável morte de Deif e Salameh, apenas quatro líderes seniores do Hamas permanecem na Faixa de Gaza: Yahya Sinwar e seu irmão Mohammed, o comandante da Brigada da Cidade de Gaza Izz al-Din al-Haddad, e o comandante da Brigada de Rafah Mohammed Shabana, que sobreviveu a duas tentativas de eliminação anteriores.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet e The Times of Israel
Foto: FDI
