Ataque de drone à fábrica de armas iraniana
Apesar das alegações iranianas, o ataque de drones ao Irã, em Isfahan, foi um tremendo sucesso, de acordo com fontes de inteligência ocidentais e estrangeiras, informou o The Jerusalem Post na manhã de domingo.
Algumas horas depois, o The Wall Street Journal (WSJ) publicou matéria semelhante, afirmando que Israel e o Mossad estavam por trás do ataque, citando autoridades americanas.
Houve quatro grandes explosões, documentadas nas redes sociais, em uma instalação de desenvolvimento de armas avançadas. O dano vai muito além do “pequeno dano no telhado” que a República Islâmica reivindicou no domingo e afirmou falsamente em incidentes anteriores.
Não houve reivindicação de responsabilidade pela explosão, que ocorreu em momento de tensão com o Ocidente por causa da atividade nuclear de Teerã e o fornecimento de armas para a guerra da Rússia na Ucrânia, bem como por meses de manifestações antigovernamentais em casa.
O ministro das Relações Exteriores do Irã disse que o ataque “covarde” visava criar “insegurança” no Irã. Seu ministério da defesa disse que a explosão causou apenas danos menores e nenhuma vítima. A extensão dos danos não pôde ser confirmada de forma independente.
Horas depois da reportagem, o Irã intensificou suas ameaças contra Israel, apesar de fingir que os ataques haviam falhado.
Israel não se manifestou, mas a maioria das fontes de inteligência ocidentais e iranianas creditaram ao Mossad ataques igualmente bem-sucedidos contra a instalação nuclear iraniana de Natanz, em julho de 2020, uma segunda instalação instalação nuclear em Natanz, em abril de 2021, e outra instalação nuclear em Karaj, em junho de 2021, e a destruição de pelo menos de 120 drones iranianos em fevereiro de 2022.
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Acredita-se que poucas organizações no mundo, além do Mossad, possuam as capacidades avançadas e cirúrgicas de ataque exibidas na operação.
Muitos drones grandes com quantidades significativas de explosivos estariam envolvidos e teriam atingido seus alvos com precisão.
Em cada um dos incidentes anteriores, Teerã tentou inicialmente alegar que os ataques falharam e só reconheceu a extensão dos danos quando fotos de satélite ou outras evidências chegaram à esfera pública, contrariando suas negações.
Ainda não está claro se os danos às armas avançadas são apenas para guerra convencional ou podem ter relevância nuclear, como para uso em mísseis balísticos ou explosivos que podem ser usados para armas convencionais e nucleares.
Isfahan tem sido usado intermitentemente para várias questões nucleares, bem como questões militares não nucleares.
O Irã, a certa altura, disse à Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA que algumas das atividades nucleares realizadas na instalação nuclear de Karaj, até junho de 2021, foram transferidas para Isfahan.
O WSJ observou que havia uma instalação aeroespacial iraniana nas proximidades, que também poderia estar utilizando itens de uso duplo para lançamentos espaciais e armas nucleares, usadas para sair e reentrar na atmosfera da Terra.
A especulação girava em torno de se o ataque pretendia atrasar o programa avançado de drones do Irã ou um novo programa, como o desenvolvimento de mísseis hipersônicos, com ajuda russa.
Mísseis hipersônicos voam tão rápido e têm manobrabilidade tão avançada que muitos especialistas acreditam que poderiam ultrapassar todas as defesas aéreas de Israel.
Outro tema levantado durante o dia foi que os EUA e a CIA podem estar envolvidos desta vez.
Especialistas observaram que os EUA e Israel passaram uma semana inteira conduzindo exercícios militares em torno de alvos de ataque, como o Irã, portanto, realizar tal ataque imediatamente após esses exercícios pode significar enviar uma mensagem sobre sua seriedade.
Eles acreditam que a visita do diretor da CIA, William Burns, a Israel, pouco antes do ataque, era uma evidência da necessidade de uma reunião cara a cara especial entre os chefes da CIA e do Mossad que preparavam o ataque.
Os EUA adotaram um tom mais agressivo com o Irã desde que este forneceu drones à Rússia na guerra com a Ucrânia e demonstraram ainda mais impaciência, recentemente, com o fracasso de Teerã em retornar ao acordo nuclear de 2015.
Fonte: The Jerusalem Post
Foto: Canva
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